terça-feira, 16 de outubro de 2018

Melatonina Hormônio do Sono

O sono é um estado transitório e reversível, que se alterna com a vigília  (estado desperto).  Trata-se  de  um  processo  ativo  envolvendo  múltiplos  e  complexos mecanismos fisiológicos e comportamentais em vários sistemas e  regiões  do  sistema  nervoso central.  


São identificados  no  sono  dois  estados  distintos:  
  • o  sono  mais  lento  (sono  não  REM)  que  é  dividido  em  três  fases  segundo a progressão e a profundidade 
  • e o sono com atividade cerebral de  baixa   amplitude   e  mais   rápida   (sono   REM).   Este   último   estado   é  caracterizado  por  movimentos  oculares  rápidos  e  de  relaxamento  muscular  máximo, além de ser a fase onde ocorrem os sonhos.


Em  um  indivíduo  normal,  o  sono  não  REM  e  o  sono  REM  alternam-se ciclicamente ao longo da noite repetindo-se a cada 70 a 110 minutos, com 4 a 6 ciclos por noite. Normalmente o sono não REM concentra-se na primeira  parte da noite, enquanto o sono REM predomina na segunda parte.

*Observa-se  que  os  níveis  de  tal  hormônio  decaem  com  o  aumento  da  idade,  devido  à  redução da capacidade da pineal ou pela ação de outras substâncias, como medicamentos.

Com  isso, indivíduos  com  redução  na  síntese  ou  na  secreção  da  melatonina  apresentam graves distúrbios do sono, seja por motivos fisiológicos, patológicos ou medicamentosos.

Dessa forma, a suplementação de  melatonina vem surgindo como uma promissora alternativa  utilizada,  principalmente  para  os  distúrbios  do  sono  não  demonstrando  toxicidade
ou vasta amplitude de efeitos colaterais, nem dependência, mesmo em doses elevadas, em detrimento
dos  efeitos  adversos  de  fármacos  hipnóticos  atualmente  prescritos  para insônia,  seja  para  o
tratamento de pacientes jovens ou para o de idosos
 
2. Propriedades

A  melatonina  ou  N-acetil-5-metoxitriptamina é  um  hormônio  produzido pela glândula pineal, sintetizada a partir da serotonina pela conversão inicial do  triptofano  em  serotonina;  conversão dessa  em  N-acetilserotonina  e  por último a conversão da N-acetilserotonina em melatonina.


*A secreção desse hormônio  diminui  com  a  idade  e  influi  sobre  o  ritmo  sazonal  e  circadiano,
sobre  o  ciclo  sono vigília  e  sobre  a  reprodução.  Apresenta  um  padrão  de  secreção dia/noite, sensível a luminosidade, com início de elevação no início  da noite e queda no final da mesma.

A  exposição a luminosidade  (luz  brilhante)  é  suficiente  para  suprimir  a  síntese de melatonina.
Esse  hormônio  funciona  como  indutor  do  sono  e  estudos  recentes sugerem que ela age mais como um agente que prepara para o sono talvez sinalizando para uma  redução da  temperatura corporal. Nesse sentido, ela atuaria através de suas propriedades cronobióticas.


*A luz é o fator ambiental mais importante para a regulação da síntese de melatonina e responsável pelo ritmo circadiano de sua secreção. Tal ritmo é gerado  no  núcleo  supraquiasmático  do hipotálamo  que  atua  como  um oscilador  circadiano  endógeno,  pois  estudos  demonstraram  que,  quando isolado de  outras  estruturas  do  encéfalo,  seus  neurônios  mantêm  o  ritmo circadiano. 

Quando  a  melatonina é  secretada  em  horários  diferentes do  fisiológico,  ocorre  aumento  da  sonolência  e diminuição  da  temperatura  corporal.  De  forma semelhante,  se  a  melatonina é  inibida  pela  luz,  há  diminuição da  sonolência e aumento da temperatura corporal.

3. Indicações
Entre as várias ações da melatonina já comprovadas, se destacam: 



⇒Imunomodulatória   (agindo   sobre   linfócitos,   citocinas,   entre   outros)  melhorando as defesas imunológicas do organismo;

⇒Anti-inflamatória (inibindo prostaglandinas e regulando a COX-2);

⇒Antitumoral  (inibindo  mitoses  e  suprimindo  a  recaptação  do  ácido linoléico,  regulando  assim  receptores  de  estrogênio)  incluindo  o  câncer de cólon e mama;

⇒Antioxidante  (regulando  pró-oxidantes  envolvidos  na  síntese  do  óxido nítrico   e  lipoxigenases),   e   cronobiológica   (regulando   os   ritmos biológicos);

➽Ajuda a  combater o estresse oxidativo, prevenindo e desacelerando  a  progressão   da   aterosclerose,   Doença   de   Parkinson,   Doença   de  Alzheimer,  Acidentes  vasculares  cerebrais,  esclerose  múltipla,  síndrome da fadiga crônica e outras doenças neurodegenerativas;

➽A  melatonina  também  pode  ser  usada  para  cães  com  a  finalidade  de  controlar o estresse, reduzindo a ansiedade sentida por eles.

