quinta-feira, 9 de novembro de 2017

DICLOFENACO- O Anti-inflamatório mais usado no Brasil

O diclofenaco ou diclofenac pertence ao grupo de medicamentos chamado anti-inflamatórios não esteroides (AINE), que possuem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.

Este medicamento é indicado para uma série de condições de origem inflamatória, tais como artrites, dor por traumas, inflamações dentárias, pós-operatórios, etc.

Diferenças entre o diclofenaco sódico e o diclofenaco de potássio

Na prática, a diferença é praticamente nenhuma. Ambos possuem as mesmas propriedades farmacodinâmicas e farmacocinéticas. A dose de administração é a mesma e os efeitos adversos e a taxa de eficácia são exatamente iguais.


*A mólecula ativa desse tipo de anti-inflamatório é o diclofenaco, sendo o sódio ou potássio apenas o sal ao qual ele está associado.

Existem alguns estudos que sugerem que a absorção do diclofenaco de potássio é ligeiramente mais rápida que a do diclofenaco de sódio, o que seria responsável por uma diferença de cerca de 30 minutos em relação ao momento que o fármaco atinge o seu pico de concentração plasmática. Na prática, porém, isso tem pouca relevância clínica.

O diclofenaco sódico é pior para quem tem hipertensão?

Não, qualquer anti-inflamatório não esteroide é ruim para a hipertensão arterial, mas a culpa é do diclofenaco em si, e não do sódio a ele associado, já que a concentração deste sal em cada comprimido é mínima.

A quantidade de sódio em um comprimido de 50 mg de diclofenaco sódico é de 3,6 mg. Na dose habitual de 150 mg por dia, isso significa cerca de 11 mg de sódio. Só como comparação, uma fatia de pão costuma ter entre 100 e 200 mg de sódio.

A quantidade de sódio diária recomendada pela Organização mundial de saúde é de 2000 mg por dia. Portanto, a quantidade sódio que você irá consumir diariamente ao tomar o diclofenaco sódico corresponde a apenas 0,5% do limite recomendado.

O diclofenaco potássico faz mal para quem deve restringir o potássio na dieta?

Não, a quantidade de potássio presente em cada comprimido de diclofenaco é muito pequena. Um comprimido de 50 mg de diclofenaco potássico possui cerca de 5,8 mg de potássio. Só como comparação, uma única banana contém cerca de 400 mg de potássio.

É importante destacar, porém, que a restrição de potássio costuma estar indicada para o pacientes com insuficiência renal crônica avançada. Neste grupo, o diclofenaco, assim como qualquer outro anti-inflamatório, está contraindicado.

O diclofenaco já é vendido como medicação genérica, sendo muito fácil encontrá-lo nas farmácias.

Existem vários nomes comerciais disponíveis no mercado, tanto do diclofenaco sódico quanto do potássico. Alguns exemplos são:


    Abiflan.
    Artren.
    Belfaren.
    Biofenac.
    Cataflam.
    Clofen.
    Desinflex.
    Dflam.
    Diclac SR.
    Diclofenac.
    Fenaflan.
    Flamatrat.
    Flodin Duo.
    Infladex.
    Maxilerg.
    Neotaflan.
    Neotaren.
    Probenxil.
    Reutrite.
    Sifdiclop.
    Still.
    Voltaren.

Para que serve o diclofenaco

O diclofenaco é uma droga anti-inflamatória não esteroide indicada para o tratamento das dores de leve a moderada intensidade.

Entre as condições mais indicadas podemos citar:
   
     Artrite reumatoide.
    Espondilite anquilosante.
    Osteoartrose.
    Dismenorreia (cólica menstrual).
    Gota.
    Amigdalites.
    Enxaqueca.
    Cálculo renal.
    Inflamações odontológicas.
    Tendinites.
    Lombalgia e outras dores articulares e de coluna.
    Controle da dor no pós-operatório.
    Traumas.

O diclofenaco tem uma ação antipirética fraca, não sendo uma boa opção quando o paciente apresenta febre isolada, sem algum tipo de dor associada.

