A retenção hídrica, ou seja, a acumulação excessiva de água no organismo, resulta do
excesso da produção, da retenção exagerada ou da insuficiente drenagem do líquido
intersticial (existente entre as células), causando o edema (inchaço).
excesso da produção, da retenção exagerada ou da insuficiente drenagem do líquido
intersticial (existente entre as células), causando o edema (inchaço).
A área afetada pode ser pequena, como também pode atingir a totalidade dos membros, tronco, ou da face, ou mesmo o corpo todo. São vários os fatores envolvidos na retenção
hídrica:
hídrica:
- aumento da pressão hidrostática no capilar (aumento da pressão arterial),
- alterações hormonais (insuficiência da tiróide), utilização de corticóides, etc..
*Não obstante, a utilização excessiva do sal (ou seja, sódio) na alimentação assume-se como um fator determinante, uma vez que, com o intuito de manter a homeostase, o organismo vai absorver mais água (a chamada retenção exagerada).
Água no organismo
A água representa cerca de 70% do peso do corpo de um adulto. De notar que esse valor varia muito de acordo com o peso do indivíduo (os obesos têm uma % inferior), e com o sexo (superior nos homens). Grande parte da água (cerca de 60%) encontra-se no interior das células (compartimento intracelular), enquanto que 30-35% preenche o espaço intersticial, e uma quantidade inferior (aproximadamente 8%), encontra-se na corrente sanguínea.
O volume de água na corrente sanguínea é muito importante e deve ser constante. A água que se encontra fora da corrente sanguínea atua como um depósito para repor ou absorver o excesso de água do sangue de acordo com as necessidades. A água entra no corpo principalmente através da absorção do trato gastrointestinal, deixando o corpo principalmente sob a forma de urina excretada pelos rins.
A água circula para dentro e para fora das células através das suas membranas. Tendo em consideração que as membranas celulares são permeáveis à água, esta move-se livremente entre o interior e o exterior daquelas. Por exemplo, se o volume de sangue diminui, a água move-se do meio intracelular e do líquido intersticial para a corrente sanguínea para aumentar o volume perdido.
O organismo controla a quantidade de água em cada compartimento principalmente controlando as concentrações de eletrólitos. As membranas celulares são constituídas por lípidos e proteínas. Estas atuam como canais através dos quais a água se pode mover. Adicionalmente, as membranas são muito seletivas para os eletrólitos e outras substâncias, regulando criteriosamente os seus movimentos para dentro ou para fora das células.
*Por exemplo, há uma proteína específica que regula a entrada e saída de sódio (Na+) e potássio (K+) na célula, que se designa por bomba sódio-potássio.
HOmEOsTAsE
HOmEOsTAsE
O rim é o órgão determinante para o equilíbrio hídrico, uma vez que pode excretar vários litros de urina por dia ou conservar a água (excretando menos de meio litro por dia). Diariamente, pela evaporação através da pele e dos pulmões, são eliminados cerca de 750 ml de água (em climas mais quentes ou após exercício físico, esse volume pode ser muito aumentado).
Em condições normais, o sistema gastrointestinal é capaz de reter água. Não obstante, em casos de vômitos ou de diarreia, a perda diária pode ser de até 4 litros ou mais. Quando o consumo de água compensa a quantidade perdida, a água do corpo encontra-se em equilíbrio.
Para manter o equilíbrio hídrico, ou seja, a homeostase, os indivíduos saudáveis com uma função renal normal e que não transpiram excessivamente devem ingerir pelo menos um litro de líquido por dia. No entanto, é recomendada a ingestão de 1.5 a 2 litros por dia para proteger-se contra a desidratação e também contra a formação de cálculos renais.
O equilíbrio hídrico do organismo é conseguido, sobretudo, através de dois mecanismos:
- Um dos mais importantes é o mecanismo da sede. Os centros nervosos localizados no cérebro são estimulados quando o corpo necessita de mais água, acarretando a sensação de sede. A sensação torna-se mais forte à medida que a necessidade de água pelo corpo aumenta, levando o indivíduo a beber e a repor a água necessária.
- Um outro mecanismo envolve a secreção da hormônio antidiurético por parte da hipófise. Esta hormônio estimula os rins a reter a maior quantidade de água possível.
