Alergia à proteína do Leite de Vaca -APLV não é o mesmo que Intolerância à Lactose, sabia a diferença no texto abaixo.
A APLV é diferente da intolerância à lactose e o seu tratamento também (quadro 1).
*A alergia é uma reação do sistema de defesa do organismo às proteínas, proteínas dos alimentos, de ácaros, de pólen, de pelo de animais, etc. Portanto, a APLV é uma reação às proteínas do leite (ex: caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina).
A intolerância é decorrente da dificuldade do organismo em digerir à lactose, açúcar do leite, devido à diminuição ou da ausência de lactase, enzima que a digere. A expressão “alergia à lactose” é errada e não existe, pois a alergia é uma reação à proteína e a lactose é um açúcar. O correto é Intolerante à lactose devido a falta ou diminuição da da enzima lactase
A ocorrência de alergia alimentar vem aumentando no mundo como um todo. Estima-se que a prevalência de alergias alimentares em geral seja em torno de 6% em crianças menores de 3 anos e 3,5% em adultos. Mas esses números estão aumentando.
A alergia à proteína do leite de vaca é o tipo de alergia alimentar mais comum na infância. De acordo com a Sociedade Europeia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica (ESPGHAN, 2012):
- 1 a 17% das crianças menores de 3 anos possuem sintomas sugestivos de APLV
- 2 a 3% das crianças < 3 anos têm APLV
- 0,5% em bebês amamentados exclusivamente possuem APLV
- < 1% das crianças > 6 anos possuem APLV
Quais são as possíveis causas associadas à APLV?
Genética: A influência genética / familiar é o fator mais associado ao desenvolvimento da alergia. Filhos de pais alérgicos possuem 75% de chances de desenvolvê-la. Mas crianças sem história familiar de alergia também podem apresentar APLV.
Hipótese da higiene: essa hipótese tem sido considerada uma das possíveis causas do aumento das alergias alimentares, pois os hábitos de limpeza, as vacinas e os antibióticos tornam as pessoas menos expostas a infecções, acarretando alterações no sistema de defesa e aumentando as chances de desenvolver alergias.
Exposição precoce às proteínas do leite: ao nascer, o intestino e o sistema de defesa do bebê ainda estão terminando de se formar, ou seja, “aprendendo” a fazer a digestão dos alimentos e a defender o organismo contra substâncias nocivas.
O alimento ideal para os bebês é o leite materno, pois é nutricionalmente completo e rico em enzimas e anticorpos que o bebê ainda não consegue produzir sozinho. Além disso, pequenas quantidades das proteínas que a mãe consome passam para o leite materno, possibilitando o contato do bebê com os alimentos que consumirá no futuro, o que favorece o desenvolvimento da tolerância aos alimentos.
A oferta precoce de leite de vaca para bebês, principalmente nos primeiros dias de vida, aumenta as chances de a criança desenvolver APLV, pois os órgãos do trato digestório ainda não estão prontos e a criança poderá ter dificuldade em digeri-lo, absorvendo suas proteínas inteiras, antes de serem digeridas até peptídeos e aminoácidos.
O sistema de defesa do bebê, que também está em fase de maturação, pode confundir a proteína do leite de vaca com algo nocivo e começar a reagir, desencadeando a alergia.
Outras hipóteses: Alguns profissionais têm suspeitado que a transgenia e a globalização possam ter contribuído para o aumento no número de crianças com alergia alimentar, uma vez que ambas possibilitaram o consumo de alimentos com proteínas diferentes às comumente consumidas por determinada população. Mas não existem estudos científicos que confirmem essa hipótese até o momento.
*Contudo, a melhor forma de prevenir a APLV é garantir o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida e evitar a introdução precoce de leite ou fórmulas à base de proteína do leite de vaca.
