Entrevista sedida pelo site Amputados Vencedores conta a história de um rapaz que sofreu de doença meningocócica que
levou a amputação de seus braços e pernas. A doença meningocócica é uma
infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal, causada pela Neisseria
meningitidis. Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que
revestem o sistema nervoso central (meningite) e infecção generalizada
(meningococcemia).
A doença meningocócica pode ocorrer em pessoas de qualquer faixa etária, porém é mais comum em crianças até cinco anos e mais rara em idosos. Em geral, a incidência da doença é maior em países em desenvolvimento, especialmente em áreas com grandes aglomerados populacionais. A história de infecção recente pelo vírus influenza (gripe) e o tabagismo aumentam a chance de infecção meningocócica. Além disso, algumas pessoas por condições de doenças de base têm um maior risco de desenvolver a doença, como as submetidas à retirada cirúrgica do baço (esplenectomizados), ou as portadoras de disfunção do baço (asplenia funcional da anemia falciforme, da talassemia), ou aquelas com deficiências de imunoglobulinas e do complemento. Quando há suspeita clínica, o início do tratamento deve ser imediato e não deve aguardar resultados de exames. O tratamento é feito com antibióticos por via endovenosa e medidas de suporte (como hidratação). Cerca de 5 a 10% dos indivíduos evoluem para óbito apesar do tratamento. Das pessoas que sobrevivem, 9 a 11% ficam com algum tipo de seqüela permanente (surdez, paralisias, convulsões, amputação de extremidades). A administração de antibiótico profilático para os contactantes próximos dos indivíduos doentes deve ser feita rapidamente, pois reduz significativamente o aparecimento de casos secundários.
A doença meningocócica pode ocorrer em pessoas de qualquer faixa etária, porém é mais comum em crianças até cinco anos e mais rara em idosos. Em geral, a incidência da doença é maior em países em desenvolvimento, especialmente em áreas com grandes aglomerados populacionais. A história de infecção recente pelo vírus influenza (gripe) e o tabagismo aumentam a chance de infecção meningocócica. Além disso, algumas pessoas por condições de doenças de base têm um maior risco de desenvolver a doença, como as submetidas à retirada cirúrgica do baço (esplenectomizados), ou as portadoras de disfunção do baço (asplenia funcional da anemia falciforme, da talassemia), ou aquelas com deficiências de imunoglobulinas e do complemento. Quando há suspeita clínica, o início do tratamento deve ser imediato e não deve aguardar resultados de exames. O tratamento é feito com antibióticos por via endovenosa e medidas de suporte (como hidratação). Cerca de 5 a 10% dos indivíduos evoluem para óbito apesar do tratamento. Das pessoas que sobrevivem, 9 a 11% ficam com algum tipo de seqüela permanente (surdez, paralisias, convulsões, amputação de extremidades). A administração de antibiótico profilático para os contactantes próximos dos indivíduos doentes deve ser feita rapidamente, pois reduz significativamente o aparecimento de casos secundários.
No que consiste a sua deficiência (fale um pouco sobre o que aconteceu)?
No dia 11 de setembro de 2009, contraí uma infecção bacteriana chamada
“meningococcemia”. No dia 12, já tinha menos de 1% de chances de
sobreviver, devido ao estado de sépse (infecção geral) e desligamento
de vários órgãos vitais. Mais ou menos um mês após a admissão no
hospital, a amputação dos meus 4 membros foi necessária; nas pernas,
ambas acima dos joelhos e, nos braços, ambos acima dos cotovelos.
Quando a pessoa adquire a deficiência em algum momento de sua vida é
preciso reaprender muitas coisas para se adaptar à nova realidade.
Em seu caso, qual foi a adaptação que você considera que foi a mais difícil para você?
