O que é a vacina da gripe?
No Brasil, a vacina contra a gripe é feita com vírus morto. Ela contém apenas algumas proteínas específicas do vírus Influenza, chamadas de antígenos, que são capazes de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos. Muitas dúvidas da população em relação à vacina da gripe tomar ou não tomar a tal vacina, esse post explica de maneira simples e correta todo o processo da vacina.
O vírus influenza é famoso pela sua elevada frequência de mutação, o que compromete a capacidade do sistema imunológico de criar anticorpos que sejam eficazes a longo prazo. Você pode ter uma gripe hoje e criar anticorpos altamente efetivos contra o vírus Influenza.
O problema é que, nos próximos anos, há uma grande chance do vírus circulante já ser diferente daquele que lhe contaminou. Os anticorpos que você criou agora já não serão efetivos, ou serão apenas parcialmente efetivos, contra a nova cepa mutante.
As grandes epidemias de gripe que surgem de tempos em tempos, como a pandemia do H1N1 (gripe suína) de 2009, ocorrem toda vez que o vírus Influenza sofre mutações tão relevantes, que o tornam praticamente um vírus novo aos olhos do sistema imunológico da maioria da população.
O vírus é tão diferente daqueles Influenzas que as pessoas tiveram ao longo das suas vidas, que praticamente ninguém tem imunidade contra o mesmo. Milhões de pessoas adoecem em todo o mudo, e a gripe torna-se manchete de jornais durante semanas. Contudo, passado o período de crise, a população cria os anticorpos necessários, e a cepa do Influenza que tanto assustou torna-se um micróbio pouco temido e incapaz de infectar grandes multidões (até uma nova mutação aparecer e iniciar o ciclo todo de novo).
Como consequência desta característica do Influenza, existem várias cepas diferentes do vírus circulando ao redor do mundo. Portanto, para que uma vacina seja efetiva, ela precisa ser eficaz contra mais de um tipo de Influenza e precisa ser frequentemente atualizada, de forma a estar sempre ativa contra as mutações mais recentes.
Por isso, novas vacinas são produzidas anualmente com o objetivo de cobrir as cepas do vírus Influenza que circularam mais recentemente. No mundo inteiro há pesquisas para que possamos saber exatamente quais são as cepas que estão circulando com mais intensidade. São essas pesquisas que orientam a composição da vacina a cada ano.
Atualmente, a produção da vacinas leva, em média, seis meses a partir da seleção das cepas circulantes até o produto final disponível para distribuição
Como consequência desta característica do Influenza, existem várias cepas diferentes do vírus circulando ao redor do mundo. Portanto, para que uma vacina seja efetiva, ela precisa ser eficaz contra mais de um tipo de Influenza e precisa ser frequentemente atualizada, de forma a estar sempre ativa contra as mutações mais recentes.
Por isso, novas vacinas são produzidas anualmente com o objetivo de cobrir as cepas do vírus Influenza que circularam mais recentemente. No mundo inteiro há pesquisas para que possamos saber exatamente quais são as cepas que estão circulando com mais intensidade. São essas pesquisas que orientam a composição da vacina a cada ano.
Atualmente, a produção da vacinas leva, em média, seis meses a partir da seleção das cepas circulantes até o produto final disponível para distribuição
Como as campanhas de vacinação são feitas no outono, a vacina costuma ser elaborada nos meses anteriores, geralmente na primavera. Desta forma, excetuando-se casos de súbitas mutações de grande intensidade, raramente existem desemparelhamentos entre as cepas cobertas pela vacina e as cepas que circulam entre a população.
A escolha pelo outono deve-se pelo fato do sistema imunológico precisar de cerca de 1 mês para desenvolver de forma plena uma imunidade contra as cepas presentes na vacina. Como o pico de incidência da gripe ocorre no inverno, a população vacinada terá tempo suficiente para estar preparada contra o vírus.
A escolha pelo outono deve-se pelo fato do sistema imunológico precisar de cerca de 1 mês para desenvolver de forma plena uma imunidade contra as cepas presentes na vacina. Como o pico de incidência da gripe ocorre no inverno, a população vacinada terá tempo suficiente para estar preparada contra o vírus.
Curiosidade da Vacina no Brasil
É bom destacar que a vacina contra a gripe não contém todas as cepas conhecidas do Influenza, apenas aquelas que provavelmente estarão mais ativas no próximo inverno. Para 2015, a ANVISA, com apoio da Organização Mundial de Saúde, já definiu que a vacina contra a gripe no Brasil terá atividade contra as seguintes variações do Influenza:
- Influenza A/California.
- Influenza A/Switzerland.
- Influenza B/Phuket.
- Influenza B/Brisbane.
Como a vacina é feita com proteínas específicas do vírus, ela também pode ser eficaz contra diversas outras cepas do Influenza. Por exemplo, a composição da vacina de 2015 também será efetiva contra as cepas de Influenza A/South Australia, A/Norway, A/Stockholm e o H1N1 de 2009, pois todas elas possuem os antígenos que estarão presentes na vacina.
Quem deve tomar a vacina contra gripe?
Qualquer pessoa com mais de 6 meses de idade pode receber a vacina contra a gripe. Porém, há certos grupos que devem receber prioridade nas campanhas de vacinação, pois são eles que apresentam maior risco de desenvolverem complicações. No caso da gripe, o objetivo das campanhas de vacinação não é eliminar a circulação do vírus, mas sim reduzir a incidência de complicações e, consequentemente, o número de óbitos.
Público-alvo destas campanhas são:
- profissionais de saúde, indivíduos com mais de 60 anos, crianças entre seis meses e cinco anos de idade, gestantes durante o período de surto de gripe, indígenas, presos, portadores de doenças crônicas e transplantados.
Se você não faz parte do grupo alvo das campanhas e ainda assim deseja se imunizar contra gripe, não há problema nenhum. A vacina praticamente não apresenta contraindicações. Procure o seu médico ou centro de saúde de saúde e informe-se.
Contraindicações à vacina contra gripe
A principal contraindicação à vacinação contra a gripe é a alergia ao ovo. Como o preparo da vacina utiliza ovos de galinha, as pessoas alérgicas podem desenvolver reações. Se você for alérgico a ovo, não tome a vacina da gripe sem orientação médica.
Também deve haver alguma precaução em relação às pessoas que já tiveram síndrome de Guillain-Barré (SBG). Na verdade, o risco de desenvolvimento desta doença após a vacina da gripe é extremamente baixo, cerca de 1 caso a cada 1 milhão de doses. Isso significa que o risco de se ter uma complicação da gripe é bem mais alto que o risco de desenvolver Guillain-Barré após a vacinação. Se você já teve SGB e faz parte do grupo de risco da gripe, converse com o seu médico sobre os riscos e benefícios da vacina.
Indivíduos com doenças febris agudas não devem tomar a vacina até estarem completamente recuperados.
Efeitos colaterais da vacina contra gripe
As vacinas contra a gripe compostas por vírus mortos são geralmente bem toleradas, sendo o efeito colateral mais comum a dor e a inflamação no local da injeção. Nos estudos clínicos, os eventos adversos graves foram muito raros.
Outros efeitos adversos que podem ocorrer, mas são incomuns e geralmente de curta duração, incluem: dor de cabeça, febre, náuseas, tosse, irritação no olhos e dor muscular. Existem casos descritos de desmaios entre adolescentes, mas estes parecem estar mais ligados ao medo de agulha do que à vacina em si.
1- É possível pegar gripe através da vacina?
Não. A vacina é feita com fragmentos do vírus. Não há nenhuma possibilidade de alguém ficar gripado devido à vacinação.
2- A vacina da gripe também previne resfriados?
Não, apesar de terem sintomas parecidos, a gripe e o resfriado são infecções diferentes, causados por vírus diferentes
3- Mesmo vacinado é possível ficar gripado?
Sim, a vacina cobre as principais cepas, mas não cobre todas. A taxa de sucesso é de cerca de 70 a 90%. Porém, a maioria das pessoas que refere ter ficado gripada mesmo tendo se vacinado, na verdade apresentam quadros de resfriado. Como a maioria da população não sabe distinguir uma gripe de um resfriado, essa confusão é frequente.
4- Grávidas podem receber a vacina da gripe?
Sim, não só podem como devem.
5- Pessoas imunossuprimidas, como portadores de HIV ou transplantados, podem ser vacinados.
Sim, não só podem como devem.
6- Posso tomar a vacina em qualquer altura do ano?
Até pode, mas como o pico de eficácia da vacina ocorre nos primeiros 3 meses, o ideal é tomá-la logo antes do inverno, que é a época que os surtos de gripe costumam surgir. Tomar a vacina muito antes da época de surto pode fazer com que a sua eficácia não seja a pretendida.
7- Se eu for viajar para o hemisfério norte, a vacina brasileira é eficaz?
Apenas parcialmente, pois as cepas selecionadas não são as mesmas. Nesse ano de 2015, por exemplo, das 4 cepas escolhidas na vacina brasileira, somente 2 estão presentes na vacina americana e europeia. Por outro lado, se a viagem for para outro país do hemisfério sul, a cobertura é total, pois a composição da vacina costuma ser a mesma.
8- A vacina da gripe interfere com alguma outra vacina?
Não, a vacina da gripe pode ser administrada no mesmo dia ou próxima de outras vacinas.
9- Quanto tempo demora para a vacina da gripe ter efeito?
Pelo menos 2 semanas são necessárias para que os anticorpos induzidos pela vacina possam ser produzidos.
10- É mesmo preciso se vacinar todos os anos?
Sim, a vacinação precisa ser reforçada todos os anos. A vacina que você tomou em 2014 não vai lhe proteger durante o surto de gripe do inverno de 2015.
11- Não faço parte do grupo de risco. Ainda assim preciso me vacinar?
Precisar não precisa, pois o risco de complicações da gripe no seu caso é muito baixo. Porém, como a taxa de efeitos adversos da vacina é muito baixa, você estará mais seguro se for vacinado. Na avaliação entre prós e contras, o prós saem vencedores com larga vantagem.
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo
Fonte: MD.Saúde
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