A vitamina D, também conhecida como calciferol, é uma substância essencial para a nossa saúde, sendo uma das responsáveis pelo controle dos níveis de cálcio e fósforo no sangue e nos ossos. Nos últimos anos, a vitamina D tem ganhado atenção na mídia e no meio médico por suas supostas ações contra infecções, câncer e doenças cardíacas.
A vitamina D vem sendo uma das principais e mais estudadas substâncias do nosso organismo.Vários estudos apontam para a sua importância não somente no metabolismo ósseo, mas para sua correlação com os demais órgãos e tecidos e suas implicações em doenças não -ósseas. Esse é uma fato relevante, já que historicamente a indicação clássica do uso da vitamina D é para a prevenção de doenças ósseas como osteoporose, osteopenia, entre outras.
A vitamina D é bastante conhecida pela sua função no desenvolvimento e na manutenção do tecido ósseo, bem como pela manutenção da homeostase normal do cálcio e do fósforo. Porém, evidências recentes sugerem o envolvimento dessa vitamina em diversos processos celulares vitais, como:
- diferenciação e proliferação celular,
- secreção hormonal (por exemplo: insulina),
- assim como no sistema imune e em diversas doenças crônicas não transmissíveis
Metabolismo da vitamina D no organismo
Existem duas formas básicas de vitamina D:
- colecalciferol (vitamina D3)
- ergocalciferol (vitamina D2)
Tanto o colecalciferol (vitamina D3) quanto o ergocalciferol (vitamina D2) são formas inativas da vitamina D. Para que a vitamina D possa exercer seus efeitos no organismo, mais duas metabolizações são necessárias.
O processo se dá da seguinte maneira:
- as vitaminas D3 e D2 obtidas na alimentação e/ou exposição solar são transportadas para o fígado, onde serão transformadas em calcidiol (25-hidroxivitamina D).
- O calcidiol é a forma que o corpo usa para armazenar a vitamina D. Por isso, quando queremos saber se o paciente tem níveis adequados de vitamina D no corpo, dosamos no sangue os níveis de 25-hidroxivitamina D (25OH vit D).
Quando o organismo sente necessidade de agir sobre os níveis de cálcio do sangue e dos ossos, uma parte desta 25-hidroxivitamina D é transportada até o rins, onde sofrerá o último processo de metabolização, transformando-se em calcitriol (1,25-hidroxivitamina D), esta sim a forma ativa da vitamina D.
Portanto, resumindo, a obtenção e ativação da vitamina D podem seguir dois caminhos:
- Alimentos » fígado » rim.
- Pele » fígado » rins.
A vitamina D e seus pró-hormônios têm sido alvo de um número crescente de pesquisas nos últimos anos, demonstrando sua função além do metabolismo do cálcio e da formação óssea, incluindo sua interação com o sistema imunológico, o que não é uma surpresa, tendo em vista a expressão do
receptor de vitamina D em uma ampla variedade de tecidos corporais como:
- cérebro, coração, pele, intestino, gônadas, próstata, mamas e células imunológicas, além de ossos, rins e paratireoides.
Estudos atuais têm relacionado a deficiência de vitamina D com várias doenças autoimunes, incluindo:
- Artrite reumatoide
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Esclerose múltipla (EM)
- Diabetes melito tipo 1
- Doença inflamatória intestinal (DII)
- Doenças inflamatórias cutâneas
Benefícios da vitamina D
O principal papel da vitamina D é controlar o metabolismo do cálcio e do fósforo, mantendo os ossos saudáveis. Crianças com deficiência de vitamina D desenvolvem raquitismo e adultos sofrem de osteomalácia e osteoporose. Idosos com falta de vitamina D apresentam também menor força muscular e maior risco de quedas e fratura do colo do fêmur.
O principal papel da vitamina D é controlar o metabolismo do cálcio e do fósforo, mantendo os ossos saudáveis. Crianças com deficiência de vitamina D desenvolvem raquitismo e adultos sofrem de osteomalácia e osteoporose. Idosos com falta de vitamina D apresentam também menor força muscular e maior risco de quedas e fratura do colo do fêmur.
FONTES DE VITAMINA D:
Óleo de fígado de bacalhau – 1 colher de chá contém 450 UI; 1 colher de sobremesa contém 1350 UI
Arenque cru – 100 g contêm 1628 UI
Salmão-vermelho cru, enlatado ou cozido – 75 g contêm 600 UI
Salmão-rosa cru, enlatado ou cozido – 75 g contêm cerca 500 UI
Atum – 75 g contêm cerca de 200 UI
Ovos – 2 unidades grandes contêm cerca de 80 UI
Bife de vaca – 75 g contêm cerca de 36 UI
Em humanos, os estudos realizados são pequenos e não controlados, porém também parecem apontar para efeitos benéficos da suplementação da vitamina D na prevenção do desenvolvimento de doenças autoimunes, bem como na redução da gravidade da doença preexistente.
Clinicamente, a deficiência de vitamina D, bastante comum em idosos, inclusive em nosso país, tem sido relacionada a um aumento da incidência de quedas, a uma diminuição da força muscular e a uma deterioração do equilíbrio, avaliada pela oscilação do corpo na postura ereta, com prejuízo do equilíbrio e aumento da incidência de quedas. Estes efeitos neuromusculares tornaram-se relevantes na prevenção das fraturas osteoporóticas.
.Recentemente, estudos demonstraram também a ação e a influência da vitamina D sobre a secreção de insulina na célula beta pancreática e sua possível relação sobre o controle glicêmico e incidência do diabetes.
Suplementos de vitamina D
Como os especialistas ainda não chegaram ao um consenso sobre quais são os níveis adequados de 25-hidroxivitamina D, os critérios para se indicar suplementos de vitamina D mantêm-se confusos. Há médicos que indicam suplementos quando os níveis de 25-hidroxivitamina D estão abaixo de 50 ng/mL, enquanto outros somente quando abaixo de 30 ou 20 ng/mL.
As normas da Sociedade Americana de Endocrinologia sugerem suplementação de vitamina D, visando manter a concentração de 25-hidroxivitamina D acima de 30 ng/mL. Habitualmente, a dose de 600 a 800 UI por dia é suficiente para atingir este alvo.
*A suplementação com colecalciferol (vitamina D3) é mais indicada que com ergocalciferol (vitamina D2), apesar desta última também ser uma opção aceitável.
Em pessoas com deficiência mais grave, como nos casos de 25-hidroxivitamina D em níveis abaixo de 20 ou 15 ng/dl, doses diárias mais elevadas de vitamina D, como até 2.000 UI, podem ser necessárias.
Se for possível realizar alterações na dieta e no padrão de exposição solar, muitas vezes o paciente consegue alcançar níveis de 25-hidroxivitamina D adequados sem suplementos. É bom lembrar que um bom prato de salmão chega a fornecer 1.000 UI de vitamina D e 30 minutos de exposição solar pode produzir 10.000 UI de vitamina D.
Os idosos, porém, são o grupo que tem mais dificuldade de corrigir sua deficiência de vitamina D sem a ajuda de suplementos. Quem mora em locais mais frios também costuma precisar de suplementos de vitamina D, principalmente no inverno.
Como os pacientes com doença do fígado ou dos rins são normalmente incapazes de metabolizar adequadamente as vitaminas D2 e D3, a reposição costuma ser feita diretamente com 25-hidroxivitamina D ou 1,25-hidroxivitamina D.
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