segunda-feira, 4 de junho de 2012

Publicidade forja amputação de perna para alertar contra diabetes nos EUA

Perna de ator foi retirada com um programa de computador. Relacionada à obesidade, diabetes pode levar a várias complicações.
“As porções aumentaram, e a diabetes tipo 2 também”, diz o anúncio da prefeitura de Nova York (Foto: Divulgação)
“As porções aumentaram, e a diabetes tipo 2 também”, diz o anúncio da prefeitura de Nova York (Foto: Divulgação)
Uma campanha da prefeitura de Nova York, nos EUA, pela alimentação saudável se tornou polêmica por usar uma imagem tratada em computador. No anúncio publicitário, aparece a foto de um homem sem uma das pernas e imagens de copos de refrigerante em tamanhos crescentes, com os dizeres: “as porções aumentaram, e a diabetes tipo 2 também”.
A diabetes tipo 2 está, de fato, relacionada à obesidade e ao consumo exagerado de açúcares, entre outros fatores. Se não for controlada, ela aumenta o risco de doenças do coração e do rim, pode afetar a visão e levar à amputação de membros.
No entanto, o homem que aparece na imagem sem uma das pernas é, na verdade, um ator que, apesar de obeso, está saudável e caminha normalmente. O jornal “The New York Times” publicou uma entrevista com Cleo Berry, um ator de 27 anos, que recebeu US$ 500 para fazer as fotos para uma agência de fotografias.
Berry reconheceu que assinou um termo permitindo a alteração da imagem em computador, mas não concorda com o que foi feito. Ele viu o anúncio pela primeira vez na internet, alertado por um amigo.
“Eu fiquei mais que chocado. Fiquei tipo um minuto chorando de frente para a tela do computador”, disse o ator ao jornal. “Eles até me deram muletas”, espantou-se.
“Vocês são a cidade de Nova York, pelo amor de Deus. Façam as coisas do jeito certo ou não vamos acreditar em vocês de jeito nenhum”, completou. Chateado, o ator disse ainda que apoia as campanhas de conscientização, mas que cantaria e dançaria em uma propaganda de refrigerantes, se recebesse uma oferta.
O ator Cleo Berry não tem problemas de diabetes nem pernas amputadas (Foto: Misha Erwitt/The New York Times)
O ator Cleo Berry não tem problemas de diabetes nem pernas amputadas (Foto: Misha Erwitt/The New York Times)



Nova York quer limitar venda de refrigerantes em lanchonetes

Preocupado com o avanço da obesidade, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, quer impor restrições à venda de refrigerantes e outras bebidas ricas em açúcar. A ideia é proibir a venda dessas bebidas em grande volume em restaurantes, lanchonetes, carrinhos de rua e salas de cinema da cidade.

A proposta encaminhada formalmente nesta quinta-feira (31) limitaria a 473 mililitros – ou 16 onças, que é a medida usada nos EUA – o volume das bebidas vendidas em estabelecimentos que servem comida – mercados e supermercados não entram na lista. A medida deve valer tanto para garrafas quanto para copos.

Bebidas calóricas não poderão ser vendidas em grandes volumes. Medida pode entrar em vigor a partir de março de 2013.

A proposta só entra em vigor se for aprovada pelo conselho de saúde do município, o que é provável, já que todos os integrantes foram indicados pelo prefeito Bloomberg. A proibição pode começar a valer a partir de março de 2013.

A iniciativa provocou críticas de moradores que a consideram uma intromissão exagerada do poder público em questões particulares.

Representantes dos produtores de refrigerantes também se expressaram contrários. “A obsessão doentia do Departamento de Saúde de Nova York em atacar os refrigerantes mais uma vez o leva a cometer exageros. O município não vai resolver a questão da obesidade atacando o refrigerante porque o refrigerante não está aumentando a taxa de obesidade”, afirmou Stefan Friedman, da Associação de Bebidas de Nova York.

A Coca-Cola também divulgou uma nota criticando a atitude do prefeito. “A população de Nova York é muito mais inteligente do que o Departamento de Saúde de Nova York pensa”, dizia o texto. “Somos transparentes com nossos consumidores. Eles podem ver exatamente quantas calorias há em cada bebida que servimos”.

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