segunda-feira, 20 de abril de 2015

Hipotireoidismo

Hipotireoidismo é o nome da doença na qual a glândula tireoide produz quantidades insuficientes dos seus hormônios. Como o objetivo principal dos hormônios da tireoide é controlar o metabolismo do corpo, é compreensível que as pessoas com hipotireoidismo apresentem sintomas associados a um metabolismo lento.
O hipotireoidismo é uma condição muito comum em todo o mundo. Estima-se que até 10% das mulheres tenham algum grau de disfunção da tireoide, muitas delas, porém, ainda sem conhecimento deste fato.

Sinais e sintomas do hipotireoidismo


Bócio

Bócio é o nome dado ao aumento do tamanho da glândula tireoide, que torna-se facilmente perceptível como um abaulamento na região anterior do pescoço. O bócio pode surgir no hipotireoidismo, no hipertireoidismo, na deficiência de iodo e nas tireoidites. O bócio também pode aparecer devido ao surgimento de múltiplos nódulos na tireoide, sendo chamado neste caso de bócio multinodular.

No hipotireoidismo, como há falta de hormônios tireoidianos, o cérebro aumenta a produção de TSH, um hormônio que estimula a tireoide. Com o aumento do TSH no sangue, a glândula tireoide começa a crescer na tentativa de conseguir produzir mais hormônios tireoidianos.

Na maioria dos casos o bócio não causa nenhum sintoma, sendo apenas um inconveniente estético. Todavia, se o a glândula tiroide crescer demais ela pode comprimir as estruturas que passam pelo pescoço, como o esôfago e a traqueia, levando à tosse, dificuldade para engolir, rouquidão e até dificuldade para respirar.

Metabolismo lento

Como os hormônios da tireoide são essenciais ao nosso metabolismo, isto é, ao modo como o corpo gera e gasta energia, a falta dos mesmo provoca sinais e sintomas de um metabolismo lentificado. Entre eles, os mais comuns são:


– Intolerância ao frio
– Discurso e movimentos lentificado
– Desânimo
– Dificuldade de concentração
– Ganho de peso*

* Atenção, o ganho de peso no hipotireoidismo costuma ser de alguns poucos quilos e está também muito relacionado a retenção de líquidos. Ninguém torna-se obeso apenas por ter hipotireoidismo.

 Alterações dermatológicas

O hipotireoidismo causa uma diminuição do aporte de sangue para a pele, deixando-a mais pálida e fria. A palidez da pele também pode ser causada por anemia, um achado comum nesta doença.

A queda de cabelo é um achado frequente e as unhas tornam-se frágeis. O paciente também apresenta uma menor capacidade de suar.

Os pacientes com hipotireoidismo apresentam um acúmulo de duas substâncias, chamadas de ácido hialurônico e condroitinossulfato. Ambas se depositam na pele e formam uma especie de gelatina quando misturadas à água. Por isso é comum haver um espessamento da camada mais superficial da pele, tornando-a mais grossa e ressecada.

Nos casos de hipotireoidismo grave podem haver retenção de líquidos nas pernas e no resto do corpo, que se misturam a essas duas substâncias formando um edema duro, chamado de mixedema.


 Alterações cardiovasculares

A falta de hormônios tireoidianos causa uma diminuição da contratilidade do músculo cardíaco e da sua capacidade de bombear o sangue. O resultado é uma menor tolerância ao esforço físico e cansaço fácil.

Pacientes com hipotireoidismo frequentemente apresentam colesterol elevado

Hipertensão arterial também é um achado comum. Nos pacientes que já eram previamente hipertensos, a pressão arterial costuma ficar mais alta, havendo necessidade de aumentar a medicação
 Alterações músculo-esqueléticas

Dores musculares e câimbras são as alterações musculares mais comuns no hipotireoidismo. Em alguns casos há lesão espontânea do músculo (chamada de rabdomiólise) com intensa dor muscular e fraqueza, principalmente nos músculos do quadril, coxas e ombros.

Em relação às articulações, dor articular é o sintoma mais comum.

Os pacientes com hipotireoidismo apresentam níveis de ácido úrico mais elevados que a média da população, estando, assim, sob maior risco de desenvolverem gota

Outra alteração comum é a síndrome do túnel do carpo, que costuma regredir sem necessidade de cirurgia após o início da reposição de hormônios tireoidianos.

 Alterações reprodutivas

Mulheres com hipotireoidismo podem apresentar alterações na menstruação, que variam desde uma redução, ou até ausência do período, até aumento do sangramento e do tempo de menstruação. Estas alterações menstruais podem não melhorar mesmo após o início do tratamento.

O hipotireoidismo não tratado também aumenta a chance de infertilidade. Naquelas que conseguem engravidar, há maior risco de aborto.

Nos homens, o hipotireoidismo causa disfunção erétil e dificuldade para ejacular. Tanto homens como mulheres apresentam queda da libido.
 Alterações neurológicas

O paciente com hipotireoidismo não controlado pode apresentar vários distúrbios neurológicos, entre eles:

– Alterações do discurso.
– Alterações da marcha.
– Dor neuropática (dor de origem nos nervos periféricos).
– Perda da sensibilidade nos membros.
– Perda de memória.
– Dificuldade de raciocínio.
– Apatia.

Nos casos de hipotireoidismo grave o paciente pode evoluir para o coma e, posteriormente, ao óbito se não tratado a tempo.
 Alterações gastrointestinais

O sintoma gastrointestinal mais comum do hipotireoidismo é a constipação intestinal (prisão de ventre). Outro sintoma comum é a alteração do paladar, que provoca diminuição do sabor dos alimentos.

Atrofia da mucosa do estômago (atrofia gástrica) pode ocorrer. A ocorrência de doença celíaca é quatro vezes maior nos pacientes com hipotireoidismo do que na população em geral.

Também pode haver aumento do tamanho da língua, o que costuma levar à apneia obstrutiva do sono.

Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo
Fonte: MS Saúde

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