terça-feira, 6 de setembro de 2016

Alergia alimentar: sistema imunológico e alimentos envolvidos

A alergia alimentar pode ser definida como uma reação adversa a um antígeno alimentar mediada
por  mecanismos  fundamentalmente  imunológicos.  É  um  problema  nutricional  que  apresentou  um  crescimento nas ultimas décadas, provavelmente devido à maior exposição da população a um número  maior  de  alérgenos  alimentares  disponíveis.  



Ele  vem  se  tornando  um  problema  de  saúde  em  todo  o  mundo e está associado a um impacto negativo significativo na qualidade de vida. Os alimentos mais  citados como causadores de alergias alimentares são:


  • leite, ovos, amendoim, castanhas, camarão, peixe e soja,
  •  e os principais alérgenos alimentares identificados são de natureza protéica.
  É importante que  haja  investimento  em  pesquisas  no  sentido  de  reduzir  os  danos  causados  por  alimentos  que  contém  alérgenos. Estudos com a biotecnologia podem apresentar-se como uma alternativa eficiente e segura.

Equivocadamente tem se considerado alergias e as  intolerâncias alimentares como sinônimos, e grande parte desses efeitos adversos são responsabilizados por  promoverem  processos  alérgicos.

A intolerância alimentar é muito mais frequente e pode afetar qualquer indivíduo sem história familiar, enquanto a alergia alimentar geralmente é um problema mais raro e hereditário, surgindo em vários membros da mesma família.

*Tanto na alergia alimentar como na intolerância alimentar o tratamento consiste em retirar da alimentação os alimentos e todas as receitas que são preparadas com os alimentos que causam os sintomas.


 Alergias alimentares


As    reações    alérgicas    envolvem    mecanismos  imunológicos  que  podem  ou  não  ser  mediados pela  IgE  (Imunoglobulina  E),  que  normalmente  se encontra associada a alergias alimentares e reações de  hipersensibilidade,  tendo  como  característica  a  rápida  liberação  de  mediadores  como  a  histamina. Reação imediata. 

 Intolerância alimentar
Também conhecida como alergia tardia, hipersensibilidade alimentar ou alergia tipo III) consiste em reações não tóxicas, as quais podem ser causadas por alimentos (proteínas) reconhecidos como estranhos pelo organismo levando a reações mediadas principalmente por IgG.

Sintomas de Alergia AlimentarSintomas de Intolerância Alimentar
Urticária e vermelhidão na pele
Coceira intensa na pele
Dificuldade para respirar
Inchaço no rosto ou língua
Vômitos e diarreia
Dor no estômago
Inchaço da barriga
Excesso de gases intestinais
Sensação de queimação na garganta
Vômitos e diarreia
Características dos sintomas Características dos sintomas
Surgem imediatamente mesmo quando ingere pouca quantidade do alimento e os testes feitos na pele são positivos.Podem demorar mais de 30 minutos para aparecer, sendo mais graves quanto maior for a quantidade de alimento ingerido, e os testes de alergia feitos na pele não apresentam alteração.


Conceitos de Imunologia

Anticorpos são proteínas produzidas em resposta  a  antígenos  inativando-os.  Admite-se  que  o  ser
humano fabrica cerca de dois milhões de moléculas  de anticorpos. Os antígenos são substâncias estranhas  ao corpo, proteínas, polipeptídios, ácidos nucléicos,  de estruturas complexas, que contém um ou vários  sítios antigênicos. Cada um provoca a formação de  anticorpos diferentes.


Uma  pessoa  consome  durante  toda  a  sua  vida  cerca  de  2-3  toneladas  de  alimentos  diferentes.  O  sistema  digestório  os  processa  e  os  converte  em  material  útil  para  o  crescimento  e  manutenção  das  células do organismo. Considerando  a    quantidade    de    alimentos    que    o    sistema  gastrointestinal  de  um  indivíduo  recebe  durante  a  vida, não é surpreendente, sob certas circunstâncias,  que  este  material  estranho  possa  produzir  uma  reação   adversa   e/ou   servir   como   veículo   para  agentes nocivos

Em   condições   normais,   a   reação   alérgica   a  alimentos  é  evitada,  pois  o  trato  gastrointestinal  e  o  sistema  imunológico  fornecem  uma  barreira  que  impede  a  absorção  da  maioria  dos  antígenos

Sistema imune e alimentos

O  sistema  imunológico  é  uma  organização  de  células e moléculas com funções especializadas na
defesa contra a infecção.


