De acordo com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Einstein há seis “grupos” de doenças com potencial de disseminação durante a Copa: as síndromes respiratórias e diarreicas, as doenças exantemáticas, transmitidas por água e alimentos, ictero-hemorrágicas e as sexualmente transmissíveis.
Síndromes respiratórias
“Grandes aglomerações favorecem a disseminação de doenças infecciosas, especialmente, mas não exclusivamente, as respiratórias”, afirma o dr. Jacyr Pasternak, infectologista do Einstein. “Uma pessoa que espirre no estádio, onde estão concentrados 60 mil espectadores e sem espaço para tirar um lenço...é só imaginar.”
Entre as principais ameaças respiratórias estão a influenza A, B e a H1N1 (as síndromes gripais) e outras variações, como a influenza A H7N9, que pode ser trazida ao país por chineses e outros asiáticos; a influenza A H5N1, por africanos, asiáticos e indivíduos do Oriente Médio; e o vírus coronavírus – responsável por uma grave e altamente contagiosa infecção pulmonar conhecida como SARS (da sigla em inglês Severe Acute Respiratory Syndrome).
Doenças exantemáticas
Há duas principais ameaças nesta categoria: a rubéola, que podemos importar casos, e o sarampo, que além de importar pode ser exportado pelo Brasil. “O sarampo, por exemplo, que erradicamos com a vacinação, pode ser importado. Em alguns países não há vacinação contra a doença, pois alguns acreditam que ela pode provocar autismo.”
Doenças transmitidas por água e alimentos
Botulismo. A doença pode se apresentar como: botulismo alimentar, em lactente, das feridas. A forma mais comum é o botulismo produzido pela ingestão de alimentos contaminados, na maioria dos casos, alimentos em conserva ou feitos em casa. São exemplos os vegetais, especialmente o palmito, os embutidos, os peixes e os frutos do mar preparados sem respeitar as regras básicas de higienização.
Síndromes diarreicas e ictero-hemorrágicas
Cólera, dengue, chikungunya, febre amarela, malária, hantavírus e leptospirose. De acordo com o dr. Pasternak, exportar malária é uma possibilidade durante o evento. “Os ingleses jogarão em Manaus, por exemplo, onde há malária. Na Inglaterra, não.”
Ainda pouco conhecida no País, o chikungunya está chegando ao Brasil, e isso não tem ligação com a Copa, explica o infectologista. “A doença chegou na América Central, já desceu até a Guiana Francesa que é fronteira com o Pará e vai chegar aqui, pelo mesmo caminho que a dengue chegou, porque o vetor, o mosquito Aedes aegypti , reside aqui faz tempo.”
Doenças sexualmente transmissíveis
Não há como negar que o evento também vai estimular o turismo sexual. Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas com 4 mil torcedores e divulgada na página do Ministério da Saúde a maioria do público na Copa é masculino, na faixa etária entre 35 e 50 anos e que viaja sozinho.
Fonte: Hospital Albert Einsten
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