4. Dosagem Usual

Dependendo do seu uso, pode ser administrado até 10mg diárias.


As doses normais para tomar, as quais irão proporcionar a regularização do sono, variam de
  • 0,3 a 06 miligramas do produto.
Algumas insônias, mais avançadas, pedem até 20 miligramas, entretanto devem ser administradas com a ajuda de um médico.

5. Reações adversas

A  melatonina  é  considerada  uma  substância  de  baixa  toxicidade  e  uso  seguro  principalmente  se  comparada  com  diversos  fármacos  de  uso  comum, principalmente os hipnoindutores.

Foram  relatadas  reações  como  fadiga,  cefaleia,  tontura  e  irritabilidade,  além de sonolência diurna. O efeito em longo prazo ainda é desconhecido.

6. Contraindicações
  • O   uso   da   melatonina   é   contraindicado   em   casos   de   gravidez   e aleitamento.
  • É recomendável evitar o uso da melatonina para bebês e crianças. Uma  terapia  hormonal  por  si  só  é  bastante  delicada,  pois  interfere  em  todo  o  sistema neuroendócrino, especialmente em faixas etárias mais baixas, para  aqueles que estão em plena fase de desenvolvimento.
  • Trabalhadores não devem operar máquinas cerca de 4 a 5 horas depois da  ingestão de melatonina.

7. Interações medicamentosas

  • Nunca   use   a   melatonina   concomitantemente   com   medicamentos sedativos (Clonazepam, Lorazepam, Fenobarbital, Zolpidem, etc),  pois a  sonolência será excessiva.
  • Nunca  a  utilize  também  se  estiver  fazendo  uso  de  imunossupressores, como  os  transplantados,  por  exemplo.  A  melatonina  é  um  estimulante  para o sistema imunológico.
  • Não  utilize  a  melatonina  fazendo  o  uso  de  drogas  anticoagulantes.  A  melatonina  pode  afetar  processos  de  coagulação  sanguínea,  o  que aumenta consideravelmente os riscos de hemorragia.
  • Os   anticoncepcionais   parecem   estimular   a   produção   endógena   de melatonina. Evite a suplementação com a melatonina sintética.
  • A  ingestão  de  bebidas  ou  suplementos  a  base  de  cafeína  diminuem  a  eficácia da melatonina.
  • Antidepressivo  fluvoxamina  aumenta  a  absorção  da  melatonina  e,  com  isso, as ocorrências de efeitos colaterais são mais iminentes.
  • A melatonina pode diminuir a eficácia do anti-hipertensivo Nifedipina.
  • O medicamento Verapamil diminui a eficácia da melatonina por estimular sua eliminação do organismo.
  • O medicamento Flumazenil também diminui sua eficácia

Mas é importante olhar com atenção para esse tipo de produto

"Qualquer pessoa que estude o sono vai dizer a mesma coisa: a melatonina não é inofensiva, é usada com abuso e não deveria ser usada para tratar de insônia", disse Michael Grandner, pesquisador de sono da Universidade do Arizona, ao HuffPost.

A função da melatonina é resetar o relógio interno do corpo – um dos usos adequados do suplemento é a ajuda da adaptação a diferentes fusos horários, ou então como auxílio para quem tem de trabalhar à noite. Outra indicação é para o tratamento de distúrbio do ritmo circadiano.

A dose adequada, segundo um estudo de 2001 do Massachusetts Institute of Technology (MIT), é de 0,3 miligrama. A pesquisa foi realizada por Richard Wurtman, pioneiro do uso da melatonina como suplemento de ajuda para o sono, em 1994. Mas muitas formulações contêm 10 vezes mais do que essa dose em um único comprimido. Isso pode levar a níveis mais altos de plasma de melatonina no dia seguinte, o que deixa muitas pessoas desorientadas.

Segundo uma meta-análise de estudos sobre melatonina, também realizada por Wurtman, os pesquisadores descobriram que doses altas do produto são ineficazes. "Depois de alguns dias ela para de funcionar", escreveu Wurtman em um comunicado de imprensa sobre o estudo. Quando os receptores de melatonina no cérebro são muito expostos ao hormônio, deixam de responder, afirmou ele.
Fonte: https://www.dermomanipulacoes.com.br/assets/uploads/Melatonina.pdf

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