terça-feira, 13 de maio de 2014

O intestino é o nosso segundo cérebro

Essa ideia surgiu quando se descobriu que o intestino representava muito mais do que um órgão responsável pela digestão, absorção e excreção dos produtos da alimentação. 


Cerca de 80% do nosso sistema imunológico reside no intestino. Isso decorre do fato dele representar a maior área de contato do nosso corpo com o ambiente externo, e, assim, necessita de uma maior proteção contra as possíveis ameaças externas. São por volta 7 metros de comprimento, mas sua área absortiva chega ao equivalente a uma quadra de tênis devido às vilosidades e microvilosidades intestinais (pregas na mucosa intestinal).

Existe uma vasta rede de neurônios no intestino, denominado sistema nervoso entérico, onde ocorre a produção de vários hormônios e neurotrasmissores com atuação local no trato gastrintestinal e também interação com o sistema nervoso central (SNC - cérebro e medula espinhal).

Disbiose Intestinal

A disbiose intestinal é definida como o desequilíbrio da flora intestinal, entre os microorganismos benéficos e patogênicos, que resulta em uma situação desfavorável à saúde do indivíduo.

A presença da disbiose leva a um desequilíbrio no organismo por via dos seguintes mecanismos:
  •  não absorção de vitaminas (causando cansaço);
  •  inativação de enzimas digestivas, resultando em prejuízos à digestão e induzindo a fermentação; 
  • desconjugação de sais biliares, comprometendo a digestão e absorção de lipídeos;
  •  síntese de promotores de neoplasias, como as nitrosaminas e destruição da mucosa intestinal, levando a hipersensibilidade, ativando, deste modo, o sistema imunitário.
  • Má alimentação, com ingestão elevada de proteína, de açúcar, de gordura e com baixa ingestão de fibras;
  • formação de muitos gases
  •  Estresse
  •   Baixa secreção de sucos digestivos;
  •  Intoxicação por agrotóxicos e metais pesados;
  • Uso abusivo de álcool e cigarro
  •  Uso indiscriminado de certos fármacos, como antibióticos, antiinflamatórios, antiácidos e corticóides. 
Para melhorar o quadro de disbiose é necessário o uso de simbióticos (prébiotico e probióticos,) para repovoar o intestino de bactérias benéficas. E boa alimentação.



 Serotonina

Conhecida como o hormônio do bem-estar, da alegria, formada a partir do aminoácido triptofano obtido através da alimentação. Parte dela é produzida na glândula pineal no SNC, mas a maior parte da sua produção (90%) ocorre no intestino. Ela é produzida quando o bolo alimentar entra em contato com o intestino, isso porque é ela a responsável por estimular as contrações no intestino que são responsáveis pela motilidade do bolo alimentar ao longo desse órgão.

Entretanto, a serotonina produzida no intestino tem também ações a nível cerebral. Isso pode ser verificado, por exemplo, em pessoas que tem constipação intestinal crônica (prisão de ventre), as quais, por esse motivo, não têm uma boa produção de serotonina e apresentam maior irritabilidade, propensão a depressão, e, no caso das mulheres, exacerbação dos sintomas da TPM.

A serotonina é a precursora da melatonina

Melatonina outro hormônio, o qual é o antioxidante mais potente do corpo humano, responsável por reparar os danos causados pelo stress e ação dos radicais livres. A melatonina é produzida durante o sono profundo, e, por isso, não dormir a quantidade necessária de horas ou ter um sono leve não recupera o corpo e acelera o processo de envelhecimento. Porém, para que a melatonina seja produzida é necessário que haja quantidade suficiente dos seus precursores, e para isso, é necessário ingestão suficiente de triptofano para formar a serotonina e bom funcionamento intestinal, para que a serotonina seja produzida adequadamente.

Para garantir a manutenção da flora intestinal saudável e  seu equilíbrio, deve-se consumir alimentos que favorecem o crescimento das bactérias desejáveis (principalmente fibras solúveis - aveia, cenoura, polpa da maçã, etc), consumir alimentos com as próprias bactérias “boas” como kefir, tofú, iogurtes, probióticos e evitar os que favorecem o desenvolvimento da bactérias patogênicas (excesso de doces, açúcar, farinhas refinadas).


Outras atitudes que podem auxiliar o bom funcionamento intestinal são: 
  • ingestão hídrica adequada, necessária para hidratação das fibras e aumento do volume do bolo fecal, controle da ingestão de gorduras saturadas e trans. O suco de couve é um santo remédio para o bom funcionamento do instestino, ele neutraliza a acidez estomacal é rico em vitaminas e minerais.


Evitar comidas picantes, muito salgadas, com excesso de condimentos ou conservantes, doces concentrados e alimentos que provocam flatulência (feijão, grão de bico, repolho etc.). É preciso cuidado com o leite: 60% a 70% daqueles com mais de 60 anos apresentam algum nível de intolerância à lactose.

O consumo de fibras deve ser estimulado em caso de obstipação, mas evitado se houver diarréia. As fibras solúveis, como as encontradas em polpas de frutas e alguns cereais, ajudam a formar e compactar o bolo fecal. As insolúveis, presentes na casca das frutas, em alguns cereais e em todas as verduras, não têm capacidade de compactá-lo e funcionam como laxantes.

Video explicativo sobre o assunto
https://www.youtube.com/watch?v=kjGA6ikQT6Ahttps://www.youtube.com/watch?v=kjGA6ikQT6A

Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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