quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Cuidado estresse engorda

O estresse nos faz comer mais, isso é um fato. E mesmo que você coma de forma saudável e faça exercícios, ficar estressado pode fazê-lo parar de perder peso.



O corpo responde a todas as formas de estresse – físico ou psicológico – da mesma maneira. Então, após um dia estressante, seu cérebro age como se algum perigo estivesse rondando você e instrui as células a liberar hormônios, como a adrenalina, que indica ao organismo que libere energia para o caso de uma fuga súbita, que pode ser iminente (um mecanismo importante durante o processo evolutivo).

Ao mesmo tempo, o cortisol o hormônio do estresse, indica ao corpo que é preciso repor energias mesmo que você não a tenha gastado completamente durante esse estado de alerta (novamente, seu organismo reage se preparando para o pior). Isso faz que você tenha fome, muita fome.  E adivinhe... seu corpo continua bombeando o cortisol enquanto a situação de estresse continua. Enquanto você estiver estressado sua atitude continuará sendo a de um ser faminto que deve comer tudo no seu caminho.

Claro que o mais interessante seria que seu cérebro indicasse ao seu corpo que ele deveria comer todas as cenouras disponíveis, mas não é o que acontece. Em vez disso, o organismo indica a necessidade de doces e comidas altamente calóricas que, além de ricas em energia, aliviam um pouco a tensão. E se alivia a tensão (e, portanto, dá certo prazer) você pode se viciar nessa forma de alimentação, então toda vez que você se estressa seu corpo pede por mais doces e comidas calóricas.

Menos músculos, menos gasto calórico

Enquanto suas glândulas adrenais liberam cortisol, a testosterona, que ajuda a construir os músculos, diminui seus níveis. Com o tempo isso leva à diminuição de tecido muscular e você queima cada vez menos calorias (pois músculos consomem energia).

Isso aconteceria naturalmente durante o processo de envelhecimento, mas os picos de cortisol nos momentos de estresse aceleram o processo. O cortisol também faz com que seu corpo acumule gordura, principalmente a chamada “gordura visceral”, que é especialmente perigosa, pois fica ao redor dos órgãos do corpo e liberam ácidos graxos diretamente no seu sangue, aumentando os níveis de colesterol e os níveis de insulina, elevando também o risco para doenças do coração e diabete.

Claro que entrar em um processo de ansiedade não é algo que você tem muito controle (se fosse assim, as pessoas poderiam simplesmente “escolher” não se estressar). Mas algumas coisas podem ser feitas para diminuir o impacto do estresse diário na sua saúde, assim você pode manter seus níveis de cortisol em estágios menos perigosos e parar de acumular energia desnecessariamente:

  • exercícios diários, comer devagar, alimentação saudável, não fazer dietas restritivas, diminuir o consumo de cafeína e fazer algo para dormir melhor são algumas dicas.
As várias caras do mal

Embora tenha uma conotação negativa, o stress é um estímulo importante, que pode dar o impulso necessário para você ir adiante nos seus projetos de vida e, assim, atingir seus objetivos”, diz o psiquiatra e médico ortomolecular José Antonio Pierrotti, do Rio de Janeiro (RJ). O problema é quando ele atinge níveis tão elevados que, além de comprometer sua rotina, provoca também ganho de peso. 

Para entender melhor como isso acontece, veja seus efeitos sobre o organismo.



Alerta: em situações de tensão, a glândula suprarrenal produz os hormônios adrenalina e cortisol, que preparam o corpo para situações de perigo. Esse é o chamado mecanismo de fugir ou lutar que ajuda o homem a sobreviver, desde os tempos da caverna. Só que o cortisol, em altas doses, estimula o apetite. É como se o corpo pedisse um alimento calórico, um doce, por exemplo, capaz de dar energia instantânea. Para piorar, o cortisol alia-se à insulina. Juntos, eles estimulam uma enzima responsável pelo depósito de gorduras no abdômen.

Resistência: o sistema de defesa do organismo mobiliza grande quantidade de cortisona, outro hormônio liberado em situações de stress e que, comprovadamente, está associado ao ganho de peso, conforme estudo realizado pela Universidade Göteborg, na Suécia. Nesse caso, você pode engordar até mesmo com a boca fechada!

Exaustão: entram em ação os radicais livres, moléculas de oxigênio responsáveis pela degeneração das células, que provocam doenças e aceleram o processo de envelhecimento. Nessa fase, seu organismo absorve toxinas e seu intestino deixa de funcionar com regularidade. 
Resultado: o ponteiro da balança sobe.

Falência:
o bombardeio hormonal faz com que o organismo perca a homeostase ou equilíbrio físico e psíquico. Nessa fase, ocorrem os picos de ansiedade que levam você a comer além da conta.



Tensão sob controle



Já que não dá para eliminar as preocupações, aprenda a administrá-las. Quem dá as pistas é Dirce Navas Perissinotti, psicóloga especializada em stress e biofeedback do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Estabeleça metas viáveis: Se você sabe de antemão que no trabalho não vai conseguir cumprir seus prazos, seja franca com seu chefe e tente negociar novas datas.

Deixe de lado a mania de perfeição:
Você está atrasada para a reunião no escritório, mas quer caprichar no almoço? Prepare algo simples em vez de ficar presa na cozinha e com o olho no relógio.

Busque satisfação em outras coisas que não a comida:
Pode ser um hobby, um passeio diferente, uma nova atividade física. Há tantas coisas boas na vida...

Pare de seguir um padrão de beleza incompatível com o seu tipo físico
: Você não precisa ser magra como a Gisele Bündchen para ser atraente. Lembre-se: sempre dá para perder alguns quilos e elevar a autoestima.

Emagreça aos poucos: Achar que dá para eliminar as gorduras em tempo recorde para entrar naquele lindo vestido de festa só vai aumentar seu sentimento de culpa e a sensação de fracasso. Se, ao contrário, conseguir afinar a silhueta num prazo razoável, vai se sentir mais confortável e menos em dívida com você mesma.

Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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