Infecção urinária de repetição

As infecções do trato urinário (ITU) são responsáveis anual­mente por cerca de 5% a 12% de consultas urológicas ambulatoriais. Elas ocorrem em crianças até os seis anos de idade, em mulheres jovens e com elevada frequência em adultos idosos, aumentando a sua incidência de acordo com a idade. Doença é mais recorrente e sintomas são diferentes na terceira idade

O conjunto de sintomas abaixo descreve um quadro muito conhecido de grande parte das mulheres: a infecção urinária, uma das maiores causas de visitas aos consultórios médicos. E, embora três vezes mais frequente entre a população feminina, o problema também atinge os homens e merece atenção aos sintomas para que complicações sejam evitadas.

• Ardor na hora de urinar, maior frequência de idas ao banheiro, dores no baixo ventre, sensação de mal-estar e, por vezes, febre baixa.  

Condição acomete principalmente as mulheres e deve ser investigada. Automedicação pode gerar complicações

É a presença de bactérias, fungos ou vírus em qualquer parte do trato urinário a causa geradora desta condição, sendo a principal vilã neste cenário a bactéria Escherichia coli, responsável por 90% dos casos. “As bactérias estão presentes nos genitais, mas podem subir para a uretra e a bexiga, causando infecções. Apesar dessa presença ser normal no nosso intestino e na nossa pele, quando chegam até esse órgão, elas causam problemas. Por isso, é mais frequente em mulheres do que em homens”, explica dr. Oscar Pavão, nefrologista e diretor de Prática Médica do Hospital Israelita Albert Einstein.

 Algumas pessoas tem predisposição para o aparecimento da infecção urinária por motivos anatômicos (como alterações no fluxo de urina ou na formação dos ureteres), ou ainda hormonais (como a menopausa ou os baixos níveis de estrógeno).





Entre os fatores que podem facilitar a entrada de microorganismos, levando ao surgimento da infecção urinária, estão:

•  a baixa hidratação, uso de absorvente interno e de roupa íntima que não seja de algodão, além da utilização de anticoncepcionais como diafragma ou espermicida. Relações sexuais também podem ocasionar pequenos traumas na região genital e virar uma porta aberta para o problema, sendo esta a mais comum causa de manutenção deste tipo de infecção em mulheres com vida sexual ativa.

“Os sintomas não devem ser ignorados ou menosprezados. É uma condição que pode levar a um quadro grave e, portanto, é essencial procurar um médico”, alerta o dr. Pavão. O especialista explica que muitas pessoas apresentam mais de um episódio por ano,  a chamada infecção urinária de repetição -, o que exige cuidado redobrado. Por isso, a medida inicial é investigar a origem do problema a partir da realização de uma urocultura, que pesquisará a existência de bactérias, e exames de imagem para identificar possíveis causas de recorrência.

 O diagnóstico

O médico poderá solicitar ainda uma ultrassonografia ou uma tomografia, a fim de verificar obstruções no trato urinário (formado por cálculos renais, por exemplo, ou espessamento de bexiga), além de um exame de sangue para identificar possíveis alterações hormonais. Em crianças e em homens idosos a investigação deve ser completa e imediata, ou seja, não se deve esperar por um novo caso de infecção para procurar um especialista.

Evitando a reincidência da infecção

A infecção urinária de repetição, se não tratada adequadamente, pode causar machucados na bexiga. A doença também pode ascender e atingir o rim, trazendo sérios riscos de septicemia. Em situações especiais, como em transplantados, o problema pode comprometer a função do rim e levar à insuficiência renal.

Quem já teve infecção urinária pelo menos uma vez deve estar sempre atento e realizar exames de cultura de urina de forma frequente. Também é interessante consultar o médico e acompanhar mais de perto quando a doença aparecer. O tratamento é normalmente medicamentoso, com o uso de antibióticos. Em casos recorrentes, é preciso cuidado e precaução para não desenvolver bactérias resistência aos remédios oferecidos.

Por esse mesmo motivo, a automedicação é um perigo à saúde. Identificar corretamente qual o agente causador da infecção é essencial para combatê-la adequadamente. “A dose e o período precisam ser corretos. Só um médico pode avaliar se o caso é simples ou grave, para evitar que o micro-organismo se multiplique”, reforça o dr. Pavão. Se houver necessidade de antibióticos profiláticos, o médico pode receitá-los, mas sempre de forma criteriosa.

O suco de cranberry é excelente para quem está com infecção de urina, o suco faz com que as bactérias não se instalam na parede da bexiga ou uretra.

Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo