quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis

As vitaminas são compostos orgânicos encontrados em plantas e animais. São necessárias em pequenas quantidades para o metabolismo normal do corpo. Os seres humanos não sintetizam vitaminas (exceto alguma quantidade de vitamina D e vitamina B7) e, por isso, dependem exclusivamente da alimentação para prover os níveis necessários.


O que é considerado vitamina para algumas espécies, pode não ser para outras. Por exemplo, répteis e algumas aves conseguem produzir toda o ácido ascórbico (vitamina C) que precisam a partir dos rins, não sendo este composto, portanto, considerado uma vitamina para essas espécies.

 Já em nós humanos e em outros mamíferos, o gene responsável pela produção de ácido ascórbico sofreu mutações ao longo do processo evolutivo e perdeu essa capacidade. Porque nós não produzimos a vitamina C, mas precisamos ir buscá-la nos alimentos para sobreviver, ela é considerada uma vitamina.


Cada vitamina tem estrutura e função diferente no organismo. São 13 as vitaminas:


    Vitamina A – Retinol
    Vitamina B1 – Tiamina
    Vitamina B2 – Riboflavina
    Vitamina B3 – Niacina
    Vitamina B5 – Ácido pantotênico
    Vitamina B6 – Piridoxina
    Vitamina B7 – Biotina
    Vitamina B9 – Ácido fólico
    Vitamina B12 – Cianocobalamina
    Vitamina C – Ácido ascórbico
    Vitamina D – Calciferol
    Vitamina E – Tocoferol
    Vitamina K – Filoquinona

As vitaminas são divididas em hidrossolúveis e lipossolúveis.

As lipossolúveis: são armazenadas no tecido gorduroso (adiposo) para que o organismo possa usá-las quando necessitar. Praticamente não há excreção destas vitaminas, tudo que é ingerido e não aproveitado no momento, é estocado para momentos de escassez.  
  • São vitaminas lipossolúveis as A,D,E e K.

As hidrossolúveis: como o próprio nome indica, diluem-se na água e são facilmente excretadas na urina. Praticamente não há armazenamento destas no organismo e todo o excesso é eliminado. São 
  • vitaminas hidrossolúveis a família da vitamina B e a vitamina C.

Se por um lado as vitaminas lipossolúveis têm a vantagem de poderem ser armazenadas, por outro, como não são eliminadas pela urina, uma ingestão em excesso pode levar a um quadro de hipervitaminose, que, em última análise, pode levar à morte. Portanto, existem doenças devido à falta, mas também ao excesso de vitaminas.

A deficiência de vitaminas pode ocorrer por falta de ingestão adequada ou por algum distúrbio que impeça a sua absorção e utilização, ocasionando sua eliminação nas fezes. A maioria das pessoas consegue todas as vitaminas necessárias na alimentação e não precisam de suplementação.


1) Vitaminas lipossolúveis

VITAMINA A

– Fontes: Encontrada em cenouras, ovos , leite, peixes, frutas amarelas, brócolis, espinafre e fígado.

– Deficiência: Causa cegueira, lesões de pele e alterações no crescimento ósseo.

– Intoxicação: Náuseas, vômitos, distúrbios neurológicos, hepatite, queda de cabelo.

– Recomendações: não há indicações para suplementação de vitamina A a não ser que haja evidências de sua deficiência ou doenças que predisponham a mesma como Fibrose cística, Doença de Crohn, insuficiência pancreática e Doença celíaca.

Suplementação em excesso de vitamina A parece estar relacionado ao aumento da incidência de alguns cânceres, como o de pulmão em fumantes.

VITAMINA D
– Fontes: Peixes, leite, ovos, fígado e através da exposição ao sol.

– Deficiência: Osteomalácia (ossos fracos) no adultos e raquitismo nas crianças.

– Intoxicação: Excesso de cálcio sanguíneo, lesão renal, lesão óssea.

– Recomendações: Pessoas com pouca exposição solar, principalmente nos países fora dos trópicos e idosos normalmente apresentam deficiência de vitamina D, uma vez que a principal fonte é a produção da pele pelo estímulo solar. Nestes casos indica-se doses de até 800UI dia. Pode se acompanhar os valores de vitamina D através de análises de sangue.

*A vitamina D é produzida na pele mas é ativada pelos rins. Doentes com insuficiência renal necessitam de suplementos da forma ativada. A forma vendida nos multivitamínicos é a inativa, que precisa de um rim saudável para funcionar.


VITAMINA E

– Fontes: Óleos vegetais, nozes, castanha, avelã, espinafre, leite, arroz, pão, massas.

– Deficiência: Alterações musculares, neurológica e morte prematura dos glóbulos vermelho(hemácias).

– Intoxicação: Não existe nenhuma síndrome bem caracterizada pela excesso de vitamina E. Porém, alguns trabalhos demonstraram uma maior mortalidade em pacientes que faziam complementação com vitamina E. Não há nenhuma causa específica de morte, as pessoas simplesmente vivam menos que o grupo sem suplementação com vitamina E.

– Recomendações: A vitamina E é das vitaminas mais facilmente encontrada em alimentos e por isso sua deficiência é rara. Só indica-se suplementação naqueles com doenças que impedem a absorção da vitamina ingerida: Fibrose cística, Doença de Crohn, insuficiência pancreática e Doença celíaca.

A vitamina E parece estimular a produção de espermatozoides e pode ser indicada no tratamento de infertilidade masculina.

VITAMINA K

– Fontes: Folhas verdes, queijos, chocolate, frutas

– Deficiência: A vitamina K é um importante fator na cascata da coagulação e sua deficiência causa hematomas, equimoses e hemorragias. Excesso de vitamina A e E podem inativar a vitamina K.

– Intoxicação: Lesão no fígado e anemia.

– Recomendações: A deficiência de vitamina K em adultos é rara e está relacionado a longos cursos de antibióticos e as doenças que impedem a absorção das vitaminas lipossolúveis já descritas acima.

Em pacientes anticoagulados com varfarina que apresentam sangramentos , podem ser tratados com doses de vitamina K.

2) Vitaminas hidrossolúveis

A família das vitaminas B e a vitamina C são hidrossolúveis e não acumulam no organismo. Por isso é muito raro quadros de intoxicação. Como não são estocadas no corpo, faz-se necessário o consumo constante destas vitaminas. Como são nutrientes ricos em vários alimentos, sua deficiência ocorre principalmente em desnutridos e alcoólatras.



Vitamina C (ácido ascórbico)

- Abrange o ácido ascórbico e seus derivados.
- Participa da síntese do colágeno, sendo  necessária para a  manutenção do tecido conjuntivo bem como na  recuperação de tecidos danificados. Também facilita a absorção de ferro da dieta no intestino.
- As fontes mais comuns são as frutas, os legumes, as verduras e as batatas.
- Fumantes têm  menores níveis de vitamina C. Portanto, em ingestões recomendadas, fumantes têm doses  maiores.
- O principal sintoma de megadoses é a diarréia e pode haver pedras nos rins.

-  O escoburto é  o  sintoma  clássico da  ausência:  sangramento  das  mucosas  e  dor  nos  músculos  usados mais intensamente. Após meses, pele pode ficar amarelada. Muito comum na época dos descobrimentos, quando os viajantes passavam vários meses no mar, o escorbuto é hoje doença de desnutridos, alcoólatras e toxicodependentes. Manifesta-se como hemorragias gengivais, alterações na cicatrização, lesões de pele e dores articulares.

-Não há comprovação que a vitamina C previna gripes e resfriados, muito menos cânceres.-
-A ingestão de vitamina C aumenta a absorção de ferro pelo trato gastrointestinal e normalmente é indicada em doentes com anemia por deficiência de ferro
-Consumo em excesso de vitamina C parece estar associado a uma maior incidência de cálculos renais.

Vitamina B1 (tiamina)

- Abrange vários compostos com efeito tiamina-like.
- Seu armazenamento é limitado e sua meia-vida curta, por isso torna-se necessária uma ingestão diária.
-É coenzima em reações da respiração celular.
-  É  encontrada  em  fontes  animais,como  alguns  peixes,  fígado  e carne,  principalmente  de  porco,  além  da  gema  do  ovo.  Boas  fontes  vegetais  são  os  cereais  integrais,  batatas,  legumes,  leite  de  soja  e  abóbora.  Assim  como  a  maioria  das  vitaminas  B  está  presente  em  maior  parte  na  casca  das  sementes,  que  se  perdem no processo de refinamento, como na casca do arroz.
-  Pessoas que  exercem trabalhos  pesados, ou  turnos de trabalho  intensivos de vem  ingerir uma  dose maior  de tiamina
- O uso crônico de álcool reduz a absorção e o metabolismo de tiamina.
-  Em uma  dieta  normal,  a  maior parte da  tiamina  é  de origem animal. Um vegetariano deve  incluir  cereais  integrais para obter a dose desejável de tiamina.
- A síndrome clássica  da  falta  de  tiamina  é o beribéri. A forma  úmida  causa  edema  generalizado e na  forma seca são prevalentes as lesões nervosas. o beribéri inclui  distúrbios  cardiovasculares e nervosos. Embora,  esteja  reduzindo o número de casas,  esses  sintomas podem  aparecer  principalmente  devido ao consumo  de álcool.

Vitamina B2 (Riboflavina)

- Atua como coenzima ou grupos prostéticos de várias enzimas.
-  Está  presente  em  derivados  do  leite  e  uma  porção  de fígado  oferece  várias  vezes  a  quantidade  diária
necessária. Em relação aos grãos vale  o mesmo para  todas as vitaminas  B: o gérmen  e a semente contém  uma   quantidade  relativamente  grande  de  vitamina   B2,  mas   cerca   de  2/3   são  perdidos   durante  o  processamento. Além disso, é extremamente sensível à luz.
- Na gravidez e lactação é necessário um aumento na ingestão. Traumas, abuso de  álcool, assim como uso de  alguns medicamentos  (antidepressivos  e alguns  contraceptivos  orais)  podem  implicar  em  um  aumento  na necessidade de ingestão diária.
- As ingestões reais tendem a ficar abaixo do recomendado, principalmente em idosos.
- Sintoma clínicos da falta de riboflavina são muito raros em países industrializados.
Vitamina B3 (Niacina)

- O termo niacina é usado para denominar o ácido nicotínico e a nicotinamida.
-  o  ácido  nicotínico,  a  nicotinamida,  a  forma  de  coenzima  metabolicamente  ativa  nicotimida  adenina  dinucleotídeo (NAD) e a nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADP) ocorrem em alimentos.
-  O  triptofano  pode  ser  convertido  em  NAD.  Mas  o  NAD  só  se  tornaria  não  essencial  se  houvesse   um  grande excesso de triptofano.
-  Muitos  idosos que dão entrada  em  hospitais  apresentam-se malnutridos, principalmente pela  desnutrição  energética protéica (DEP) e abuso de álcool. Crianças pobres também estão no grupo de risco.
- A falta de niacina, no início apresenta sintomas inespecíficos, insônia, falta  de apetite, perda de peso. Em  fases avançadas, o sintoma  clássico é a  pelagra. Uma  inflamação  na  pele torna-se aparente. Em  áreas da  pele  expostas à  luz do Sol  surgem  manchas,  queimaduras ou  irritações  que podem  formar  bolhas. Esses  sintomas  são  acompanhados  de  diarréia,  vômito e problemas  neurológicos, como  dor  e insensibilidade. A pelagra clássica só ocorre quando a falta de niacina se combina com a falta de triptofano.

Vitamina B5 (Ácido Pantotênico)

-  Em  alimentos,  o   ácido  pantotênico  ocorre  sobretudo  na  forma  de  suas  coenzimas  ativas,  a  CoA  e  as  sintase de ácidos graxos, das quais ele é um constituinte.
-  Praticamente   todos  os  alimentos  fornecem  ácido  pantotênico,  de  modo  que  inclusive  os  pequenos  conteúdos somam-se, gerando quantidades totais consideráveis.
- A deficiência isolada de ácido pantotênico é praticamente desconhecida.
-  O   álcool  desse   ácido  tem  sido  usado,  há  muito   tempo,em  cremes  e   loções  para   tratamento   de  queimaduras.
Vitamina B6 (Piridoxina)

- A vitamina B6 é encontrada amplamente nos alimentos.
-  Nas fases  iniciais, os seus sintomas  se confundem  com  os  da  carência  em riboflavina  e de  niacina.  Nas fases avançadas ocorre neuropatia periférica e desmielinização de células nervosas.
- Deficiência de B6 isolada é rara.
-  A  ingestão  de  megadoses  de  piridoxina  por  praticantes  de  fisiculturismo  é   baseada  em  informações pseudocientíficas  e  pode  causar  os  seguintes  problemas:  após  o consumo  de 150mg/dia  durantes  vários meses,  podem  ocorrer  neuropatia  periférica  reversível  com  distúrbios  no  andar,  perda   de   reflexos  e distúrbios sensoriais.
Vitamina B12 (Cobalamina)

- Como  coenzima  participa  de 3  reações metabólicas, na  mitocôndria e  no citosol.
-  Apenas  microrganismos  podem  sintetizar  a  vitamina  B12.  Por  isso   é encontrada   em   todos   os   alimentos   de   origem   animal   em   grandes  quantidades.
-  Devido a  má  absorção de vitamina  B12  ligada  a  proteínas  em  pessoas  mais  velhas,  recomenda-se  que  haja  uma  suplementação  ou  alimentos enriquecidos.
-  A deficiência  de  B12  é rara  inclusive  entre  vegetarianos  que  não  comem
nenhum  produto  de  origem  animal.  Sua  deficiência,  geralmente,  é  decorrência  de  problemas  na  sua  absorção  no intestino. A exceção são crianças de mães que adotaram um estilo de vida  vegetariano por  um  período prolongado.
- A síndrome clássica pela sua ausência é a anemia perniciosa.

Vitamina B9 (Ácido Fólico)

- Certos vegetais, tais como feijão, espinafre e tomate são particularmente ricos em ácido fólico.
-  A  ingestão  de  folato  é  particularmente  importante  na  gravidez,  uma  vez  que  as  necessidades  do  feto  somam-se  a  da  mãe.  Para  evitar  o  indesejável  aumento  no  consumo  de  alimentos  energéticos,  muitas  sociedades médicas recomendam a suplementação de ácido fólico para todas as mulheres em idade fértil.
-  A deficiência  de  folato  durante  a  gravidez  está  associada  a  uma  série  de  complicações  como, abortos,  defeitos congênitos, problemas de desenvolvimento e danos no tubo neural.
Biotina

-  Os  efeitos  bioquímicos da  biotina  baseiam-se em  sua  função como  coenzimas  de carboxilases,  como  a
piruvato carboxilase que é uma enzima-chave na gliconeogênese.
- A biotina está presente na maioria dos alimentos.
- A proteína  avidina, presente numa  forma  activa  em  ovos crus, inibe a  ação da biotina  ao ligar-se a  esta,  evitando  a  sua  absorção  normal  no  intestino.  Uma  dieta  rica  em  ovos  crus  pode  levar,  por  isso,  a  uma  deficiência em biotina.
- Unhas quebradiças, em geral citadas na propaganda de suplementação de biotina, não são um sintoma de  deficiência cientificamente comprovada, o que torna dúbia a argumentação

As principais doenças por falta de vitaminas hidrossolúveis são:

Vitamina C – Escorbuto.
Vitamina B1 – Beriberi.
Vitamina B3 – Pelagra.
Vitamina B9 (ácido fólico) – Má formações fetais
 Vitamina B12 – Anemia megaloblástica.

Conclusão:

Os benefícios das vitaminas são muito superestimados. Elas são necessárias para se ter saúde, mas doses acima do recomendado não trazem nenhum benefício; pelo contrário.

Os multi vitamínicos costumam ter doses baixas de cada vitamina. No final, não fazem mal, mas também não trazem nenhum benefício. São praticamente placebos.

Muitas pessoas confundem os benefícios das vitaminas com os das proteínas, e acham que podem engordar ou ficarem mais fortes aumentando o consumo das mesmas. Vitamina não engorda, vitamina não dá força, vitamina não ajuda a criar músculos.

*Como nutricionista eu recomendo sempre que a alimentação supra todos os nutrientes que precisamos em uma dieta equilibrada em qualidade e quantidade, que seja  suficiente para nossas funções metabólicas e equilíbrio orgânico. As pessoas que se alimentam mal sejam obesos,  baixo peso ou com peso normal,  com certeza terá deficiência de  vitaminas e minerais. As vitaminas do complexo B não são armazenadas, portanto devemos consumi-las  regularmente. A suplementação só se deve conforme anamnese clínica nutricional,  verificando a alimentação e o estado de saúde do paciente. A indústria de suplementação no Brasil  têm crescido muito nos últimos anos, o que faz com que as pessoas adquirem os suplementos de uma forma desordenada e com facilidade. Suplementação é coisa séria e somente profissionais capacitados são aptos para suplementar o que o paciente realmente precisa para complementar a alimentação.  Uma dieta normal provém quantidades suficientes de vitaminas, com a vantagem de também proporcionar outros nutrientes como proteínas, carboidratos, fibras etc.   Att, Nutricionista Giselle Ferreira Barrinuevo.

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