Há alguns anos o mercado está sendo invadido por bebidas denominadas energéticas por seus produtores, que segundo eles foram criadas para incrementar a resistência física, proporcionar reações mais rápidas e maior concentração, aumentar o estado de alerta mental, evitar o sono, proporcionar sensação de bem estar, estimular o metabolismo e ajudar a eliminar substancias nocivas ao corpo.
O risco associado aos altos níveis de cafeína parece ser o problema mais comum destas bebidas, em comparação a outras substâncias que a compõem. Os principais ingredientes da maioria destas bebidas são: taurina, cafeína, guaraná, ginseng, glucuronolactona e vitaminas. Algumas possuem minerais, inositol e carnitina, entre outras substâncias. Muitos destes componentes são de origem vegetal. Alguns ingredientes são classificados como adaptógenos, pois ajudam a normalizar funções de sistemas do corpo alteradas pela tensão.
É preciso reconhecer que o risco do consumo dos energéticos se baseia não só em sua combinação com o álcool ou com outras substâncias psicoativas, mas na “toxicidade” do estilo de vida que impõe aos jovens, já que lhes causa aceleração, descontrole e rendimentos anormais, e ainda leva ao consumo elevado de álcool.
O risco potencial do consumo das bebidas energéticas seria aumentado pelo uso concomitante com outras substâncias, como o álcool. Isto poderia desencadear uma série de transtornos como convulsões, arritmias e morte súbita. Por outro lado, as bebidas energéticas parecem retardar os efeitos depressores do álcool, levando ao consumo de mais bebidas alcoólicas.
A cafeína é a substância psicoativa mais amplamente ingerida no mundo, ela é estimulante do sistema nervoso central. Há algum tempo ela é considerada uma substância “ergogênica” no rendimento esportivo, mas somente há uma década apareceram estudos controlados de onde se demonstra com clareza sua eficácia em relação a exercícios de resistência.
Mas a cafeína não é uma substância maléfica em si, está presente em alguns alimentos (chocolate, café, chás, etc) e alguns medicamentos e estudos demonstraram que entre quatro e seis xícaras de café diárias podem ocasionar uma melhora do desempenho físico, estado de alerta e melhora neurocognitiva em atletas. Em contrapartida, a substância pode apresentar efeitos negativos, já que provoca o aceleramento do metabolismo, tem ação diurética (pode levar à desidratação), provovar alterações cardíacas entre outros.
Misturar álcool com bebidas do tipo energético pode causar palpitações cardíacas e distúrbios do sono. É o que diz pesquisa realizada pela Universidade da Tasmânia, na Austrália, e publicada pelo jornal Daily Mail.
Segundo o estudo, realizado com 400 homens e mulheres entre 18 e 35 anos, os que consomem a mistura têm seis vezes mais chances de sentir o coração acelerado do que os que ingerem apenas a bebida alcoólica. Apresentam também quatro vezes mais problemas para dormir, assim como tremores, irritabilidade e momentos de exaustão.
O que provoca os sintomas é a cafeína, já que as bebidas do tipo energético contêm aproximadamente 80mg da mesma. É o equivalente a uma xícara de café expresso instantâneo.
A pesquisa, porém, também mostra que as pessoas que consomem as duas bebidas juntas tendem a abusar mais do álcool. Os autores do estudo admitem, no entanto, que o assunto deve ser estudado ainda mais. Lembram que investigações anteriores já provaram a associação entre energéticos e problemas cardíacos por aumentar a pressão arterial. A conclusão, portanto, é que os amantes da bebida devem estar alertas quanto à dose de consumo.
Segundo Mark J. Penn, autor do livro Microtrends (sem tradução para o português), o aumento exagerado do uso da cafeína é parte de um fenômeno maior de pessoas tentando expandir os limites do corpo, mesmo sem precisar. Pra que dormir se há tanta coisa legal para fazer de madrugada? Depois de 38 horas acordado, posso afirmar: seu corpo precisa.
Muito bom. Serve de alerta desde já.
ResponderExcluirUm abraço.
Manoel Oliveira.
Obrigada Manoel.
Excluir