terça-feira, 2 de junho de 2015

Obesidade fator de risco para várias doenças

A obesidade, antes considerada sinal de fartura, saúde e padrão de beleza, deixou de ser vista como
uma condição desejável, diante das evidências de morbimortalidade elevada em indivíduos obesos.


Em termos evolucionários, indivíduos com mais mecanismos para estoque de energia para sobrevivência foram selecionados ao longo do tempo. A urbanização e a industrialização, acompanhadas de maior disponibilidade de alimentos e menor atividade física, contribuíram para a crescente prevalência da obesidade nas populações.

Suas complicações incluem:
  •  Diabetes mellitus tipo 2, a hipercolesterolemia, a hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, apneia do sono, problemas psicossociais, doenças ortopédicas e diversos tipos de câncer.
Estima-se que os fatores genéticos possam responder por 24% a 40% da variância no IMC,
por determinarem diferenças em fatores como taxa de metabolismo basal, resposta à superalimentação e outros. Acredita-se que as mudanças de comportamento alimentar e os hábitos de vida sedentários atuando sobre genes de susceptibilidade sejam o determinante principal do crescimento da obesidade no mundo.  

Como diz George Bray, “a genética carrega a arma e o ambiente aperta o gatilho”.

 O meio ambiente predominante em todos os países ocidentais ou com hábitos de vida ocidental caracteriza-se por oferta ilimitada de alimentos baratos, palatáveis, práticos e de alta concentração energética. Alia-se a isso um sedentarismo crescente, com a prática  de atividades físicas cada vez mais dificultadas, principalmente nas grandes cidades.


 
O diagnóstico da obesidade é realizado a partir do parâmetro estipulado pela Organização Mundial de Saúde pelo Índice de Massa Corporal (IMC), obtido a partir da relação entre peso corpóreo (kg) e estatura (m)² dos indivíduos. Através deste parâmetro, são considerados obesos os indivíduos cujo IMC encontra-se num valor igual ou superior a 30 kg/m²



Trabalhos  enfatizam  que  o  objetivo  primordial  de  qualquer  tratamento  para  obesidade deve estar centrado em melhoras do estilo de vida, e não simplesmente na perda de peso. As   crianças,   ao   contrário   dos   adultos, raramente fazem exercícios  para  a  manutenção  da  saúde.  Conforme  o  autor,  elas  precisam  sentir-se gratificadas durante a realização das atividades.

 Os  programas  para  controle  de  peso  devem combinar   com   a   restrição   moderada   do   consumo   energético   em   conjunto   com   a realização de exercícios específicos para a perda de gordura.

A  recomendação  atual  para  a  saúde  é  que  tanto  adultos  quanto  crianças  realizem  no mínimo  30  minutos  diários  de  atividade  contínua  ou acumulada,  de  intensidade  leve  a moderada, gerando então um déficit de 500 a 1000 Kcal diárias chegando a perda de 1Kg de gordura por semana

No  Brasil,  pesquisa  da  Associação  Brasileira  para  Estudos  de  Obesidade (ABESO), mostra que a obesidade infantil triplicou nos últimos vinte anos. Atualmente, quase 15%  das crianças estão acima do peso e 5% são obesas.

Ao  desenvolver  um  programa  de  atividade  física  para crianças  e  adolescentes,   é necessário também trabalhar a motivação da criança para que a mesma se mantenha ativa tornando  esta atividade  um  hábito  de  vida.  O  ideal seria  que  o  incentivo  à  prática  da atividade física fosse um projeto  familiar no qual todos participassem, auxiliando assim na  conscientização  e  no estímulo  à  prática  da  atividade  física  desde  a  infância  do indivíduo.
      
É importante também saber o motivo que faz com que a criança e adolescentes optem por serem  sedentárias,  para  então  escolher  um  melhor  método  para  ajudá-los.  Sendo  assim, profissionais da saúde e educadores deveriam incluir uma análise das atividades habituais da  criança  e  as barreiras  que  devem  ser  superadas  para  que  ela  adote  um  estilo  de  vida mais ativo e mais saudável.

Estudando padrões de consumo da população brasileira, relataram uma redução do consumo de arroz com feijão de 30%, enquanto o consumo de refrigerantes aumentou em 268% no Rio de Janeiro.

 Apesar de existirem experiências bem sucedidas de intervenções comunitárias visando  promover hábitos alimentares mais saudáveis, principalmente na infância sua implementação esbarra na forte influência que a propaganda de alimentos exerce sobre as preferências alimentares das crianças




Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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