quarta-feira, 26 de junho de 2019

Estudo sugere que comida ultraprocessada leva ao aumento de peso

Alimentos Ultraprocessados

Alimentos ultraprocessados são alimentos que passaram por técnicas e processamentos com alta quantidade de sal, açúcar, gorduras, realçadores de sabor e texturizantes. Estes alimentos possuem um perfil nutricional danoso à saúde. Por serem hiperpalatáveis, ou seja, acentuam muito sua palatabilidade ou aceitação pelo paladar da maioria da população, danificam os processos que sinalizam o apetite e a saciedade e provocam o consumo excessivo e “desapercebido” de calorias, sal, açúcar, etc.



Exemplos de alimentos ultraprocessados:
Enlatados, embutidos, congelados, preparações instantâneas, refrigerantes, salgadinhos, frituras, doces, gelatinas industrializadas, refrescos em pó, temperos prontos, margarinas, iogurtes industrializados, queijinhos petit suisse, macarrão instantâneo, sorvetes, biscoitos recheados, achocolatados e outras guloseimas.
 
Importa lembrar que os alimentos ultraprocessados também são pobres em micronutrientes (vitaminas,sais minerais, água e fibras), o que impacta negativamente favorecendo o desenvolvimento das DCNTs. Portanto, não seria exagero dizer que estes produtos nem mesmo podem ser considerados como alimentos.

Distúrbios de saúde que os alimentos ultraprocessados ocasionam:
  •     Prejuízo dos mecanismos que indicam a fome e a saciedade;
  •     Favorecimento do acúmulo de gordura;
  •     Favorecimento do desenvolvimento de alergias e intolerâncias alimentares;
  •     Prejuízo do funcionamento dos rins;
  •     Sobrecarga do funcionamento hepático;
  •     Favorecimento de distúrbios estomacais e intestinais;
  •     Favorecimento do desenvolvimento de diabetes, hipertensão, obesidade e diversos tipos de cânceres;
  •     A desnutrição, assim como a anemia por baixa ingestão de nutrientes como vitaminas e minerais é uma das doenças mais frequentes para quem consome alimentos ultraprocessados. Muitas vezes, a criança tem uma boa ingestão de ferro em determinada refeição e logo após consome um alimento ultraprocessado que prejudica a absorção do nutriente. Por isso, os alimentos ultraprocessados  não devem ser oferecidos às crianças e devem ser rigorosamente evitados pelos adultos.

O que fazer para proteger as crianças desses males?

Converse com a criança explicando sobre os malefícios destes alimentos e nenhum benefício a sua saúde, sempre explicando a necessidade da mesma crescer e desenvolver-se com saúde para obter um desenvolvimento pleno.

Evite que a criança fique muito tempo exposta à programas televisivos, pois nos intervalos dos programas infantis é comum a veiculação de publicidade de alimentos destinados ao público infantil. Além disso, quanto mais horas a criança fica exposta à TV ou jogos eletrônicos, menos atividade física ela terá e assim aumenta o risco de desenvolver DCNTs.

E o mais importante de todos: dar bons exemplos. 

A criança aprende muito mais pelo exemplo que os pais/cuidadores dão do que com o que eles falam. Aplique-se em obter bons hábitos alimentares, procure refletir sobre aquisição de alimentos ultraprocessados e ao ir à feira ou mercado com os pequenos explicar os alimentos. 



                                                                                                                        

Um estudo publicado na revista Cell Metabolism, embora pequeno, causou estardalhaço na mídia e gerou muitos comentários nos meios científicos ao associar o consumo de alimentos ultraprocessados ao aumento na prevalência da obesidade. 


Na verdade, não é de hoje que a mudança nos padrões alimentares, privilegiando esses itens, tem sido relacionada ao excesso de peso. Mas, até o momento, os cientistas não tinham demonstrado se o consumo cada vez maior de alimentos ultraprocessados, por si só, estava relacionado à elevação do IMC ou apenas favoreceriam as comorbidades da obesidade, por conterem quantidades exageradas de sódio e de outros nutrientes.


