quinta-feira, 24 de maio de 2018

Fatores de Risco para AVC

Acidente vascular  encefálico  AVE ou  ainda  AVC,  de acidente vascular cerebral é o equivalente  do  termo  genérico  inglês stroke,  que  descreve  apenas  o  comprometimento funcional neurológico.

As causas e, daí, as formas, de AVE são anóxico-isquêmicas (resultado da falência  vasogênica  para  suprir adequadamente o tecido cerebral de oxigênio e substratos) e hemorrágicas (resultado  do  extravasamento  de sangue para dentro ou para o entorno das  estruturas  do  sistema  nervoso central).


Os subtipos isquêmicos são:
  •  lacunares: ateroscleróticos  e  embólicos, 
  •  hemorrágicos: intraparenquimatosos e subaracnóide

Fatores de risco

AVE é a segunda causa de morte em  todo  o  mundo,  excedida  apenas por  doença  cardíaca.

Hipertensão  arterial

A hipertensão é o principal fator de risco para AVC, estando associada à  doença  de  pequenas  e grandes artérias. O risco imposto pela hipertensão  é  maior  para  insuficiência cardíaca  e  AVC,  mas  nos  países  do hemisfério norte-ocidentais, a doença coronariana  é  mais  comum  e  letal.

No  Brasil,  a  hipertensão arterial  é  o  fator  de  risco  mais  importante para doença cerebrovascular, cuja  estimativa  de  prevalência  está em torno de>
  •  11% a 20% acima dos 20 anos  
  • e  35%  acima  dos  50 anos.  
  • Em torno de 85% dos pacientes com AVE são hipertensos


Diabetes  mellitus

O diabetes é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doença cerebrovascular, especialmente infarto cerebral  aterotromboembólico. O diabetes constitui risco  para  AVE  por  mecanismos aterogênicos diretos e por interagir com outros   fatores   de   risco,   como hipertensão e hiperlipidemia.


Fumo

Muitos  estudos  epidemiológicos têm  estabelecido  que  o  fumo  é  um fator de risco importante para AVE, sendo  sinérgico  à  hipertensão,  ao diabetes mellitus, à intolerância à glicose,
à  idade,  à  hipercolesterolemia  e  à doença cardiovascular preexistente.

*Fumantes de mais que 40 cigarros/dia apresentaram risco relativo 2 vezes maior que fumantes de menos que 10 cigarros/dia.
* Parar de fumar  reduz  o  risco  de  forma  já significativa após 2 anos, atingindo o  patamar  de  não-fumante  em  5 anos.
 O  fumo  contribui independentemente para a incidência de AVE com maior risco para hemorragia  subaracnóide,  seguido  por infarto  cerebral.  O  fumantes pesados  mostram  risco  relativo  de AVE  2  a  4  vezes  maior  que  não-fumantes

Fibrilação  atrial

A fibrilação atrial (FA) é importante causa de morbidade e mortalidade na população.  Sua  prevalência  dobra  a cada década de idade, de 0,5% aos 50 a 59 anos a quase 9% aos 80 a 89 anos,
sendo  1,5  vezes  mais  incidente  em homens.  Hipertensão  e  diabetes foram preditores independentes de FA, mas fumo o foi somente em homens.

A fibrilação atrial aumenta a mortalidade em  quase  duas  vezes  em  ambos  os sexos,  mesmo  ajustada  para  condições  cardiovasculares  e  idade. Cardiopatias,  especialmente  isquêmica recente e hipertensão, são fortemente associadas com maior risco de FA.

História  familiar

Embora história familiar de AVE seja  geralmente  percebida  como marcador importante para risco de AVE,existe grande variabilidade de achados e poucos estudos epidemiológicos que avaliaram  essa  hipótese.  História familiar  de  hemorragia  subaracnóide foi  identificada  como  fator  de  risco
importante para essa hemorragia, mas não  para  hematoma  intracraniano  e infarto  cerebral.  

Fatores  genéticos apresentam papel importante na patogênese  da  hemorragia  subaracnóide, sendo a história familiar o fator de risco independente mais forte.

Anticoncepcionais  orais

Os anticoncepcionais orais (ACOs) são  fatores  de  risco  independentes para AVE isquêmico e hemorrágico, nas  mulheres  que  fumam,  que  têm mais  de  35  anos  de  idade  ou  que tenham  história  de  hipertensão, mas esse risco diminui nas que usam formulações de doses mais baixas 
(<50 μg estrógeno) . Mulheres que usam ACO de baixa dose não mostram aumento do risco de  AVE.
Migrânea

A  migrânea  (enxaqueca)  é  um fator  de  risco  para  AVE  isquêmico.  A migrânea  clássica  (com  aura)  pode apresentar mais risco que a migrânea simples  (sem  aura).  Parece  ser um fator de risco de base para AVE, que  também  age  como  precipitante agudo, porque alguns pacientes têm
AVE durante uma crise de migrânea .

 Com base em estudos, os autores sugerem que mulheres  com  migrânea  devem  ser fortemente aconselhadas a não fumar e a manter a pressão arterial controlada.


Hipercolesterolemia

A razão mais convincente para a associação mais fraca é que a doença coronariana  é  atribuída  a  ateroma  e menos da metade dos AVE é devido a  ateroma  de  grandes  artérias.  As mortes  por  doença  coronariana ocorrem em geral mais cedo que AVE, assim  menos  indivíduos  com  lipoproteínas  elevadas  e  ateroma  de grandes  vasos,  como  da  artéria  carótida, chegam à idade de desenvolver AVE.

Sedentarismo

A hipótese de que o sedentarismo está associado ao risco aumentado de AVE  em  homens  e  mulheres  foi avaliada em diferentes estudos.

                                                                                                          

Estudo mostra que fatores psicológicos (depressão e o estresse excessivo) também são importantes para AVC. Para fazer a pesquisa, mais de 6.700 adultos com idades entre 45 e 84 anos responderam a questionários sobre seu estado mental e seu comportamento.

Essas pesquisas avaliaram estresse crônico, depressão, raiva e hostilidade nesses indivíduos durante dois anos.  Os voluntários, que incluiam caucasianos, afro-americanos, hispânicos e asiáticos, não reportaram doenças cardíacas no início do estudo.

Eles foram acompanhados por um tempo que variou entre 8 e 11 anos, período no qual 147 tiveram AVC e 48 tiveram ataques isquêmicos transitórios (AITs), um bloqueio temporário do fluxo sanguíneo no cérebro.

Os cientistas descobriram que os indivíduos com os maiores níveis de hostilidade - medidos pela avaliação das expectativas cínicas de uma pessoa a respeito das motivações dos demais - foram mais de duas vezes mais propensos a sofrer AVC ou AIT, em comparação com aqueles indivíduos com menos hostilidade.

De forma similar, taxas elevadas de sintomas depressivos representam um risco 86% de sofrer AVC ou AIT. Nos cronicamente estressados, esse risco foi 59% maior.



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