Sinais e sintomas da APLV
Sintomas
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Sinais e sintomas
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Digestivos
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Respiratórios
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Cutâneos
(de pele)
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Gerais
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Diagnóstico
O diagnóstico da APLV deve ser realizado em 4 etapas:
1) História clínica
2) Exames laboratoriais
3) Dieta isenta das proteínas do leite
4) Teste de Provocação Oral
Em no máximo 4 semanas é possível concluir o diagnóstico da criança se esses 4 passos forem realizados corretamente.
É importante que os pais sejam pacientes no início, pois em casos de reações tardias os sintomas às vezes demoram a passar após o início da dieta e as crianças podem demorar até 4 semanas para apresentar uma melhora significativa. Isso faz com que as famílias não acreditem na hipótese diagnostica, mudem de médico ou não sigam as orientações, atrasando ainda mais a conclusão do diagnóstico e a melhora da criança.
O diagnóstico da APLV deve ser realizado em 4 etapas:
1) História clínica
2) Exames laboratoriais
3) Dieta isenta das proteínas do leite
4) Teste de Provocação Oral
Em no máximo 4 semanas é possível concluir o diagnóstico da criança se esses 4 passos forem realizados corretamente.
É importante que os pais sejam pacientes no início, pois em casos de reações tardias os sintomas às vezes demoram a passar após o início da dieta e as crianças podem demorar até 4 semanas para apresentar uma melhora significativa. Isso faz com que as famílias não acreditem na hipótese diagnostica, mudem de médico ou não sigam as orientações, atrasando ainda mais a conclusão do diagnóstico e a melhora da criança.
- Tipos de reações
- História clínica
- Exames laboratoriais
- Dieta isenta das proteínas do leite de vaca
- Teste de provocação oral (TPO)
Tratamento da APLV
Alguns medicamentos podem ser prescritos para aliviar os sintomas, principalmente na fase inicial e/ou em caso de ingestão acidental do alimento.
A família de crianças com reações anafiláticas deve sempre carregar consigo a adrenalina auto-injetável, a qual deverá ser utilizada imediatamente se os sintomas forem desencadeados.
Mas os medicamentos não tratam a alergia e não substituem a necessidade da dieta.
*O único tratamento comprovadamente eficaz é a dieta isenta das proteínas do leite, pois ao deixar de consumir o alimento que causa a alergia o sistema de defesa da criança não irá produzir as células e anticorpos responsáveis pela reação alérgica, possibilitando a remissão dos sintomas e o desenvolvimento futuro da tolerância ao leite.
A prescrição da dieta parece algo simples. Mas, garantir à criança uma alimentação saudável, eficaz para o tratamento da APLV, nutricionalmente completa, que não a exclua do convívio social, com um custo acessível e ainda manter a harmonia familiar ao mesmo tempo não é nada fácil.
O primeiro passo para o tratamento é a aceitação. Portanto, antes de iniciar o tratamento é preciso aceitar a nova realidade, aceitar que seu bebê tem APLV de forma genuína e com o coração.
Há quem deva restringir um ou dois alimentos. Há quem deva restringir um pouco mais. Há quem possa tolerar traços, há quem precise controla-los. Há quem prefira manter a mesma alimentação para todos em casa, há quem vá fazer pratos diferentes. Há quem prefira evitar reuniões sociais, mas é sempre bom lembrar que uma marmita recheada de coisas gostosas é um excelente aliado para não perder nenhum evento!
A partir do momento que cria-se uma nova rotina e que os novos alimentos começam a fazer parte do repertório da família, tem-se um novo arranjo. Com tudo mais organizado, já se sabe como abastecer a dispensa e a geladeira, o que comer no café da manhã, o que pode ser preparado para almoço e jantar, o que deve ser congelado para facilitar o dia a dia, quais lanches deve-se ter na bolsa, quais os corredores do supermercado devem ser frequentados, quais sites tem boas receitas e por aí vai.
Dessas novidades, muitas vão permanecer na vida dessas famílias, mesmo que a cura não demore a chegar!
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