Pesquisadores dos National Institutes of Health, liderados pelo fisiologista Kevin Hall, do National Institute of Diabetes and Digestion and Kidney Diseases, nos Estados Unidos, dividiram em dois grupos:
  •  20 adultos saudáveis, com idade média de 31,2 anos. 
  • Metade seguiu por duas semanas uma dieta repleta de alimentos ultraprocessados enquanto a outra metade consumiu pratos preparados com ingredientes minimamente processados.
  • Passados os 15 dias, os grupos foram invertidos — quem consumiu preparações caseiras passou a comer  por outras duas semanas apenas alimentos ultraprocessados e vice-versa.

“Independentemente de variação no conceito das duas dietas, o número de refeições e o tamanho das porções eram iguais. Além disso, tivemos todo o cuidado para que a quantidade de calorias, em ambas as dietas, fosse idêntico, assim como a quantidade de sódio, açúcares, proteínas, carboidratos, gorduras. Mais um detalhe: todos os indivíduos que participaram consumiram só água como bebida ao longo do dia”, relata o doutor Kevin Hall, em entrevista para o site da Abeso.
  • Um exemplo café da manhã na dieta com ultraprocessados consistia em: Honey Nut Cheerios, uma espécie de snack bastante apreciada pelos americanos, com  leite integral suplementado com fibras, um pacote com uma unidade de muffin de blueberry e margarina. 
  • Já na dieta com ingredientes minimamente processados, os participantes podiam, em determinado dia, saborear: um parfait feito com iogurte natural grego, morangos e bananas. Podiam comer ainda um punhado de castanhas com um fio de azeite e sal, maçãs fatiadas e água com rodelas de limão.

 “Eu sinceramente imaginava que, fazendo a equivalência de calorias e de nutrientes, não encontraríamos nenhum componente mágico ou demoníaco nos alimentos ultraprocessados que levasse ao ganho de peso. No entanto, nosso achado é que, de fato, as pessoas acabam comendo mais e, consequentemente, consumindo mais calorias por dia — precisamente 508 calorias a mais, em média — quando estão diante de  alimentos ultraprocessados. 

Portanto, há algo nesses alimentos que levaria as pessoas a comerem em excesso, o que ainda não conseguimos explicar. Elas também mastigavam mais depressa inclusive itens mais sólidos e crocrantes e, no final, quando dosávamos hormônios ligados à saciedade, eles estavam mais baixos em relação ao grupo da dieta caseira."

⇒Os participantes podiam comer à vontade. 
⇒A tendência observada pelos pesquisadores era rasparem o prato dos alimentos ultraprocessados ou comerem até o último salgadinho no saco e a última migalha do bolo industrializado. 
⇒Já diante da comida caseira, os mesmos participantes pareciam controlar mais o apetite e, muitas vezes, cruzavam os talheres deixando um pouco de comida no prato. 

O doutor Kevin Hall faz questão de esclarecer: “Nós nos preocupamos com o sabor e a apresentação dos pratos feitos com ingredientes minimamente processados para que não houvesse o viés de acharem que a comida caseira não abriria tanto o apetite e que esse seria o motivo de um eventual consumo menor".

Para que os pesquisadores tivessem certeza de que tinham conquistado seus voluntários pelo estômago,  todos respondiam a questionários e avaliação das preparações caseiras demonstra que elas até davam mais água na boca. Ou seja, a saciedade não teve a ver com desagrado ao paladar. “No entanto, existe algo de sensorial nos ultraprocessados que faz o apetite perder os freios na medida em que a pessoa começa a comê-los e isso precisa ser mais bem investigado”, diz o líder do trabalho. No final do estudo, os participantes ganharam 0,9 quilo em média na temporada à base de ultraprocessados.

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