segunda-feira, 30 de maio de 2016

Obesidade Infantil e depressão: uma relação de mão dupla

Os pais e os professores devem estar atentos a alterações de humor, sobretudo a sinais de irritabilidade


Importantes estudos que acompanham grandes grupos populacionais por longos períodos já constataram a relação entre obesidade e depressão em adultos. Embora essas pesquisas ainda não tenham esclarecido os mecanismos que expliquem a associação entre as duas doenças, reduzir o risco de uma representa diminuir a incidência da outra. Agora, pesquisadores se dedicam a estudar uma faixa etária ainda mais delicada: os adolescentes. As mudanças por que passam nessa etapa da vida podem dificultar o diagnostico precoce desse transtorno mental.

*Pesquisadores da Universidade de Rutgers, em Camden, nos Estados Unidos, publicaram um estudo na revista científica "International Journal of Obesity" que, acompanharam 1.500 jovens de 11 a 24 anos por uma década, constatou essa relação especialmente entre meninas. De acordo com o psiquiatra brasileiro José Carlos Appolinario, o trabalho de Naomi Marmorstein e seus colaboradores observou uma relação de mão dupla:

"Houve casos em que, num primeiro momento, havia obesidade e depois se desenvolveu a depressão. O contrário também ocorreu: inicialmente, depressão e, num segundo momento, obesidade."

Segundo o especialista, há duas hipóteses para explicar essa relação.

  • A primeira é de ordem biológica e estaria relacionada a alterações endógenas do eixo do cortisol, causadas pela síndrome metabólica, vinculada à obesidade.
  • Outra possibilidade seria a  psicossociais às quais os obesos estão sujeitos  a mudanças de humor em pessoas predispostas e vulneráveis.  
  • Da mesma maneira, o desânimo e a baixa autoestima, associados à depressão, resultariam em pouca atividade social e física, o que contribuiria para o ganho de peso.

"As crianças e os adolescentes obesos sofrem muito bullying. A obesidade é uma das doenças mais estigmatizadas contemporaneamente. Mais até do que o câncer, segundo uma pesquisa recente. Há uma pressão social sobre os obesos que exige deles uma enorme capacidade de adaptação", observa Appolinario. "Às vezes, a personalidade extrovertida ou engraçada que alguns obesos  é uma forma de a criança ou o adolescente reagir ao estigma"


Para o médico, as famílias e os educadores ainda não se conscientizaram da gravidade do problema:

"A obesidade é fator de risco para várias doenças, entre elas, a depressão, que é subvalorizada. Urgente intervir de modo muito determinado para evitar que os casos se tornem mais complexos."

O tratamento da obesidade e da depressão nessa faixa etária, diz o médico, costuma ser bem efetivo, evitando a ocorrência desses problemas. A obesidade deve ser tratada com mudanças de estilo de vida, orientação nutricional e comportamental e medicamentos em certos casos. O tratamento da depressão consiste em psicoterapia, que pode ser associada a terapias medicamentosas.   Realizada de forma adequada, a intervenção é capaz de evitar quadros cíclicos na idade adulta.

"Os pais e os professores devem estar atentos a alterações de humor, sobretudo de irritabilidade. Isso não é coisa da idade, como muitos pensam. Desempenho ruim na escola, dificuldade de interação social, mau humor cronico e choro a toda hora são sinais que merecem atenção e a avaliação de um psiquiatra, principalmente em adolescentes com excesso de peso", orienta o professor.

Orientações que as famílias devem passar para as crianças que sofrem bullying por causa da obesidade, retirado do site Healthy Children  da Associação Americana de Pediatria


1. Conte para um adulto.

2. Ande em grupo.

3. Na medida do possível, tente não reagir às provocações. Se o valentão da escola vê que você se incomoda, inclusive começa a chorar, é provável que o bullying piore. Oriente seu filho para que mantenha a postura e se retire do local.

4. Se a intimidação continuar, seu filho pode, quando se sentir seguro, tentar ser firme e fazer frente a seu algoz. Em alguns casos, uma afirmação firme neutralizará o ataque. Pode ser algo como: "Pare de me incomodar!". O agressor poderá reagir procurando uma "presa mais fácil", que pareça mais vulnerável aos ataques verbais.

5. Informe aos professores de seu filho sobre o bullying a que ele está sendo submetido. É possível que o professor possa intervir para resolver a situação. Se ela continuar, peça que a direção intervenha. É possível que a criança sinta vergonha de ter de recorrer à direção, mas você não pode permitir que ela continue sendo maltratada. Atualmente, muitas escolas têm políticas contra as intimidações. Geralmente, é melhor deixar que o professor e a direção lidem com a situação do que você tentar conversar com o agressor ou com a família dele.

6. Convença seu filho de tentar criar vínculos mais fortes com os amigos que têm na escola. Se estiver em grupo, é menos provável que o escolham para ser maltratado.

7. Procure uma atividade fora da escola de que seu filho com sobrepeso possa participar e possa formar um novo grupo de amigos que talvez estejam menos inclinados a praticar bullying. Inscreva-o numa aula de karatê ou num grupo de escoteiros, por exemplo.

8. Passe mais tempo com seu filho e trate-o como uma pessoa importante. Ajude a manter a autoestima de seu filho, demonstrando respeito e aceitação. Transmita a mensagem: "Eu acredito em você!".

Campanha da Amil

Uma em cada três crianças no Brasil sofre de obesidade infantil. Não espere que elas mudem. Comece a mudança com você.




Sabem por que as crianças se jogam no chão, abrem o berreiro, fazem chantagem e usam toda a criatividade do mundo para conseguir um doce, refrigerante ou outra besteira qualquer?

Porque são crianças. Para combater a obesidade infantil quem tem que ir à luta são os pais. Os pais têm que resistir, os pais têm que dizer não. Afinal, eles já aprenderam o que é hipertensão e diabetes, por exemplo. O dever de ensinar e também o de negar está em suas mãos, mesmo que elas chorem.

Entre para esse movimento. Resista e diga não porque esse "não", faz bem

 Fonte Amil
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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