Em   condições   normais,   a   reação   alérgica   a  alimentos  é  evitada,  pois  o  trato  gastrointestinal  e  o  sistema  imunológico  fornecem  uma  barreira  que  impede  a  absorção  da  maioria  dos  antígenos.   Os   alérgenos   alimentares  estáveis,  resistem  a  temperatura,  pH,  e  a  digestão  enzimática   e,   por   meio   da   sua   ingestão,   são  capazes  de  induzir  sensibilizações  mediadas  por  IgE   em   indivíduos   geneticamente   predispostos. 

Já   em   sucessivas   exposições   por   via   digestiva  produziram   sintomas   frequentemente   sistêmico

                                                                                                                           

Alimentos associados

Para que a reação alérgica a um alimento ocorra,  proteínas ou outros antígenos devem ser absorvidos
pelo  trato  gastrointestinal,  interagir  com  o  sistema  imunológico e produzir uma resposta.

Os   alérgenos   alimentares   mais   comuns  responsáveis  por  até  90%  de  todas  as  reações
alérgicas  são:

  • proteínas  do  leite  de  vaca,  
  • ovo, 
  • amendoim, 
  • trigo, 
  • soja, 
  • peixe, 
  • frutos do mar;
  • e nozes.

Frutas  cruas  e vegetais 

São responsáveis pela Síndrome alérgica oral,  que  afeta  aproximadamente  50%  dos  adultos
com rinite causada por pólen. Dietas modernas que  incluem alimentos exóticos e uma grande variedade  de frutas e vegetais tem causado aumento de reações  alérgicas  a  certas  frutas,  como:

  • kiwi  e  papaia,  e  a  grãos, como gergelim, mostarda e canola

Os alimentos podem provocar reações cruzadas,  ou seja, alimentos diferentes podem induzir respostas  alérgicas   semelhantes   no   mesmo   indivíduo.   O  paciente alérgico ao camarão pode não tolerar outros  crustáceos.  Da  mesma  forma,  pacientes  alérgicos  ao amendoim podem também apresentar reação ao  ingerir  a  soja,  ervilha  ou  outros  feijões.

Leite

Dentro do caótico estudo das alergias alimentares,  a alergia ao leite de vaca é o modelo de estudo, pois  apresenta a maior incidência e uma sintomatologia  bastante variável.   O  desenvolvimento  da  alergia  ao  leite  de  vaca  seguiu  em  paralelo  com  o  desenvolvimento  das  civilizações. As  primeiras  descrições  da  alergia  ao  leite de vaca datam das eras bíblicas.


               
O  leite  de  vaca  é  uma  mistura  de  mais  de  20 componentes. Das proteínas implicadas nas reações  imunológicas,  os  principais  alérgenos  encontrados  neste  alimento  são  a  caseína,  α-lactoalbúmina  e  a  ß-lactoglobulina.

A  alergia  ao  leite  de  vaca  é  uma  doença  quase  exclusiva  dos  lactentes  e  da  infância,  raramente  é  descrita na adolescência. O uso abusivo do leite de  vaca  como  substituto  do  leite  humano  levou  a  um  aumento da incidência dessa doença.  É  frequentemente  descrita nos primeiros dois a três meses de idade e  quase sempre desaparece após o quarto ano de vida.
Estudos mostram que, na mesma família, a alergia  ao  leite  de  vaca  pode  apresentar  manifestações
clínicas  diferentes  e  que  as  crianças  com  esse  tipo  de  alergia  podem  desenvolver  outros  processos  alérgicos,   como   eczema   e   asma.

*O  ponto  principal  do  tratamento  da  Alergia  ao  Leite  de  Vaca  é  a  exclusão  do  leite  de  vaca  e  seus  derivados,  o  que  implica  na  capacidade  de  identificação  das  diferentes  proteínas  do  leite,  muitas  vezes  descritas  por  meio  de  termos  pouco  conhecidos   para   o   consumidor.

