Palavra latina usada na área da saúde no século XVII, foi somente em 1926 que o
pai da “estressologia”, dr. Hans Selye, a usou para descrever um estado de tensão patogênico do organismo.
Chama-se de stress a um estado de tensão que causa uma ruptura no equilíbrio interno do organismo. É por isso que às vezes, em momentos de desafios, nosso coração bate rápido demais, o estômago não consegue digerir a refeição e a insônia ocorre.
Quando conseguimos utilizar estratégias de enfrentamento para restabelecer a ordem interior, o stress é eliminado e voltamos ao normal. Todos nós já entramos nestes dois estágios e deles saímos com sucesso. A volta ao equilíbrio pode ocorrer pelo término da fonte de stress ou, mesmo em sua presença, quando aprendemos a lidar com ela adequadamente.
Ninguém fica estressado de um dia para o outro. Na prática, essas manifestações corporais vão ocorrendo lentamente e a pessoa se acostuma com elas. Há pessoas que experimentam picos de adrenalina e vivem bem assim. Os corredores de Fórmula 1, por exemplo, mostram-se bem adaptados ao estresse inerente à sua profissão.
Se a pessoa notar que já não se levanta com a mesma disposição, a mesma energia para desempenhar suas atividades diárias, que se irrita com os outros facilmente, que seu comportamento está fugindo do padrão habitual, se não consegue dormir, ou mesmo dormindo a noite inteira, não acorda descansada, pois o sono não foi tranquilo e reparador, precisa ficar atenta. Algo dentro dela está avisando que as coisas não vão bem e que é fundamental tomar certas medidas para evitar consequências mais sérias. Em geral, é alguém de fora que chama atenção para o problema. A roda da vida quase sempre impede que a própria pessoa perceba com clareza o que está acontecendo com ela.
Por quanto tempo alguém pode resistir ao stress?
Se a tentativa de voltar a homeostase (equilíbrio) se prolonga por um longo período ou não
é bem-sucedida, entramos na fase intermediária do stress enquanto tentamos resistir às forças que estão quebrando nossa harmonia interior. O tempo necessário para se conseguir o equilíbrio varia de pessoa para pessoa, dependendo de sua resistência natural ao stress e do cabedal de estratégias de enfrentamento que tenha adquirido na vida para lidar com os problemas. Quanto mais resistente for e quanto mais estratégias ela utilizar, mais tempo conseguirá resistir aos estressores crônicos ou muito intensos.
Como saber se atingi o meu limite?
Há pessoas que têm em suas vidas uma fonte de stress grande e permanente, como uma ocupação complicada ou uma situação familiar conflituosa, que constantemente afeta o seu equilíbrio interior. Nesses casos o processo do stressse constitui em um ciclo de altos e baixos, em que a pessoa consegue, com esforço, restabelecer o equilíbrio, este é quebrado novamente e mais uma vez é res-
tabelecido temporariamente. Isso pode se prolongar por anos, até que um dia sua energia adaptativa se esgota e, não tendo mais como resistir, ela começa a adoecer. Para outras pessoas, o fim da resistência é mais rápido, pode levar alguns dias.
Quando não se consegue mais lidar com a tensão emocional, o corpo e a mente dão sinais visíveis de alerta. A memória começa a falhar, coisas pequenas e corriqueiras são esquecidas como se nunca tivessem acontecido. Não se consegue lembrar fatos, nomes ou tarefas, mesmo as mais simples. O
outro sinal do corpo é acordar de manhã, após uma boa noite de sono, muito
cansado.
A sensação de desgaste físico e mental, acompanhada de falhas da memória, questionamentos sobre a nossa própria competência (autodúvidas), apatia e desinteresse pelas coisas que antes davam prazer se constituem em sinais de que a tensão está excessiva. Quando se conhecem alguns fatos sobre o
stress e se tomam medidas para afastar a causa ou se melhora a habilidade de lidar com ela, o stress excessivo é eliminado e podemos voltar ao normal.
Esse momento, quando os sinais descritos aparecem, é justamente o marco do limite da nossa resistência
Se nada é feito para aliviar a tensão, então o organismo, já sem energia para enfrentar o problema, enfraquece e uma série de doenças começa a aparecer, como gripes, gastrite, retração de gengiva, problemas dermatológicos etc. Caso o stress continue, a pessoa cada vez mais se sentirá exaurida, sem energia, depressiva, com crises de ansiedade e desânimo. Autodúvida, inabilidade para se concentrar e trabalhar surgem. Às vezes pesadelos ocorrem. Na área física, muitos tipos de doenças podem ocorrer, dependendo da herança genética da pessoa. Uns adquirem úlceras, outros desenvolvem hipertensão, outros ainda têm crises de pânico, de herpes, de psoríase ou vitiligo, entre outras. Existe o risco de ocorrerem problemas graves, como enfarte, derrames etc.
Não é o stress que causa essas doenças, mas ele propicia o desencadeamento daquelas para as quais a pessoa já tinha uma predisposição ou, ao reduzir a defesa imunológica, ele abre espaço para que doenças oportunistas se manifestem.
Levantamento de sintomas de stress
1. Tensão muscular, tais como aperto de mandíbula, dor na nuca etc.;
2. Hiperacidez estomacal (azia) sem causa aparente;
3. Esquecimento de coisas corriqueiras, como o número de um telefone que usa com freqüên-
cia, onde pôs a chave etc.;
4. Irritabilidade excessiva;
5. Vontade de sumir de tudo;
6. Sensação de incompetência, de que não vai conseguir lidar com o que está ocorrendo;
7. Pensar em um só assunto ou repetir o mesmo assunto;
8. Ansiedade;
9. Distúrbio do sono, ou dormir demais ou de menos;
10. Cansaço ao levantar;
11. Trabalhar com um nível de competência abaixo do seu normal;
12. Sentir que nada mais vale a pena
Como tratar meu stress?
Em primeiro lugar deve-se sempre lembrar que os efeitos do stress podem ser
completamente revertidos se a pessoa ainda não chegou ao ponto de ter contraí-
do doenças mais graves.
E de onde vem o stress?
Aquilo que gera stress é chamado de estressor ou fonte de stress. Existem vários
tipos de estressores e muitas vezes o que estressa uma pessoa não estressa outra. Para facilitar a identificação do que está criando stress, dividimos os estressores em duas categorias: fontes externas e internas.
As fontes externas são constituídas de tudo aquilo que ocorre em nossas vidas e que vem de fora do nosso organismo: a profissão, a falta de dinheiro, brigas, assalto, perdas, falecimentos.
Tudo o que exija do organismo uma maior adaptação cria stress. Pela definição, compreende-se que não são somente os acontecimentos negativos que dão origem ao stress. Determinados eventos,
mesmo que nos tragam muita felicidade, podem também exigir uma adaptação grande e, por isso, se tornam fontes positivas de stress.
As fontes internas se referem ao que chamo de nossa “fábrica” particular de stress, ao nosso modo de ser, nossas crenças e valores, nosso modo de agir.
Os estressores externos são mais fáceis de serem identificados porque são passíveis de inspeção objetiva de qualquer um. Sabemos perfeitamente bem que qualquer um que passou pela morte de um ente querido deve estar sob um stress excessivo. Mas quando nos referimos àquilo que está dentro
do ser humano, escondido, às vezes dormente, torna-se muito difícil de avaliar.
A própria pessoa muitas vezes não consegue perceber que certos modos de pensar e analisar o mundo podem estar lhe criando stress.
Um dos pontos mais importantes que se deve observar para aprender a lidar com o stress é justamente conseguir perceber e eliminar algumas fontes de stress que estejam ao nosso alcance. Quando a criança cresce sem fontes internas de stress, ela tem muito mais chance de vir a ser um adulto adaptado e feliz, enquanto a criança estressada que cresce em meio ao estresse será talvez um adulto fragilizado, vítima em potencial do stress do dia-a-dia.
Profissões mais estressantes, segundo pesquisas
Alexandrina Meleiro é médica psiquiatra e trabalha no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
É muito comum em profissões de maior impacto de estresse, a existência de um número grande de etilistas. Por quê?
Porque diante de situações que não sabe administrar, a pessoa recorre ao álcool (e a outras drogas, como maconha, cocaína, energizantes, etc.) para se anestesiar, criando, assim, uma fantasia de bem-estar com consequências potencialmente desastrosas.
"Em geral, as profissões de maior impacto de estresse são as que lidam com o ser humano, nas quais a interrelação pessoal é permanente. Médicos, professores, jornalistas são exemplos de gente que não pode falhar. Recentemente, os policiais passaram a engrossar esse grupo, assim como as pessoas que trabalham em bolsas de valores e em bancos por causa da instabilidade do sistema financeiro. Outro dia me perguntaram se as donas de casa estariam livres do estresse. Não estão. Gerir uma casa com orçamento minguado e múltiplas responsabilidades as tornam sujeitas a cargas maciças de estresse."
A atividade física ajuda a neutralizar a ação dos neurotransmissores que são liberados pelo estresse, porque nosso organismo tem uma fábrica excelente de endorfina. Se fizermos exercícios, quaisquer que sejam eles, por mais de 20 minutos, o nível de endorfina, principalmente no cérebro, aumenta e isso proporciona uma sensação de bem-estar. Portanto, exercitar-se é o melhor remédio para os estressados.
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo
Amei o blog!
ResponderExcluirObrigada Any
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