Alimentos Ultraprocessados
Alimentos ultraprocessados são alimentos que passaram por técnicas e processamentos com alta quantidade de sal, açúcar, gorduras, realçadores de sabor e texturizantes. Estes alimentos possuem um perfil nutricional danoso à saúde. Por serem hiperpalatáveis, ou seja, acentuam muito sua palatabilidade ou aceitação pelo paladar da maioria da população, danificam os processos que sinalizam o apetite e a saciedade e provocam o consumo excessivo e “desapercebido” de calorias, sal, açúcar, etc.
Exemplos de alimentos ultraprocessados:
Enlatados, embutidos, congelados, preparações instantâneas, refrigerantes, salgadinhos, frituras, doces, gelatinas industrializadas, refrescos em pó, temperos prontos, margarinas, iogurtes industrializados, queijinhos petit suisse, macarrão instantâneo, sorvetes, biscoitos recheados, achocolatados e outras guloseimas.
Importa lembrar que os alimentos ultraprocessados também são pobres em micronutrientes (vitaminas,sais minerais, água e fibras), o que impacta negativamente favorecendo o desenvolvimento das DCNTs. Portanto, não seria exagero dizer que estes produtos nem mesmo podem ser considerados como alimentos.
Distúrbios de saúde que os alimentos ultraprocessados ocasionam:
Distúrbios de saúde que os alimentos ultraprocessados ocasionam:
- Prejuízo dos mecanismos que indicam a fome e a saciedade;
- Favorecimento do acúmulo de gordura;
- Favorecimento do desenvolvimento de alergias e intolerâncias alimentares;
- Prejuízo do funcionamento dos rins;
- Sobrecarga do funcionamento hepático;
- Favorecimento de distúrbios estomacais e intestinais;
- Favorecimento do desenvolvimento de diabetes, hipertensão, obesidade e diversos tipos de cânceres;
- A desnutrição, assim como a anemia por baixa ingestão de nutrientes como vitaminas e minerais é uma das doenças mais frequentes para quem consome alimentos ultraprocessados. Muitas vezes, a criança tem uma boa ingestão de ferro em determinada refeição e logo após consome um alimento ultraprocessado que prejudica a absorção do nutriente. Por isso, os alimentos ultraprocessados não devem ser oferecidos às crianças e devem ser rigorosamente evitados pelos adultos.
O que fazer para proteger as crianças desses males?
Converse com a criança explicando sobre os malefícios destes alimentos e nenhum benefício a sua saúde, sempre explicando a necessidade da mesma crescer e desenvolver-se com saúde para obter um desenvolvimento pleno.
Evite que a criança fique muito tempo exposta à programas televisivos, pois nos intervalos dos programas infantis é comum a veiculação de publicidade de alimentos destinados ao público infantil. Além disso, quanto mais horas a criança fica exposta à TV ou jogos eletrônicos, menos atividade física ela terá e assim aumenta o risco de desenvolver DCNTs.
E o mais importante de todos: dar bons exemplos.
A criança aprende muito mais pelo exemplo que os pais/cuidadores dão do que com o que eles falam. Aplique-se em obter bons hábitos alimentares, procure refletir sobre aquisição de alimentos ultraprocessados e ao ir à feira ou mercado com os pequenos explicar os alimentos.
Um estudo publicado na revista Cell Metabolism, embora pequeno, causou estardalhaço na mídia e gerou muitos comentários nos meios científicos ao associar o consumo de alimentos ultraprocessados ao aumento na prevalência da obesidade.
Na verdade, não é de hoje que a mudança nos
padrões alimentares, privilegiando esses itens, tem sido relacionada ao
excesso de peso. Mas, até o momento, os cientistas não tinham
demonstrado se o consumo cada vez maior de alimentos ultraprocessados,
por si só, estava relacionado à elevação do IMC ou apenas favoreceriam
as comorbidades da obesidade, por conterem quantidades exageradas de
sódio e de outros nutrientes.
Pesquisadores dos National Institutes of Health, liderados pelo fisiologista Kevin Hall, do National Institute of Diabetes and Digestion and Kidney Diseases, nos Estados Unidos, dividiram em dois grupos:
- 20 adultos saudáveis, com idade média de 31,2 anos.
- Metade seguiu por duas semanas uma dieta repleta de alimentos ultraprocessados enquanto a outra metade consumiu pratos preparados com ingredientes minimamente processados.
- Passados os 15 dias, os grupos foram invertidos — quem consumiu preparações caseiras passou a comer por outras duas semanas apenas alimentos ultraprocessados e vice-versa.
“Independentemente de variação no conceito das duas dietas, o número de refeições e o tamanho das porções eram iguais. Além disso, tivemos todo o cuidado para que a quantidade de calorias, em ambas as dietas, fosse idêntico, assim como a quantidade de sódio, açúcares, proteínas, carboidratos, gorduras. Mais um detalhe: todos os indivíduos que participaram consumiram só água como bebida ao longo do dia”, relata o doutor Kevin Hall, em entrevista para o site da Abeso.
- Um exemplo café da manhã na dieta com ultraprocessados consistia em: Honey Nut Cheerios, uma espécie de snack bastante apreciada pelos americanos, com leite integral suplementado com fibras, um pacote com uma unidade de muffin de blueberry e margarina.
- Já na dieta com ingredientes minimamente processados, os participantes podiam, em determinado dia, saborear: um parfait feito com iogurte natural grego, morangos e bananas. Podiam comer ainda um punhado de castanhas com um fio de azeite e sal, maçãs fatiadas e água com rodelas de limão.
“Eu sinceramente imaginava que, fazendo a equivalência de calorias e de nutrientes, não encontraríamos nenhum componente mágico ou demoníaco nos alimentos ultraprocessados que levasse ao ganho de peso. No entanto, nosso achado é que, de fato, as pessoas acabam comendo mais e, consequentemente, consumindo mais calorias por dia — precisamente 508 calorias a mais, em média — quando estão diante de alimentos ultraprocessados.
Portanto, há algo nesses alimentos que levaria as pessoas a comerem em excesso, o que ainda não conseguimos explicar. Elas também mastigavam mais depressa inclusive itens mais sólidos e crocrantes e, no final, quando dosávamos hormônios ligados à saciedade, eles estavam mais baixos em relação ao grupo da dieta caseira."
⇒Os participantes podiam comer à vontade.
⇒Os participantes podiam comer à vontade.
⇒A tendência observada pelos pesquisadores era rasparem o prato dos alimentos ultraprocessados ou comerem até o último salgadinho no saco e a última migalha do bolo industrializado.
⇒Já diante da comida caseira, os mesmos participantes pareciam controlar mais o apetite e, muitas vezes, cruzavam os talheres deixando um pouco de comida no prato.
Para que os pesquisadores tivessem certeza de que tinham conquistado seus voluntários pelo estômago, todos respondiam a questionários e avaliação das preparações caseiras demonstra que elas até davam mais água na boca. Ou seja, a saciedade não teve a ver com desagrado ao paladar. “No entanto, existe algo de sensorial nos ultraprocessados que faz o apetite perder os freios na medida em que a pessoa começa a comê-los e isso precisa ser mais bem investigado”, diz o líder do trabalho. No final do estudo, os participantes ganharam 0,9 quilo em média na temporada à base de ultraprocessados.
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