A desidratação surge quando o organismo é incapaz de ingerir uma quantidade suficiente de água para compensar a perda excessiva. A quantidade de água presente no organismo está intimamente relacionada à quantidade de eletrólitos. A concentração de sódio no sangue é um bom indicador da quantidade de água existente no organismo. Quando a concentração de sódio encontra-se demasiadamente alta, o corpo retém água para diluir o excesso de sódio. O indivíduo sente sede e produz menos urina. Quando a concentração de sódio diminui excessivamente, os rins excretam mais água para fazer com que a concentração de sódio retorne ao equilíbrio.
Assim, a desidratação é frequentemente acompanhada de uma deficiência de electrólitos, tendo como consequência:
- Diminuição do volume de água no sangue, podendo haver diminuição da tensão arterial; Tonturas e perda de consciência; Choque com lesões graves de órgãos internos (rins, fígado e cérebro).
A hipernatriémia, ou seja, a concentração sérica elevada de sódio, resulta do excesso de sódio associado a um reduzido volume relativo de água. Está muito associada à 3ª idade, pois a sensação da sede está diminuída nessas idades. Pode ocorrer em indivíduos com disfunção renal, diarreia, febre ou sudorese excessiva. As alterações da quantidade total de sódio estão intimamente ligadas às alterações no volume de água no sangue. De tal forma que o volume sanguíneo pode aumentar quando existe um excesso de sódio no corpo. O líquido extra acumula-se no espaço que circunda as células e acarreta uma condição denominada edema (retenção hídrica).
A preocupação com o sal é bastante pertinente, uma vez que o seu consumo excessivo está relacionado com o desenvolvimento de várias doenças, a saber: Hipertensão Arterial:
- é a doença mais diretamente relacionada com o abuso do sal. O excesso de sódio vai provocar o aumento do volume dos fluidos, o que implica um aumento do débito cardíaco e, consequentemente, um agravamento da hipertensão arterial;
- Aumento do Risco de doenças cardiovasculares: naturalmente resultantes do aumento da tensão arterial, como o AVC e a insuficiência cardíaca;
- Aumento do Risco do cancro do estômago: uma das principais causas de morte em Portugal;
- Osteoporose: o verdadeiro mecanismo através do qual o excesso de sódio leva a uma diminuição da massa óssea ainda não foi claramente demonstrado, mas aprece envolver o equilíbrio relativo com outros eletrólitos (cálcio, magnésio, fósforo, potássio, entre outros);
- Aumento do Risco de doenças que Provocam a Retenção hídrica: como é o caso da insuficiência cardíaca ou renal e alguns tipos de cirrose do fígado.
*No Brasil consome em média 12 a 17 gramas de sódio por dia. Valores muito acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que determina uma quantidade máxima de sal de 6 gramas diários.
Apesar das preocupantes doenças que estão associadas ao excesso de sódio, uma das principais queixas ainda é a retenção hídrica que implica, pois o inchaço que acarreta acaba por tornar
o quadro mais evidente, com maior visibilidade. A acumulação excessiva de água no organismo é uma resposta fisiológica, no sentido de diluir o sal presente.
As principais fontes alimentares de sal são:
- Pão;
- Sal adicionado durante a confecção dos alimentos e à mesa;
- Enlatados;
- Batatas fritas;Fiambre, presunto e enchidos.
sOluÇõEs NATuRAis
A OMS, tendo em conta o impacto que o excesso de sódio pode ter na manutenção da homeostase, recomenda vivamente que se reduza o seu consumo.
Os Diuréticos são um grupo de fármacos que atuam no rim, aumentando o volume e o grau de
diluição da urina. São consideradas substâncias dopantes, pois são utilizadas para reduzir o peso,
bem como para mascarar outros agentes dopantes.
Nesse sentido, tenha em consideração os seguintes conselhos:
- Reduza o consumo de sal (6 g por dia,segundo a OMS);
- Para diminuir a retenção de líquidos, dê preferência a frutas, verduras e legumes (melancia, morango, agrião, abóbora, beterraba, cenoura, tomate, pepino, entre outros);
- Evite o consumo excessivo de bebidas com gás;
- Diminua o consumo de enbutidos. Além de conterem gordura, têm também grandes teores de sódio;
- Inclua na dieta chás de ervas, pois são eficientes diuréticos. Entre eles: gengibre, canela, chá verde, entre outros;
- Sumos de frutas cítricas, como limão e laranja, são muito bem vindos. Ricos em potássio, são óptimos diuréticos;
- Modere os condimentos e temperos;
- Beba bastante água. Ela ajudará a diminuir a retenção hídrica e favorece o funcionamento intestinal;
- Pratique esporte regularmente. Dessa forma, eliminará líquidos e gorduras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário