terça-feira, 14 de abril de 2015

Alergia ou Intolerância ao leite

Alergia e intolerância são representadas por reações adversas à ingestão de  qualquer   alimento   ou   aditivo   alimentar.   Estas   reações   adversas  podem   ser classificadas em  tóxicas  e  não  tóxicas.


As  reações  tóxicas  são  aquelas  que independem   da   sensibilidade   individual   e   ocorrem a   partir   da   ingestão   de determinadas   substâncias,  como:
  •   toxina   bacteriana   (proveniente   de   alimento  contaminado), alimentos com propriedades farmacológicas (como a cafeína do café e  tiramina dos queijos maturados), e por fim  doenças metabólicas

As reações não tóxicas são aquelas que dependem de uma susceptibilidade  individual  e  podem  ser  classificadas  em:
  • imunomediadas  (alergia  alimentar) e não imunomediadas (intolerância alimentar)

Dentre  as  alergias, oito  alimentos  são  responsáveis  por  90%  das  reações  alérgicas alimentares:
  •   leite, ovo, amendoim, frutos do mar, peixe, castanhas, soja e trigo.  
Dos  quais,  a  alergia  à  proteína  do  leite  de  vaca  (APLV)  é a mais frequente


Por vezes, há confusão entre intolerância à lactose e alergia ao leite de vaca. 

Intolerância à lactose 


A   intolerância   à   lactose   exibe sintomas   tipicamente   abdominais como:
  • flatulência,    desconforto    abdominal,    diarreia,    náusea,    borborigmo,    vômito   e  constipação. 
  • Os sintomas da intolerância se manifestam de 30 minutos a 2 horas após o consumo, e normalmente é necessário a ingestão de 12g de lactose (240ml de leite) por  vez, para  iniciar  o  desconforto  dos  sintomas na  maioria  dos  pacientes  com intolerância.

Para o tratamento da intolerância à lactose não é necessário retirar completamente o leite e derivados da alimentação da criança. A família, sob a orientação de um profissional de saúde, pode permitir que a criança receba leite (em quantidades que possa tolerar sem sintomas), preparações com leite de vaca e principalmente derivados com menor quantidade de lactose ou com facilitadores da digestão e absorção como as enzimas vendidas em casas de produtos naturais (iogurtes com probióticos, queijos e manteiga).

 Há também no mercado fórmulas infantis e leites com baixo conteúdo de lactose que podem ser oferecidos à maioria das crianças com intolerância à lactose.

Alergia ao leite


A  alergia  à  proteína  do  leite  de  vaca  ocorre  quase  sempre  em  crianças  geneticamente predispostas, afetando de forma significativa o bem estar da criança  e  da  família.  Sua  gênese  está  associada  à  introdução  precoce  do  leite  de  vaca  na  alimentação  de  lactentes  e  desmame  do  leite  materno também  precoce

Na alergia ao leite de vaca a reação, com a participação do sistema imunológico, é dirigida contra as proteínas do leite. Há várias manifestações clínicas que podem estar associadas à alergia ao leite de vaca e, sendo assim, é fundamental que o diagnóstico seja realizado por um profissional de saúde.

Entre os sintomas e sinais relacionados podemos citar:
  • manifestações de pele (placas vermelhas elevadas (urticária), vermelhidão na pele com prurido, chiado no peito, coceira no nariz, fezes com sangue, diarreia, até manifestações muito graves como as reações anafiláticas (inchaço na garganta e falta de ar com necessidade de atendimento imediato em serviço de emergência).

O tratamento na alergia ao leite de vaca consiste na retirada total do leite de vaca da dieta da criança, de seus derivados e preparações. Especialmente na criança abaixo de dois anos há necessidade após a confirmação do diagnóstico do uso de fórmulas infantis apropriadas (fórmulas de proteína isolada de soja, extensamente hidrolisadas ou de aminoácidos).

A decisão de qual fórmula utilizar deve ser sempre feita por profissional de saúde habilitado. O uso de substitutos não apropriados pode levar a criança com alergia ao leite de vaca ao risco de desnutrição, comprometimento do crescimento estatural, anemia, deficiência de cálcio, entre outras complicações.

Há no Estado de São Paulo um programa de fornecimento gratuito, mediante o diagnóstico, de fórmulas infantis especiais para crianças com alergia ao leite de vaca.

Em relação à prevenção da alergia ao leite de vaca, cabe salientar a importância da promoção do aleitamento materno que deve ser praticado de forma exclusiva até o sexto mês e mantido até dois anos ou mais, com a introdução de alimentação complementar balanceada, variada e equilibrada, sob orientação do pediatra.


Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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