Posologia

→ Comprimidos (25 mg, 50 mg, 75 mg ou 100 mg):

A dose diária total recomendada para casos de dor e/ou inflamação é de 75 a 150 mg por dia, divididos em 2 ou 3 doses por dia.

*Assim como ocorre com qualquer outro anti-inflamatório não esteroide, o uso do medicamento por mais de 1 semana sem orientação médica deve ser evitado.


Doses até 200 mg por dia (100 mg de 12/12 horas) podem ser utilizadas em algumas situações especiais. Porém, devido ao maior risco de efeitos colaterais, essa dose mais elevada deve ser evitada, a não ser que haja uma explícita orientação médica.

→ Supositórios (12,5 mg, 25 mg, 50 mg ou 75 mg):

A posologia diária é de 100 a 150 mg, divididos em 2 ou 3 tomadas por dia.

→ Colírio (1 mg/ml):

Instilar 1 gota no saco conjuntival, 4 a 5 vezes por dia.

→ Pomada oftálmica (1 mg/g):

Aplicar pequena quantidade no saco conjuntival, 2 a 3 vezes por dia.

→ Gel creme (10 mg/g):

Aplicar na área inchada ou dolorida, 3 a 4 vezes ao dia.

EFEITOS COLATERAIS

Por ser um anti-inflamatório não esteroide (AINE), o diclofenaco partilha de todos os efeitos colaterais desta classe de fármacos.

Os principais efeitos colaterais do diclofenaco são:

    Edemas (33%).
    Agravamento da hipertensão arterial (3%).
    Dor de cabeça (8%).
    Tonturas (2%).
    Náuseas e vômitos (7%).
    Diarreia (6%).
    Prisão de ventre (8%).
    Dispepsia (queimação no estômago) (3%).
    Flatulência (3%).
    Coceira na pele (7%).
    Dor nas articulações (5%).

Duas complicações graves do diclofenaco são a úlcera péptica e a insuficiência renal, que podem surgir com o uso prolongado de qualquer AINE. Pacientes que fazem uso crônico de diclofenaco também apresentam maior risco de complicações cardiovasculares.

Obs: o diclofenaco em gel ou nas formas oftalmológicas apresentam pouca absorção sistêmica e os efeitos colaterais descritos acima são menos comuns.

PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

O diclofenaco não deve ser administrado a nenhum paciente que já tenha tido reação alérgica ou crise de broncoespasmo (asma) relacionada a qualquer anti-inflamatório não esteroide ou ácido acetilsalicílico (aspirina).

Como os anti-inflamatórios inibem a ação das plaquetas, nos pacientes com cirurgia programada, o diclofenaco deve ser suspenso pelo menos 48 horas antes para minimizar o risco de sangramento.

O diclofenaco deve ser evitado nos pacientes com as seguintes condições:

    Insuficiência cardíaca.
    Elevado risco de doenças cardiovascular, como infarto.
    Gastrite ou úlcera péptica.
    História de hemorragia digestiva.
    Insuficiência renal.
    Doença hepática avançada, como cirrose.
    Hipertensão arterial mal controlada.
    Sangramentos ativos.
    Trombocitopenia (nível sanguíneo de plaquetas muito baixo).
    Hipercalemia (níveis elevados de potássio no sangue).
    Gravidez.
    Aleitamento materno.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

A associação do diclofenaco com os seguintes fármacos deve evitada ou feita somente sob orientação médica: 
  • varfarina, diuréticos, digoxina, metotrexato, ciclosporina, lítio, citalopram, escitalopram, fluoxetina, paroxetina ou sertralina.

Devido ao maior risco de lesão renal, a associação de qualquer anti-inflamatório com anti-hipertensores da classe dos Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECA) ou Antagonistas dos Receptores da Angiotensina II (ARA2) deve ser evitada.

*Quem já está tomando um anti-inflamatório não deve utilizar o diclofenaco. Não há aumento da analgesia e o risco de efeitos colaterais eleva-se muito quando se associam dois AINE.

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