terça-feira, 11 de março de 2014

Sal, açúcar e outros ingredientes do dia-a-dia

Alguns ingredientes são tão presentes no cardápio diário que passam despercebidos. Mas o hábito de colocar umas pitadas de sal a mais na comida, duas colherzinhas de açúcar no café ou caprichar nos temperos industrializados para garantir um sabor extra às receitas pode, com o tempo, causar problemas como hipertensão, diabetes e obesidade.


 Sempre que possível, é importante substituir produtos industrializados por naturais. "Quanto menos componentes artificiais mais saudável será a alimentação".

Confira as características dos principais ingredientes que fazem parte do cardápio diário:
 

SAL

Já foi largamente utilizado para preservar alimentos perecíveis quando ainda não existia geladeira. Hoje, ainda é muito usado em alimentos industrializados, tais como: embutidos (salames, lingüiças, salsichas), carnes salgadas, enlatados, conservas como picles, molhos e condimentados (mostardas, molhos a base de soja, pimenta, ketchup), queijos amarelos, sopas e temperos do tipo concentrados em cubinhos.

O sódio é um mineral indispensável para o organismo, presente em boa parte dos alimentos. Vale lembrar que sódio e sal não são sinônimos, como muitos acreditam. O sódio é um dos componentes do sal.

Nos rótulos, é apresentada a quantidade de sódio e não de sal, o que merece uma atenção a mais do consumidor. "Cada cinco gramas de sal o equivalente a cerca de meia colher de sopa – contêm aproximadamente dois gramas de sódio".

Para as pessoas saudáveis, a dose máxima de sal recomendada pelo Ministério da Saúde é de 5 g por dia (2.000 mg de sódio). Os brasileiros, no entanto, consomem em média cerca de 10 gramas, o dobro do recomendado, sem contar o sal dos alimentos ingeridos fora de casa. Lembre que 1g de sal é a quantidade existente em cada um daqueles pacotinhos servidos nos bares e restaurantes.

Benefícios

O sal é necessário porque ajuda a manter em equilíbrio os fluídos do organismo, além de realizar a transmissão dos impulsos nervosos.
 
Pontos negativos

O consumo de sal é importante, mas sem exagero principalmente quando tem alterações da pressão sanguínea (que depende de fatores físicos e genéticos), como a hipertensão.

Outro mineral presente no sal, o iodo é um micronutriente essencial para o ser humano. Ele é utilizado na síntese dos hormônios tireoidianos produzidos pela tireoide, glândula que se localiza na base frontal do pescoço  a triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4).

Esses hormônios têm dois importantes papéis:

  • Ação no crescimento físico e neurológico.
  • Manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal, principalmente na manutenção do calor do corpo).

Se consumido em quantidades excessivas, o iodo pode causar uma doença conhecida como tireoidite de Hashimoto (em pessoas com predisposição genética a doenças auto-imunes). Para prevenir o problema a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) reduziu a quantidade máxima de iodo permitida no sal.

Açúcar

Fonte de energia, esse carboidrato simples é encontrado nos alimentos in natura, como frutas e leite. Entretanto, as fontes mais abundantes são os produtos industrializados, entre os quais biscoitos, chocolates, balas e refrigerantes.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o consumo do açúcar não ultrapasse 10% das calorias na dieta. Por exemplo: um adulto que consome 2500 calorias por dia não deve ultrapassar 250 cal/dia de açúcar. Cada grama do carboidrato contém quatro calorias; logo, o consumo de açúcar deveria ser no máximo de 62,5g que corresponde, em medidas caseiras, a cerca de ½ xícara de chá de açúcar refinado.

Benefícios

Contém substâncias que estimulam o cérebro a produzir serotonina, neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e prazer.

Pontos negativos

Rico em calorias e pobre em nutrientes, motivos pelos quais devemos restringir ainda mais seu consumo. O excesso é a causa de uma série de problemas, muito além das cáries. A obesidade já é considerada uma questão de saúde pública, tamanha a quantidade de pessoas que sofrem da doença.

O índice de crianças e adolescentes obesos aumentou 240% no Brasil nos últimos 20 anos. Segundo uma pesquisa realizada pela Força Tarefa Latino-Americana de Obesidade (entidade que reúne as principais sociedades de combate ao excesso de peso na região), hoje há 70 milhões de pessoas acima do peso na América Latina. O problema é causado, entre outras coisas, pelo excesso de preparações e alimentos gordurosos, o consumo excessivo de doces e refrigerantes.

Outro ponto negativo é a sobrecarga no pâncreas para produção de insulina (o pâncreas é órgão responsável pela produção de insulina), que mantém os níveis de glicose controlados no sangue. Essa deficiência pode levar ao diabetes tipo 2.

O aumento do nível de triglicérides também é um ponto negativo a ser considerado, pois o consumo exagerado do açúcar pode contribuir na elevação no nível de triglicérides, gordura perigosa, que ao se acumular pode obstruir as artérias. O resultado pode ser a maior chance de desenvolver doenças cardiovasculares.


Temperos industrializados

Os temperos frescos (manjerição, salsinha, cebolinha, alho,cebola, alçafrão, etc) e os preparados em casa são sempre a melhor opção para quem preza não só o sabor, mas principalmente a saúde. São práticos e eficazes quando se trata de dar sabor aos alimentos. 

Benefícios

Com o aumento no interesse pela gastronomia, o mercado de temperos industrializados cresce a cada dia. A grande diversidade de produtos disponíveis permite combinações criativas e saborosas. O importante é não tornar esses temperos parte do cardápio diário.

Pontos negativos

A lista é extensa: catchup, mostarda, molho inglês, de soja, de pimenta, para churrasco e temperos concentrados à base de carne, galinha e legumes encontrados em cubo, pó ou líquido apresentam quantidades elevadas de sal, sódio, gorduras, glutamato monosódico e substâncias que irritam o sistema digestivo.

Hipertensos devem ficar longe desse tipo de tempero, que também deve ser evitado para quem tem enxaqueca, gastrite, úlcera gástrica, diabetes, dificuldade de digestão e intolerância a corantes.

 

Óleos

São compostos por lipídios e gorduras e podem ser encontrados em alimentos de origem animal, como os peixes, e vegetal, como milho, soja, canola entre outros.

Os óleos se dividem em dois grupos, que grosseiramente podemos chamar de bons (as gorduras insaturadas) e ruins (as gorduras saturadas).

Gorduras Insaturadas (monoinsaturadas e poliinsaturadas)

  • Aumentam o HDL-colesterol – o "bom colesterol", responsável por conduzir o colesterol para fora das artérias e, dessa forma, impedir seu acúmulo e prevenir problemas cardiovasculares.
  • São encontradas nos óleos de oliva, canola, açafrão, girassol, soja e milho, além de estarem presentes no amendoim, castanha de caju, avelã, azeitona, abacate e peixes como salmão, atum, cavala, truta, sardinha e arenque.

Gorduras saturadas

Estudos indicam que essas gorduras aumentam os níveis de colesterol ruim, o LDL. Se consumidas em excesso, promovem o acúmulo de colesterol nas paredes das artérias, a chamada aterosclerose, que aumenta a possibilidade de doenças cardíacas e neurológicas.

São encontradas em alimentos de origem animal, como leite integral e derivados e gorduras da carne. A gordura contida no coco também é saturada.

Benefícios

Não podem faltar na dieta porque, além de fornecerem ácidos graxos essenciais, são imprescindíveis para a absorção das vitaminas A, D, E e K, chamadas de lipossolúveis.

Ponto negativo

No caso das gorduras saturadas, o excesso é altamente prejudicial à saúde, pois colabora para o acúmulo de gordura nas artérias, o que aumenta os riscos de aterosclerose.

Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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