quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Diabetes Mellitus

O Diabetes Mellitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo- se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente e a adoção de estilos de vida pouco saudáveis como sedentarismo, dieta inadequada e obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência do diabetes em todo o mundo.

O diabetes mellitus é uma desordem crônica caracterizada por metabolismo prejudicado de glicose, com o desenvolvimento posterior de complicações vasculares e neurológicas, envolvendo distintos mecanismos patogenéticos que têm a hiperglicemia como denominador comum. Podeser classificado em quatro subclasses:


  •  DM o tipo1, causado por destruição de células pancreáticas e deficiência de produção de insulina; 
  • DM o tipo 2, caracterizado por resistência à insulina e deficiência relativa de produção de insulina, ocorrendo geralmente em pessoas com mais de 30anos;
  •  tipos associados a doenças ou síndromes específicas; 
  •  diabetes gestacional

O diabetes tipo 2 é responsável por cerca de 90% dos casos da doença, sendo uma das dez principais causas de morte no mundo. Ao contrário do que vem ocorrendo com a hipertensão arterial e as doenças cardiovasculares, sua incidência está aumentando, principalmente nos países em desenvolvimento, como consequência das mudanças nos padrões nutricionais, que levam, especialmente, ao aumento da prevalência do sobrepeso e da obesidade

No Brasil, o diabetes junto com a hipertensão arterial, é responsável pela primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, de amputações de membros inferiores e representa ainda 62,1% dos diagnósticos primários em pacientes com insuficiência renal crônica submetidos à diálise.

Tipos de diabetes

Diabetes tipo 1

O termo tipo 1 indica destruição da célula beta no pâncreas que eventualmente leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária.

A destruição das células beta é geralmente causada por processo auto-imune, que pode se detectado por auto-anticorpos circulantes e, algumas vezes, está associado a outras doenças auto-imunes como a tireoidite de Hashimoto, a doença de Addison e a miastenia gravis. Em menor proporção, a causa da destruição das células beta é desconhecida (tipo 1 idiopático).


 O desenvolvimento do diabetes tipo 1 pode ocorrer de forma rapidamente progressiva, principalmente, em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), ou de forma lentamente progressiva, geralmente em adultos. Esse último tipo de diabetes, embora assemelhando-se clinicamente ao diabetes tipo 1 auto-imune, muitas vezes é erroneamente classificado como tipo 2 pelo seu aparecimento tardio. Estima-se que 5-10% dos pacientes inicialmente considerados como tendo diabetes tipo 2 podem, de fato, ter tipo 1.

Diabetes tipo 2



O termo tipo 2 é usado para designar uma deficiência relativa de insulina.
A maioria dos casos apresenta excesso de peso ou deposição central de gordura.  Em geral, mostram evidências de resistência à ação da insulina e o defeito na secreção de insulina manifesta-se pela incapacidade de compensar essa resistência pelo organismo.

O DM2 é a forma presente em 90% a  95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina. Em geral, ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta, porém pode haver predomínio de um deles. A maioria dos pacientes com essa forma de DM apresenta sobrepeso ou obesidade, e cetoacidose raramente se desenvolve de modo espontâneo, ocorrendo apenas quando se associa a outras condições como infecções.

DM2 pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos. Os pacientes não dependem de insulina exógena  para sobreviver, porém podem necessitar de tratamento com insulina para obter controle metabólico adequado.



Diabetes gestacional

O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto. Os especialistas acham que
o diabetes gestacional pode ser uma etapa do diabetes tipo 2, pelas semelhanças clínicas existentes em ambos.


Fatores de Risco do Diabetes Gestacional

  • -Idade acima de 45 anos;
  • -Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
  • Deposição central excessiva de gordura (gordura em excesso no tronco);
  • -Historia familiar de diabetes em parentes de 1 grau (pai, mãe);
  • -Baixa altura (1,50cm);
  • Crescimento fetal excessivo (macrossomia) hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual.
  • -Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia (peso excessivo do bebê) ou de diabetes gestacional.
  • Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos.
  • Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular periférica definida
  • Hipertensão arterial (> 140/90 mmHg).
    Colesterol HDL d”35 mg/dL e/ou triglicerídeos e”150 mg/d

Cerca de 80% dos casos de diabetes tipo 2 podem ser atendidos predominantemente na atenção básica, enquanto que os casos de diabetes tipo 1 requerem maior colaboração com especialistas em função da complexidade de seu acompanhamento. Em ambos os casos, a coordenação do cuidado dentro e fora do sistema de saúde é responsabilidade da equipe de atenção básica


Diagnóstico

Atualmente, são três os critérios aceitos para o diagnóstico de DM:
  •  sintomas de poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos de glicemia casual acima de 200 mg/dl. Compreende-se por glicemia casual aquela realizada a qualquer hora do dia, independentemente do horário das refeições;
  • glicemia de jejum igual ou superior a 126 mg/dl (7 mmol). Em caso de pequenas elevações da glicemia, deve-se confirmar o diagnóstico pela repetição do teste em outro dia;
  • glicemia de duas horas pós-sobrecarga de 75 g de glicose acima de 200 mg/dl

Prevenção


Atividade física

Há evidências consistentes dos efeitos benéficos dos exercícios no diabetes mellitus do tipo 2 (DM2), tais como:
  • melhora o controle glicêmico, reduzindo a hemoglobina glicada, independentemente da redução do peso corporal;
  • reduz risco cardiovascular;
  • contribui para o programa de redução de peso;
  • melhora a autoestima.
Além disso, exercícios regulares podem prevenir o aparecimento de DM2 em indivíduos de risco elevado 

O tratamento nutricional do paciente com diabetes visa às seguintes metas: 
  • a) fornecer todos os elementos essências (por exemplo, vitaminas e minerais); 
  • b) atingir e manter um peso razoável; 
  • c) atender as necessidades energéticas;
  • d) evitar grandes flutuações diárias nos níveis de glicose sanguínea, com níveis o mais possível próximos do normal, assim como práticos e diminuir os níveis de lipídeos do sangue, se elevados.


Observação

Como a DM  não tem cura o paciente terá que mudar hábitos de vida para que possa viver melhor e diminuir os  riscos causado pela doença.  O diabetes mellitus oferece boas possibilidades de controle, porém, se não for bem controlado, acaba produzindo lesões potencialmente fatais, como: infarto do miocárdio, derrame cerebral, cegueira, impotência sexual, nefropatia (rins), ulceras nas pernas e até amputações de membros. Por outro lado, quando bem monitorada, as complicações crônicas podem ser evitadas e o paciente diabético pode ter uma qualidade de vida normal. Além do tratamento medicamentoso, é importante ressaltar que a prevenção e tratamento do diabetes mellitus tipo 2 esta associado a mudanças no estilo de vida, principalmente relacionados à dieta e à prática de exercícios físicos. 


Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

Nenhum comentário:

Postar um comentário