domingo, 9 de fevereiro de 2014

Depressão

Hoje em dia, a depressão mostra se como um dos grandes males que afetam a humanidade. Comumente, todos nós conhecemos alguém que vive ou já viveu dificuldades em relação a esta oscilação de humor.


Com grande expressividade no cenário mundial, a depressão tem apresentado índices alarmantes nos últimos tempos. Já chamada de “o mal do século”, deve atingir entre 15% e 20% da população mundial, no mínimo uma vez na vida. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), até o ano de 2020, tende a ocupar o 2º lugar entre as causas de ônus gerados por doenças degenerativas e mortes prematuras.

Sabe-se que ninguém passa pela vida sem experimentar momentos de tristeza. Entende-se, também, que isso é inerente à natureza humana, visto que as frustrações são inevitáveis. O problema surge quando a tristeza se torna intensa e prolongada, prejudicando a vida pessoal, social, profissional e
familiar.

Depressão é um transtorno mental, causado por uma complexa interação entre fatores orgânicos, psicológicos, ambientais e espirituais, caracterizado por angústia, rebaixamento do humor e pela perda de interesse, prazer e energia diante da vida.

A depressão é um enorme “ buraco” e sua escalada não é nada animadora quando vista lá do fundo. Na maioria das vezes, o restabelecimento do equilíbrio emocional depende do apoio familiar e de ajuda profissional. Em muitos casos não tratados, existe uma melhora aparente, revelando euforia, entusiasmo e elevação exagerada da auto-estima, sendo que algum tempo depois a crise depressiva reaparece. Esse estado que se opõe à depressão é denominado mania e oferece uma falsa impressão de que o problema foi resolvido.


Tristeza e Depressão

Tristeza


É uma reação emocional normal às inúmeras situações frustrantes que a vida nos coloca. Ser dem
itido do emprego, não passar numa seleção, acompanhar o sofrimento de um parente ou mesmo perdê-lo, são situações que podem fazer uma pessoa se entristecer. Porém, é comum que ela retorne às suas atividades após um período relativamente curto de elaboração e adaptação diante do fato vivido, restaurando a confiança e o entusiasmo pela vida. Este período não costuma exceder 6 a 8 semanas e, normalmente, não é tratado por intervenções médicas ou psicoterápicas.
Nessa situação, quase sempre a pessoa tem consciência dos motivos que causaram seu sofrimento.


Depressão

Apresenta maior intensidade, revelando angústia, auto-desvalorização e desmotivação, que podem se
prolongar por meses ou anos, comprometendo a vida pessoal, social, profissional e familiar do dep
rimido. As verdadeiras causas da depressão nem sempre são percebidas pelo doente e pelas pessoas com quem convive, por estarem carregadas de conteúdos inconscientes e processos psicológicos e orgânicos complexos. Essa situação, frequentemente, requer apoio profissional especializado de médicos e psicólogos

Os sintomas que compõem o quadro depressivo afetam diversas áreas da vida do paciente, comprometendo suas atividades pessoais e sociais.
Podemos agrupar esses sintomas em 5 áreas distintas: humor, cognição ou pensamento, aspectos somáticos, expressão corporal e vida social.

a)Sintomas relacionados com o humor
  • tristeza
  • emotividade
  • angústia
  • irritabilidade
  • ansiedade
  • anedonia
  • desmotivação
b)Sintomas cognitivos
  • baixo rendimento intelectual
  • falta de Fé (em si, em Deus, na vida, nas pessoas e nos tratamentos)
  • sentimento de abandono e/ou rejeição
  • assuntos constantes sobre morte
  • sentimento de inferioridade
  • falta de sentido na vida
  • baixa auto-estima
  • auto-imagem negativa
  • pessimismo
  • desvalorização da vida
  • sentimento de culpa
  • ideias de suicídio

c)Sintomas somáticos
  • hipersonia
  • insônia
  • perda de apetite
  • aumento de apetite
  • diminuição da libido
  • redução do interesse sexual
  • baixa no sistema imunológico
d)Expressão corporal
  • cabeça baixa
  • peito embutido
  • coluna curvada
  • dificuldade em olhar as pessoas nos olhos
  • olhar desvitalizado
  • despreocupação com a higiene pessoal
  • despreocupação com a aparência
  • respiração superficial
  • movimentos lentos e contidos
e)Vida social
  • isolamento
  • desinteresse pelos estudos
  • desinteresse pelo trabalho
Tratamento

A escolha do tratamento mais adequado deve ser personalizada e feita depois de uma avaliação física e mental completa da pessoa doente. Os tipos de tratamento são diversificados, sendo aplicados de acordo com a situação clínica.

O tratamento da depressão é essencialmente medicamentoso. Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício.
 A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.

Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.

O tratamento deverá ser continuado por vários meses, mesmo depois de se sentir melhor. Só desta forma evitará recaídas quando terminar o tratamento antidepressivo. Não altere nem interrompa o tratamento indicado pelo seu médico e caso não se sinta confortável antes de tomar alguma decisão fale com o seu médico ou farmacêutico.

Números sobre depressão

A depressão e os problemas relacionados à doença fazem várias vítimas anualmente em todo o mundo. Saiba alguns números:

  • Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta cerca de 340 milhões de pessoas e causa 850 mil suicídios por ano em todo o mundo. No Brasil, são cerca de 13 milhões de depressivos.
  • Depressão e ansiedade são responsáveis pela metade (740 milhões de pessoas) das doenças mentais existentes no mundo, segundo a OMS.
  • Pesquisa desenvolvida no Brasil aponta que de 2% a 5% das crianças sofrem de transtornos depressivos.
  • Quem já teve um episódio de depressão no passado corre 50% de risco de repeti-lo. Caso tenha tido dois casos, a probabilidade de voltar a ter a doença pode chegar a 90%, sendo essa percentagem superior em caso de três episódios.
  • A síndrome do pânico atinge de 2% a 4% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
  • Estudo realizado nos EUA e publicado em 1984 mostra que 68% das mulheres e 60% dos homens pesquisados que tinham transtorno do pânico estavam desempregados na época. Revela ainda que pessoas com este distúrbio procuram atendimento médico sete vezes mais do que a população comum.
  • Pessoas que sofrem de depressão têm risco três vezes maior de desenvolver a doença de Parkinson, segundo pesquisa desenvolvida na Holanda.
  • Cerca de 15% das mulheres relatam sintomas de depressão nos seis meses que se seguem ao nascimento de um filho.
  • A Depressão é apontada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como a quinta maior questão de saúde pública e até 2020 deverá estar em segundo lugar.
  • 10% da população mundial já tiveram depressão, 60% não fazem tratamento e apenas 50% são diagnosticados corretamente.
  • Apesar de atingir uma grande parte da população - 17 milhões apenas no Brasil -, a depressão, muitas vezes, não é diagnosticada nem tratada de maneira adequada. Hoje a doença é a quarta causa global de incapacidade e deve se tornar a segunda até o ano de 2021. Além disso, a Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 75% das pessoas com depressão não recebem tratamento adequado.

Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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