O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo- se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo.
- DM o tipo1, causado por destruição de células pancreáticas e deficiência de produção de insulina;
- DM o tipo 2, caracterizado por resistência à insulina e deficiência relativa de produção de insulina, ocorrendo geralmente em pessoas com mais de 30anos;
- tipos associados a doenças ou síndromes específicas;
- diabetes gestacional
O diabetes tipo 2 é responsável por cerca de 90% dos casos da doença, sendo uma das dez principais causas de morte no mundo. Ao contrário do que vem ocorrendo com a hipertensão arterial e as doenças cardiovasculares, sua incidência está aumentando, principalmente nos países em desenvolvimento, como consequência das mudanças nos padrões nutricionais, que levam, especialmente, ao aumento da prevalência do sobrepeso e da obesidade
No Brasil, o diabetes junto com a hipertensão arterial, é responsável
pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações
de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos
primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à
diálise.
Tipos de diabetes
Diabetes tipo 1
O termo tipo 1 indica destruição da célula beta no pâncreas que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária.
A destruição das células beta é geralmente causada por processo auto-imune, que pode se detectado por auto-anticorpos circulantes e, algumas vezes, está associado a outras doenças auto-imunes como a tireoidite de Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1 idiopático).
O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos. Esse último tipo de diabetes, embora assemelhando-se clinicamente ao diabetes tipo 1 auto-imune, muitas vezes é erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Estima-se que 5-10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo diabetes tipo 2 podem, de fato, ter tipo 1.
Diabetes tipo 2
O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina.
A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura. Em geral, mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência pelo organismo.
O DM2 é a forma presente em 90% a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina. Em geral, ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta, porém pode haver predomínio de um deles. A maioria dos pacientes com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade, e cetoacidose raramente se desenvolve de modo espontâneo, ocorrendo apenas quando se associa a outras condições como infecções.
DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos. Os pacientes não dependem de insulina exógena para sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com insulina para obter controle metabólico adequado.
Diabetes gestacional
O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto. Os especialistas acham que
o diabetes gestacional pode ser uma etapa do diabetes tipo 2, pelas semelhanças clínicas existentes em ambos.
Fatores de Risco do Diabetes Gestacional
- -Idade acima de 45 anos;
- -Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
- Deposição central excessiva de gordura (gordura em excesso no tronco);
- -Historia familiar de diabetes em parentes de 1 grau (pai, mãe);
- -Baixa altura (1,50cm);
- Crescimento fetal excessivo (macrossomia) hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual.
- -Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia (peso excessivo do bebê) ou de diabetes gestacional.
- Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos.
- Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida
- Hipertensão arterial (> 140/90 mmHg).
Colesterol HDL d”35 mg/dL e/ou triglicerídeos e”150 mg/d
Cerca de 80% dos casos de diabetes tipo 2 podem ser atendidos predominantemente na atenção básica, enquanto que os casos de diabetes tipo 1 requerem maior colaboração com especialistas em função da complexidade de seu acompanhamento. Em ambos os casos, a coordenação do cuidado dentro e fora do sistema de saúde é responsabilidade da equipe de atenção básica
Diagnóstico
Atualmente, são três os critérios aceitos para o diagnóstico de DM:
- sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual acima de 200 mg/dl. Compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições;
- glicemia de jejum igual ou superior a 126 mg/dl (7 mmol). Em caso de pequenas elevações da glicemia, deve-se confirmar o diagnóstico pela repetição do teste em outro dia;
- glicemia de duas horas pós-sobrecarga de 75 g de glicose acima de 200 mg/dl
Prevenção
Atividade física
Há evidências consistentes dos efeitos benéficos dos exercícios no diabetes mellitus do tipo 2 (DM2), tais como:
- melhora o controle glicêmico, reduzindo a hemoglobina glicada, independentemente da redução do peso corporal;
- reduz risco cardiovascular;
- contribui para o programa de redução de peso;
- melhora a autoestima.
Além disso, exercícios regulares podem prevenir o aparecimento de DM2 em indivíduos de risco elevado
O tratamento nutricional do paciente com diabetes visa às seguintes metas:
- a) fornecer todos os elementos essências (por exemplo, vitaminas e minerais);
- b) atingir e manter um peso razoável;
- c) atender as necessidades energéticas;
- d) evitar grandes flutuações diárias nos níveis de glicose sanguínea, com níveis o mais possível próximos do normal, assim como práticos e diminuir os níveis de lipídeos do sangue, se elevados.
Observação
Como a DM não tem cura o paciente terá que mudar hábitos de vida para que possa viver melhor e diminuir os riscos causado pela doença. O diabetes mellitus oferece boas possibilidades de controle, porém, se não for bem controlado, acaba produzindo lesões potencialmente fatais, como: infarto do miocárdio, derrame cerebral, cegueira, impotência sexual, nefropatia (rins), ulceras nas pernas e até amputações de membros. Por outro lado, quando bem monitorada, as complicações crônicas podem ser evitadas e o paciente diabético pode ter uma qualidade de vida normal. Além do tratamento medicamentoso, é importante ressaltar que a prevenção e tratamento do diabetes mellitus tipo 2 esta associado a mudanças no estilo de vida, principalmente relacionados à dieta e à prática de exercícios físicos.
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo
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