segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Doenças que podem ser causa de dor na barriga

              Abaixo de forma resumida as principais doenças que cursam com dor na barriga


A região abdominal, por ser aquela que possui mais órgãos em nosso corpo, está mais sujeita a doer por uma enormidade de diferentes causas e doenças. A dor abdominal, chamada popularmente de dor na barriga, é muitas vezes um desafio para o médico, dada a grande quantidade de diagnósticos diferenciais possíveis.


Na maioria das vezes, a dor abdominal é um evento benigno e autolimitado. Todo mundo já sentiu dor na barriga de leve intensidade que desapareceu sem necessidade de tratamento médico. Todavia, quando a dor abdominal é de forte intensidade ou há outros sintomas associados, como febre, vômitos, prostração ou diarreia sanguinolenta, a avaliação de um médico faz-se necessária.

1. Gastrite e úlcera péptica

A gastrite e as úlceras de estômago ou de duodeno normalmente apresentam sintomas semelhantes: uma dor em queimação na região superior do abdômen, principalmente no epigástrio.

Essa dor na barriga é chamada de dispepsia e costuma surgir quando o estômago está vazio. Sua intensidade é muito variável e não serve para distinguir a úlcera de uma simples gastrite.

A presença de sangue nas fezes ou no vômito associada a um quadro de dispepsia costuma indicar úlcera sangrante. Idosos com dispepsia e anemia sem causa aparente também devem ser investigados para úlceras.

2. Colecistite e pedras na vesícula

A simples presença de pedras na vesícula, chamada de colelitíase, não costuma causar sintomas.Contudo, ocorre dor abdominal caso haja obstrução do ducto de drenagem da vesícula biliar por uma dessas pedras. Se a obstrução for prolongada, surge a colecistite, inflamação da vesícula.

Chamada de cólica biliar, essa dor costuma localizar-se no hipocôndrio direito e epigástrio e surgir logo após a ingestão de alimentos gordurosos. A dor da cólica biliar pode irradiar-se para as costas e para o ombro direito.

A cólica biliar simples, sem colecistite, costuma surgir com mais intensidade nas primeiras duas horas após a última refeição. Quando a dor é acompanhada de febre e vômitos e não melhora com o passar das horas, normalmente é  indício da presença de uma colecistite.

3. Pancreatite aguda

A inflamação do pâncreas, chamada de pancreatite aguda, normalmente ocorre em pessoas que abusam de bebidas alcoólicas.

Essa inflamação costuma surgir de 1 a 3 dias após grande ingestão de álcool, manifestando-se com uma intensa dor em toda a região superior do abdômen, incluindo ambos os hipocôndrios e o epigástrio. Além de durar vários dias, essa dor costuma estar acompanhada de vômitos e piorar após a alimentação.

4. Hepatite aguda

O termo hepatite refere-se à  inflamação do fígado. As hepatites mais comuns são causadas pelos vírus A, B ou C. A hepatite aguda, porém, pode surgir por várias outras razões, como intoxicações medicamentosa ou consumo excessivo de álcool

A hepatite aguda costuma provocar dor mal definida no hipocôndrio direito e estar associada à presença de icterícia.

5. Pedras nos rins

O cálculo renal costuma manifestar-se com intensa dor na região lombar, unilateralmente. Frequentemente se irradia para o abdômen, principalmente nos flancos. Se a pedra estiver obstruindo o ureter próximo à bexiga, a dor pode ser no hipogástrio ou na fossa ilíaca, expandindo-se para a região escrotal.

A cólica renal é considerada uma das formas mais intensas de dor que o paciente pode sentir.

6. Apendicite

A dor da apendicite costuma ser em crescendo e inicia-se difusamente, principalmente ao redor do umbigo, indo se localizar no quadrante inferior direito do abdômen somente quando se torna mais intensa.

É muito comum que o paciente também apresente febre, vômitos e um abdômen bem endurecido. Diarreia não é comum na apendicite.

7. Diverticulite

Um divertículo é uma pequena bolsa que se forma na parede do intestino grosso (cólon), semelhante a um dedo de luva, normalmente em pessoas acima de 60 anos. Sua inflamação é chamada de diverticulite.


A maioria dos divertículos que inflamam estão localizados na porção descendente do cólon, localizada à esquerda no abdômen. Em 70% dos casos, a diverticulite manifesta-se com uma dor no quadrante inferior esquerdo do abdômen em pessoas acima de 60 anos. Essa dor dura vários dias e costuma vir acompanhada de febre.

Quando ocorre inflamação de um divertículo na parte ascendente do intestino grosso (à direita), os sintomas são muito parecidos com os da apendicite.
8. Infecção intestinal e diarreia

As infecções intestinais, sejam elas de origem bacteriana ou viral, são causas comuns de dor abdominal. A manifestação mais comum é uma cólica abdominal associado a diarreia e/ou vômitos.

Infecções bacterianas graves podem provocar diarreia sanguinolenta, quadro conhecido como disenteria.

As parasitoses intestinais também são causa frequente de dor abdominal, que pode vir associada ou não à diarreia.

9.Cólica menstrual (dismenorreia)

As cólicas menstruais ocorrem na porção inferior do abdômen, geralmente na linha média, mas podem irradiar-se para as costas e coxas

Sintomas, como náuseas, suores, dor de cabeça, fezes amolecidas e tonturas podem estar associados.

10. Outras causas


Além das causas descritas acima, várias outras também podem causar dor abdominal ou pélvica, entre elas:
  •     Tumores dos órgãos abdominais ou pélvicos.
  •     Obstrução intestinal.
  •     Infarto e isquemia intestinal.
  •     Aneurisma de aorta abdominal.
  •     Infecção urinária.
  •     Hérnias.
  •     Cetoacidose diabética.
  •     Doença de Crohn ou retocolite ulcerativa.
  •     Doenças dos ovários.
  •     Endometriose.
  •     Gravidez ectópica.
  •     Mioma uterino.
  •     Abscesso hepático.
  •     Anemia falciforme.
  •     Rins policísticos.

Causas de dor abdominal originadas fora do abdômen

Algumas doenças de órgãos não localizados no abdômen/pelve podem apresentar dor abdominal. Esses tipos de manifestações são atípicas, mas volta e meia são vistas na prática médica. Entre essas causas podemos citar:
  •     Infarto do miocárdio.
  •     Pneumonia.
  •     Hérnia de hiato.
  •     Derrame pleural.

O que é a peritonite?

Os órgãos da cavidade abdominal não ficam soltos dentro da barriga. Eles são envolvidos por uma membrana muito vascularizada e inervada, chamada de peritônio.


A peritonite, a inflamação do peritônio, é um quadro grave, pois significa que alguma infecção/inflamação abdominal se tornou extensa o suficiente para acometer o peritônio. Como é bastante enervado, o peritônio costuma doer muito quando inflamado e, como é muito vascularizado, facilita a propagação de bactérias da região abdominal para o resto do organismo, podendo levar à sepse.

Os sintomas da peritonite são uma intensa dor abdominal difusa, associada a um enrijecimento da barriga derivado da contração involuntária da musculatura abdominal. O paciente costuma apresentar aspecto de uma pessoa doente. Além disso, normalmente há febre e vômitos associados.

Uma característica da peritonite é haver intensa dor quando apertamos a barriga e a soltamos rapidamente. Ao contrário das outras causas de dor abdominal, nas quais a dor é maior durante a pressão com as mãos, na peritonite há mais dor quando se tira a mão rapidamente do que quando se está apertando a barriga.

Uma característica da peritonite é haver intensa dor quando apertamos e, em seguida, soltamos rapidamente a barriga. Diferentemente das outras causas, nas quais há maior dor quando se pressiona o abdômen com as mãos, na peritonite há mais dor quando se tira a mão rapidamente do que quando se aperta a barriga.

A peritonite é uma complicação comum de várias doenças, como apendicite, diverticulite, perfurações de intestino ou estômago, colecistite etc., e deve ser tratada com cirurgia para remoção do órgão inflamado/infeccionado.

A presença de uma inflamação abdominal com peritonite é chamada de abdômen agudo.

Como diagnosticar uma dor abdominal

Na maioria dos casos, a investigação de uma dor abdominal suspeita é iniciada com um ultrassom do abdômen e da pelve. Grande parte das causas descritas acima podem ser identificadas com este simples exame. Em casos mais difíceis, a tomografia computadorizada do abdômen e da pelve ajuda bastante.

Quando há suspeita de lesão dentro de órgãos ocos, como o estômago e o intestino grosso, a endoscopia digestiva e a colonoscopia são, respectivamente, as melhores opções para investigação.

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