Todas as adaptações foram difíceis e exigiram muito esforço para serem concretizadas, mas, com certeza, abandonar a cadeira de rodas foi o desafio maior. O fato de eu ter perdido as duas pernas acima dos joelhos (quase metade de cada fêmur), torna o processo de voltar a andar muito, mas muito mais complicado e doloroso do que uma pessoa que teve amputações abaixo dos joelhos. Para ter noção, o gasto energético é 5 vezes maior do que de uma pessoa normal. Porém, com o treinamento adequado, somado a bons encaixes e bons alinhamentos das próteses, me auxiliaram a chegar nesta marca: o primeiro tetra-amputado acima dos joelhos e cotovelos a não usar uma cadeira de rodas e viver uma vida normal com 4 próteses.
Na sua vida profissional e amorosa você enfrentou muitas dificuldades? Cite situações relacionadas à profissão ou ao amor que aconteceram contigo.
Por mais incrível que possa parecer, inúmeras portas se abriram, tanto na minha vida profissional, quanto amorosa. Estou começando minha carreira de palestrante motivacional e já recebi uma série de convites para contar minha história. Em relação a minha vida amorosa, conheci a “garota dos sonhos” no ano passado (2011), e hoje namoramos e somos muito felizes. As suas atitudes ditam quem você é.
Após
esse período de adaptação você deve ter enfrentado muitas situações
complicadas, fáceis, difíceis e engraçadas. Tem algum fato ou um
acontecimento que tenha te marcado após sua recuperação e que tenha a
ver com sua deficiência?
Sim, 3 meses após minha saída do hospital, encontrei numa feira de próteses na Alemanha, um homem bem vestido que dizia trabalhar na maior empresa de reabilitação do mundo, e que já tinha reabilitado com sucesso inúmeros bilaterais acima do joelho. Na época, não dei muita bola, pois vários “engravatados” me abordaram tentando me convencer a comprar prótese x, ou reabilitar em empresa y. Porém, 6 meses depois, eu estava em Chicago EUA, fazendo as minhas próteses de braço, triste com o fato de o destino me condenar ao uso de cadeira de rodas, e com um sentimento de impotência em relação àquela situação. Resolvi, então, tomar uma atitude, minha última cartada: ligar para aquele senhor e saber mais sobre a empresa. Ele atendeu e me disse que acabara de pousar em… Chicago! Mas que voaria para outra cidade na manha seguinte. Ele fez questão, porém, de passar no meu apartamento, que ficava à 40 minutos de seu hotel, para mostrar alguns vídeos e dar um aviso: "Pedro, você precisa ir para a Califórnia neste próximo final de semana, para conhecer outros amputados." E eu fui. Lá, encontrei vários outros amputados andando e vivendo sobre dois joelhos artificiais, e o melhor: nenhuma cadeira de rodas! Hoje, estou prestes a completar 2 anos sem sequer tocar numa. Aquele homem, que me mostrou uma luz no fim do túnel, se chama Kevin Carroll, e foi interpretado em Hollywood pelo grande ator Morgan Freeman, no sucesso de bilheterias "Winter, o Golfinho".
Tem algum aspecto em especial na sua vida hoje que você percebe mudanças e que você valoriza muito mais do que antes? As coisas simples. Só a eminência de perdê-las nos faz perceber a importância delas.
Quais foram as pessoas que mais te ajudaram e o que você gostaria de falar para elas?
Amigos, família, namorada… sem eles, eu não chegaria onde estou!
Qual a mensagem que você gostaria de deixar sobre a questão da deficiência?
O mundo te vê e trata do modo que você se vê e se trata. Viva com uma atitude positiva e serás feliz.
Você quer fazer qualquer outro comentário sobre o assunto? Fique à vontade. Agradeço a oportunidade aberta pelo site. Meu endereço de e-mail é: p_pimenta7@hotmail.com
ObrigadoVocê quer fazer qualquer outro comentário sobre o assunto? Fique à vontade. Agradeço a oportunidade aberta pelo site. Meu endereço de e-mail é: p_pimenta7@hotmail.com
Fonte: http://www.amputadosvencedores.com.br/
Veja o vídeo com entrevista do Pedro Pimentel
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