segunda-feira, 28 de abril de 2014

Gordura trans: mal a ser evitado

Ela eleva o colesterol ruim (LDL), diminui o colesterol bom (HDL), aumenta a obesidade abdominal e o processo inflamatório no organismo e há um risco maior de desenvolvimento de diabetes.


 Isso tudo pode predispor a um risco muito grande de aterosclerose, que é a formação de placas de gordura, causadoras do entupimento das artérias do coração e do cérebro. "Por isso é muito importante haver a conscientização da população para não consumir esses alimentos". Também há evidências na literatura científica de que o consumo excessivo de gordura trans pode estar relacionado à maior incidência de câncer de mama,  alerta o cardiologista Raul Dias dos Santos Filho.

Entenda como ela age no organismo



  • São considerados como zero trans os alimentos que apresentarem teor de gorduras trans menor ou igual a 0,2 g/porção 
  • A Organização Mundial da Saúde recomenda o consumo de - 1% do Valor calórico total da dieta. Exemplo uma dieta de 2000 Kcal – 2,2 g de gordura trans/dia.
  • Estima-se que o consumo diário de um adulto pode chegar a 11,8 g de gordura trans/dia. 
Dinamarca, Suíça e Canadá instituíram a redução dos teores de gordura trans em produtos industrializados.
 

Gordura trans

A gordura trans é um tipo específico de gordura, formado por um processo químico que pode ser:


  •  natural: quando ocorre no estômago de animais;
  • industrial: quando óleos vegetais líquidos são transformados em gorduras sólidas com a adição de hidrogênio.
O nome trans é um diminutivo de transverso ou, mais especificamente, de ácido graxo transverso.
A substância é largamente utilizada pela indústria para melhorar o aspecto e a consistência dos alimentos e aumentar sua durabilidade. Encontrada em pouca quantidade na natureza, não é bem digerida pelo organismo. "A verdade é que não fomos preparados para ingerir a gordura trans. Parece haver uma incapacidade do organismo em eliminá-la e ela ficará depositada no corpo", explica o dr. Raul. E não existe nenhum alimento que, quando ingerido, combata a trans ou minimize seus efeitos no organismo; portanto, o melhor é passar bem longe desse vilão.

Onde encontra-se a gordura trans

 É de grande importância a medida adotada pela Vigilância Sanitária, pois até hoje não era possível saber que alimentos continham ou não a gordura trans. "A rotulagem serve como um alerta para que possamos identificar se esse tipo de gordura está presente nos alimentos e tentar não consumi-lo; se não for possível abolir, que seja consumido com moderação", afirma o dr. Raul. Mas, cada um de nós tem que fazer a sua parte. "Ainda falta o hábito de ler a rotulagem dos alimentos.

O ácido graxo transverso foi introduzido pela indústria alimentícia nas margarinas. Hoje, muitas marcas abandonaram esse ingrediente. Mas a gordura acabou sendo muito utilizada em receitas de padarias industriais, em frituras, como os salgadinhos de pacote. "Se você for a um restaurante fast-food ou comer um pastel, por exemplo, provavelmente a fritura será feita com gordura vegetal hidrogenada, que indica gordura trans".


Como a gordura trans se esconde no rótulo?

1.Gordura hidrogenada
2. Gordura parcialmente hidrogenada
3. Gordura vegetal hidrogenada
4. Gordura vegetal parcialmente hidrogenada
5. Gordura parcialmente hidrogenada e/ou interesterificada
6. Gordura de soja parcialmente hidrogenada
7. Gordura hidrogenada de soja
8. Óleo vegetal parcialmente hidrogenado
9. Óleo vegetal hidrogenado
10. Óleo de milho hidrogenado
11. Óleo vegetal de algodão, soja e palma hidrogenado
12. Óleo vegetal líquido e hidrogenado
13. Mistura láctea para bebidas (3º ingrediente gordura vegetal)
Fonte: UFSC, 2012

Confira os alimentos que podem apresentar gordura trans:


  •     alimentos de fast-food
  •     biscoitos (todos, incluindo os tipo de água e sal)
  •     margarina (as mais duras e amareladas)
  •     maionese
  •     pipoca de microondas
  •     massas folhadas
  •     bolo industrializado
  •     sorvete de massa
  •     batata frita e outras frituras
  •     salgadinhos de pacote
  •     sopas e cremes industrializados
  •     pratos congelados
  •     chocolate em barra e bombons

Sempre suspeite dos alimentos citados acima e preste atenção: se você encontrar, no rótulo de algum produto, a indicação de gordura hidrogenada ou parcialmente hidrogenada, óleo vegetal hidrogenado ou parcialmente hidrogenado, certamente há gordura trans em sua composição.

Como evitar

  • Aumentar o consumo de frutas e verduras;
  •  Evitar o consumo de frituras;
  •  Evitar o consumo de produtos industrializados: bolos, biscoitos, salgadinhos de pacote, batatas-frita etc;
  •  Se for consumir, procure os produtos com menor teor de gordura trans.
 
O melhor é que já existem substitutos para a gordura trans. "Um processo chamado 'interesterificação' solidifica os óleos vegetais, sem que eles tenham que ser hidrogenados. Porém, ainda são poucos os alimentos produzidos por esse processo". Alguns ácidos graxos extraídos do óleo de palma também são bons substitutos da trans. Mesmo com essa modificação na estrutura ainda é prejudicial ao organismo.

Em casa, ao preparar alguma fritura, prefira sempre os óleos de soja, milho ou canola, muito mais saudáveis. E tome cuidado ao substituir margarina por manteiga. Apesar de ter baixa concentração de ácido graxo trans, a manteiga é riquíssima em gordura saturada e, por isso, seu consumo deve ser moderado. O melhor é procurar margarinas livres de trans.

Muito cuidado ao consumir alimentos industrializados, principalmente  os congelados que são ricos neste tipo de gordura. Crianças são as grandes vítimas desses alimentos ricos em gorduras trans. Os supermercados estão cheios desses alimentos que atraem os olhares das crianças, portanto, os pais devem conhecer bem os produtos para evitar o consumo e fazer escolhas mais saudáveis para os pequenos.


Cuidado gestantes


Os ácidos graxos trans podem ser transferidos ao feto através da placenta. E podem ser transferidos para a criança também através da amamentação.

Legislação

  • 1997 – ANVISA – Gordura trans computada como gordura saturada.
  • 1999 – FDA – Inclusão do teor de gordura trans nos rótulos dos produtos.
  • 2003 – ANVISA – Declaração dos teor de gordura trans na rotulagem nutricional dos alimentos.
  • No dia 1º de agosto de 2006 entrou em vigor a norma que obriga os fabricantes a especificarem na embalagem a quantidade de gordura trans contida nos alimentos. A medida foi determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Att, Giselle Barrinuevo 

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