Assim,   deve-se  enfocar  a  necessidade  da  leitura  atenta  dos  rótulos  dos  produtos  industrializados,  devendo  ser  rastreados nestes produtos antes do consumo termos  como:  
  • caseína, caseinatos, hidrolisados (de caseína,  de  proteínas  do  leite  e  do  soro),  lactoalbumina,  β-lactoglobulina,  soro  de  leite,  creme  de  leite.

As indústrias de alimentos geralmente divulgam  uma lista de seus produtos isentos de leite de vaca.
Pode-se solicitar esta relação através do contato com  o  SAC  (Sistema  de  Atendimento  ao  Consumidor)  das  respectivas  empresas.  Pelo  fato  de  existirem  frequentes  modificações  dos  ingredientes  destes  produtos, é necessário que a lista esteja atualizada e  conferida antes do consumo.

Ovo

A ocorrência de alergia ao ovo é mais frequente  nos primeiros anos de vida, geralmente devido às  proteínas  da  clara.  A  alergia  ao  ovo  afeta  0,5%  das  crianças  saudáveis,  até 5% dos bebês atópicos e 50% das crianças com  dermatite  atópica  podem  apresentar  alergia  a  esse  alimento.
Entre os principais alérgenos da clara do  ovo  já  identificados,  salientam-se:  a  ovoalbumina
(Gal d 1), o ovomucóide (Gal d 3) e a conalbumina  (Gal  d  2),  que  constituem  54%,  11%  e  12%  da  proteína total da clara, respectivamente.


A  alergia  ao  ovo  pode  ser  classificada  como  imediata ou tardia. A primeira ocorre em até quatro  horas após a ingestão do ovo, e a segunda ocorre em  período superior a este espaço de tempo. As reações  imediatas   envolvem   mecanismo   IgE   mediados,  sendo  as  mais  comuns:
  • anafilaxia,  hipotensão,  urticária,  choque,  broncoespasmo,  laringoespasmo  ou  síndrome  da  alergia  oral
ovoalbumina  pode  estimular  uma  reação  de  hipersensibilidade do tipo IgE mediada a alimentos,  levando  à  liberação  de  mediadores  de  células  mastocitárias  (histamina),  que  atuam  sobre  a  pele,  nariz, pulmões e trato gastrointestinal,  aumento da permeabilidade capilar, a vasodilatação,  a  contração  de  músculo  liso  e  a  secreção  de  muco.

Mariscos

As  reações  de  hipersensibilidade  a  ingestão  de  mariscos  constituem  uma  das  alergias  alimentares  mais frequentes nos adultos. A maioria são alergias  múltiplas a mariscos, tais como:


  •  a lagosta, caranguejo e camarão
Os indivíduos podem desenvolver urticária,  angiodemas,  asma  e  quadros  de  anafilaxia.  Foi
demonstrada a presença de antígenos termoestáveis  e  termolábeis  no  camarão.  E  em  estudos  recentes,  foi identificada como o alérgeno do camarão uma  proteína  muscular  a  tropomiosina.
 

Aditivos

Devido  ao  desenvolvimento  tecnológico  e  as  mudanças nos hábitos alimentares, tem aumentando
a  exposição  da  população  a  uma  grande  variedade  de    aditivos    e    contaminantes,   principalmente nos  alimentos  processados,  e  isso  vem  criando  um  microambiente  no  intestino  que  favorece  o  desenvolvimento  das  reações  adversas.



Os  aditivos  em  alimentos  podem  servir  para  muitos propósitos, desde o de realçar a cor e o sabor
dos  alimentos  até  o  de  atuar  como  complemento  nutricional e como agente antimicrobiano. A maioria  dos  aditivos  é  ingerida  em  pequenas  quantidades  e  os  efeitos  adversos  decorrentes  da  sua  ingestão  podem variar de letargia a crises de asma grave. O  diagnóstico  preciso  de  reação  alérgica  a  aditivos  só  pode  ser  feito  através  de  procedimentos  de  provocação apropriados.

*O  Sistema  Internacional  de  Numeração  (INS,  International   Numbering   System)   de   Aditivos  Alimentares 

Foi  elaborado  pelo  Comitê  do  Codex Alimentarius   da   Organização   de   Alimentos   e Agricultura   da   Organização   Mundial   de   Saúde (FAO/OMS),  para  estabelecer  um  sistema  numérico  internacional  de  identificação  dos  aditivos  alimentares  nas  listas  de  ingredientes  como alternativas à declaração do nome específico  do  aditivo.

Embora  não  se  conheça  o  potencial  alergênico de todas as substâncias citadas nessa lista,  parte delas já foi relacionada a reações alergênicas  como   urticária   e/ou   angioedema.   É   o   caso   de  alergias relacionadas aos parabenos, à lanolina, ao  metabissulfito de sódio e aos sulfitos.

Os  dados  de  alergia  a  aditivos  alimentares  no  Brasil   são   escassos   e   carecem   de   metodologia  rigorosa.  No  entanto,  apesar  de  não  ser  conhecida  a   prevalência   de   reações   alérgicas   a   aditivos  alimentares no Brasil, estima-se que sua prevalência em  países  desenvolvidos  –  comprovada  por  testes  de provocação, varie de 0,01 a 0,23%.

*As  reações  adversas  aos  conservantes,  corantes  e  aditivos  alimentares  são  raras,  mas  não  devem  ser menosprezadas. O corante artificial tartrazina,  sulfitos  e  glutamato  monossódico  são  relatados  como  causadores  de  reações.
  • tartrazina  pode  ser  encontrada  nos  sucos  artificiais,  gelatinas  e  balas coloridas,  
  • o   glutamato   monossódico  pode  estar  presente  nos  alimentos  salgados  como  temperos (caldos de carne ou galinha). 
  • Os sulfitos  são usados como preservativos em alimentos (frutas  desidratadas,   vinhos,   sucos   industrializados)   e  medicamentos  tem  sido  relacionados  a  crises  de  asma  em  indivíduos  sensíveis.  
  • O  metabissulfito  de  sódio  causa  reações  mais  freqüentes  (urticária  e  exacerbação  da  asma). 
  •  O  citrato  de  sódio,  usado  como  antioxidante,  pode  causar  reações  alérgicas,  além  da  queda  da  pressão  arterial,  vermelhidão  da  pele e dor de cabeça; porém, mais raramente que os  sulfitos.
Alergia alimentar na Infância

A    incidência    da    alergia    alimentar    dá-se  principalmente dentro  dos  primeiros  seis  meses  de  vida, e afeta especialmente lactentes que receberam  aleitamento natural por um período de tempo muito  curto  ou  então,  aqueles  que  se  viram  totalmente  privados  da  prática  do  aleitamento  natural


O  leite,  seja  o  materno  ou  em  fórmula  infantil,  constitui  o  primeiro  alimento  em  contato  com  o  lactante,  sendo  por  isso  a  sua  primeira  fonte  de  antígenos alimentares. Portanto, não é de estranhar  que durante o primeiro ano de vida seja o alimento  responsável pelo maior número de reações adversas.

Alergia alimentar: sistema imunológico e principais alimentos envolvidos

É   possível   prevenir   ou   retardar   a   aparição  de   alergias   em   crianças   mediante   intervenções  dietéticas que se iniciam desde a gravidez. Em mães  com  antecedentes  alérgicos,  recomenda-se  evitar  durante  a  gravidez  os  alimentos  alergênicos  tais  como:
  •   leite,  ovo,  pescados,  mariscos,  amendoim  e soja, e substituí-los por outros que não comprometam  seu estado nutricional, complementando com cálcio  quando necessário. 
  • A mãe deve continuar evitando  os    alimentos    durante    o    aleitamento    materno  exclusivo e mantê-lo por no mínimo seis meses, já  que  alérgenos  alimentares  podem  ser  transmitidos  através  do  leite  materno

A introdução de alimentos sólidos com potencial  alergênico   deve   ser   adiada   em   crianças   com
antecedentes  familiares  de  alergia.

*Recomenda-se  que a introdução desses alimentos aconteça após o  primeiro  ano  de  idade  para  alimentos  como: ovo,  pescados  e  soja.
*Por  volta  dos  três  anos  de  idade,  pode-se introduzir o amendoim.

Apesar de todas as  dificuldades quanto ao diagnóstico correto da alergia  alimentar, sua importância é inquestionável na faixa  etária pediátrica, sendo necessária uma abordagem  ampla, na qual envolve atendimento multidisciplinar  e a conscientização da família quanto à importância  das   orientações   a   serem   seguidas,   objetivando  o   controle   dos   sintomas

Tratamento de alergias alimentares

Até  o  momento,  não  existe  um  medicamento  específico para prevenir a Alergia Alimentar. Uma
vez  diagnosticada,  são  utilizados  medicamentos  específicos para o tratamento dos sintomas (crise)
sendo de extrema importância fornecer orientações  ao  paciente  e  familiares  para  que  se  evite  novos  contatos    com    o    alimento    desencadeante.

  • As  orientações   devem   ser   fornecidas   por   escrito,  visando  à  substituição  do  alimento  excluído  e  evitando-se deficiências nutricionais até quadros de  desnutrição importante principalmente nas crianças.
  • O paciente deve estar sempre atento, e verificar o  rótulo   dos   alimentos   industrializados   buscando  identificar nomes relacionados ao alimento que lhe  desencadeou a alergia.
  • A  exclusão  de  um  determinado  alimento  não  é  tarefa fácil e a exposição acidental ocorre com certa  frequência. 
* Os  indivíduos  com  Alergia  Alimentar  grave (reação anafilática) devem portar braceletes  ou cartões que os identifiquem, para que cuidados  médicos sejam imediatamente tomados. As reações
leves desaparecem espontaneamente ou respondem  aos anti-histamínicos (antialérgicos).

Pacientes com  história  de  reações  graves  devem  ser  orientados  a  portar medicamentos específicos (adrenalina), mas  torna-se  obrigatório  uma  avaliação  em  serviço  de  emergência para tratamento adequado e observação,  pois,  em  alguns  casos,  pode  ocorrer  uma  segunda  reação, tardia, horas após .

Em  alguns  casos,  principalmente  nas  crianças,  a exclusão rigorosa do alimento parece promover a
diminuição da alergia. O alimento deve permanecer  suspenso por aproximadamente 6 meses. Após este  período  o  médico  especialista  poderá  recomendar  uma   reintrodução   do   alimento   e   observar   os  sintomas. Se o indivíduo permanecer assintomático  e  conseguir  ingerir  o  alimento,  o  mesmo  pode  ser  liberado.  Caso  ocorra  qualquer  sintoma,  a  dieta  de  eliminação deve ser mantida.

 A presença de reação  alérgica  grave,  como  a  anafilaxia  ao  amendoim,  contra-indica   esta   reintrodução.   Nos   pacientes  altamente sensibilizados, a presença de quantidades mínimas  do  alimento  pode  desencadear  reação  de  extrema gravidade

Métodos de prevenção da alergia alimentar

O estímulo ao aleitamento materno no primeiro  ano de vida é fundamental assim como a introdução
tardia    dos    alimentos    sólidos    potencialmente  provocadores   de   alergia.  As   recomendações   da  idade de introdução de alimentos específicos, com  maior  potencial  alergénico,  como  o  ovo,  o  peixe  e  os  frutos  secos,  variam  um  pouco  consoante  os   autores,   respeitando   diferentes   populações.


*Segundo   a   Sociedade   Americana   de   Pediatria  (AAP),  recomenda-se  a  introdução  dos  alimentos  sólidos após o 6º mês, o leite de vaca após 1 ano de  idade, ovos aos 2 anos e amendoim, nozes e peixe,  somente  após  o  3º  ano  de  vida.

A  dieta  materna  durante a  amamentação parece  ter  algum  benefício  na  prevenção  da  alergia  às
proteínas  do  leite  de  vaca  e  no  eczema  atópico.  Durante o aleitamento materno, a restrição de alguns  alimentos   alergizantes,   como:   produtos   lácteos,  ovo, peixe, amendoim e soja, pode ser associada à  redução  da  prevalência  de  eczema  atópico  dos  12  aos 18. No entanto, esta dieta alimentar só deve ser  realizada  sob  supervisão  médica  e  em  mães  com  grande risco de ter filhos com alergia.

 A introdução  precoce  de  alérgenos  alimentares  pode  promover  o   desenvolvimento   de   alergia   enquanto   que   a  introdução numa fase mais tardia induz tolerância.  Os alimentos sólidos antes dos quatro meses podem  aumentar o risco de eczema atópico em crianças com  predisposição  genética.

Alimentos   processados,   por   conterem   vários  alérgenos, não devem ser introduzidos enquanto não  se confirmar a tolerância a cada um dos ingredientes.

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