segunda-feira, 4 de julho de 2016

Mais de 70% dos trabalhadores são sedentários, diz pesquisa

Somente um quarto da população brasileira que trabalha com carteira assinada pratica atividade física. A constatação é do recorte "Indicadores de Saúde e Mercado de Trabalho" da mais recente Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), divulgado nesta quinta-feira (30) pelo IBGE e Ministério da Saúde, parceiros no estudo.
São 25,2% dos trabalhadores brasileiros - considerando somente o mercado formal -, a parcela que pratica o nível recomendado de exercícios físicos, que é de, pelo menos, 150 minutos semanais de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa. Isso significa que uma parcela majoritária – 74,8% -, não se exercita em ritmo satisfatório.

"A atividade física tem reflexos importantes para a saúde", frisa a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde , Fátima Marinho. "Ela melhora a capacidade cardiovascular, reduz a pressão arterial e o diabetes. Temos sempre que lembrar que as doenças cardiovasculares são a primeira causa de mortalidade no Brasil, e uma das principais causas de internações hospitalares", acrescentou.


Ainda no aspecto "estilo de vida", a pesquisa constatou que:
  •  15,2% da população do mercado formal de trabalho fumam 
  • e 30% consomem bebida alcoólica uma ou mais vezes por semana – proporção de consumo de álcool maior que a média nacional se considerados todos os brasileiros com mais de 18 anos, que é de 24%,
  •  segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). No quesito doenças crônicas, o estudo detectou que 6,2% dos trabalhadores com carteira assinada sofrem de depressão, enquanto entre os desempregados essa proporção é de 7,5%.

 O sedentarismo   é   considerado   a   doença   do   milênio   por   tratar-se   do comportamento  cotidiano  de  hábitos  decorrentes  dos  confortos  da  vida  moderna. Definido também  como  a falta  e/ou  ausência  e/ou  diminuição  de atividades físicas ou esportivas. Algumas pessoas com poucas atividades físicas e que perde poucas calorias durante a semana é considerada sedentária ou com hábitos sedentários. 
Muitas  empresas  não  se  preocupam  com  a  ergonomia  nos  postos  de  trabalho  e não oferecem  aos  seus  trabalhadores móveis  e  equipamentos  adequados  para passar o dia trabalhando. As longas horas na postura sentada tem sido a causa de diversas   doenças,   a   exemplo   das   osteomusculares   e   das   hérnias   discais, prejudicando   sobremaneira   o   desempenho   profissional.   Como   resultado  ficou comprovado  os  prejuízos  que  a  postura  sentada,  a  falta  de  ergonomia  e  o sedentarismo   têm   para   a   saúde dos   trabalhadores   e   a   necessidade   dos profissionais de saúde em contribuírem para amenizar tal situação

ACIDENTES DE TRABALHO –  3,4% dos empregados com carteira assinada no Brasil sofreram acidente de trabalho nos 12 meses anteriores à data da entrevista, sendo que a proporção é maior entre os homens (5,1%) que entre as mulheres (1,9%).  
*Devido ao acidente, 32,9% dessas pessoas deixaram de realizar suas atividades habituais, e 12,4% ficaram com sequela ou incapacidade decorrente do acidente.

NECESSIDADES ESPECIAIS – De acordo com o estudo, 7,2% da população brasileira com mais de 14 anos têm algum tipo de necessidade especial – intelectual, física, auditiva ou visual.
No mercado de trabalho formal, 0,8% dos trabalhadores são pessoas com incapacidades físicas, 0,6% têm deficiências auditivas e 3,1%, visuais.

PLANO DE SAÚDE – A PNS 2013 constatou que 28,9% da população com mais de 14 anos têm plano de Saúde; no mercado de trabalho formal, esta proporção é de 32,5%.
Entre os titulares de planos de Saúde, 67,2% são empregados com carteira assinada – destes, 41,2% têm seus planos pagos por meio do trabalho atual ou anterior.

DOENÇAS CRÔNICAS – O sedentarismo, ao lado da obesidade e da má alimentação, é fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas. Um dos objetivos do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), lançado em 2011 pelo Ministério da Saúde, é deter o crescimento da proporção de adultos brasileiros com excesso de peso ou com obesidade: segundo a Pesquisa Nacional De Saúde de 2013, a prevalência de obesidade entre os homens é de 16,8% - chegando a 23% nos homens entre 55 e 64 anos -, e a de excesso de peso (sobrepeso e obesidade) é de 55,6%, chegando a 64,5% nos homens entre 55 e 64 anos.

*Em março, o Ministério da Saúde criou a Linha de Cuidados da Atenção Básica para excesso de peso e outros fatores de risco associados ao sobrepeso e à obesidade até o atendimento em serviços especializados. A Atenção Básica proporciona diferentes tipos de tratamentos e acompanhamentos ao usuário, o que inclui também atendimento psicológico.

A pessoa com sobrepeso (IMC igual ou superior a 24,9) poderá ser encaminhada a um polo da Academia da Saúde para realização de atividades físicas e a um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para receber orientações para uma alimentação saudável e balanceada. Atualmente, 77% dos 2.040 NASFs contam com nutricionistas; 88,6% com psicólogos e 50,4% com professores de educação física. A evolução do tratamento deve ser acompanhada por uma das 39,2 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS), presentes em todos os municípios brasileiros.

O Programa Academia da Saúde é a principal estratégia para induzir o aumento da prática da atividade física na população. Até agora, já foram repassados R$ 175 milhões, de um total de investimento previsto de R$ 390 milhões. A iniciativa prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de práticas corporais, atividades físicas e lazer. Atualmente, há mais de 2,8 mil polos habilitados para construção em todo o país e outros 155 projetos pré-existentes que foram adaptados e custeados pelo Ministério da Saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário