domingo, 3 de fevereiro de 2013

Lentes de contato pede atenção em dobro no verão


 
Quem trocou os óculos de grau pelas lentes de contato precisa ficar atento durante a temporada de verão: o calor, o sol e produtos químicos como cloro e componentes do filtro solar podem gerar irritação e inflamação nos olhos , além de favorecer a proliferação de micro-organismos que geram infecções e até lesões nas córneas.
Qualquer água não tratada está sujeita a conter bactérias potencialmente prejudiciais aos olhos. Especialmente se a higiene e o manuseio das lentes e do estojo forem precários. Com o calor, a proliferação de micro-organismos no estojo e nos líquidos de manutenção é mais rápida.


“O ideal é que a pessoa use lentes na praia ou na piscina, mesmo que não vá mergulhar. Se isso não for possível, é importante carregar na bolsa um kit de viagem com o estojo e todos os líquidos usados no manuseio e na higiene das lentes” orienta a oftalmologista Marcia Tartarella, que dirige a Sociedade de Oftalmologia Pediátrica da América Latina

Outro cuidado importante é com o cloro da piscina e com alguns ingredientes químicos dos filtros solares, que podem gerar irritação e até conjuntivite . Além dessa infecção, um problema comum e perigoso, é a infestação causada por um protozoário conhecido como acanthamoeba. Em casos extremos, ela pode causar ulcerações na córnea.
 


A acanthamoeba é um protozoário muito comum em piscinas. O tratamento da água da com o cloro diminui o risco, mas não o elimina totalmente. Por isso, quem usa lente deve evitar o contato com a água da piscina” aconselha o oftalmologista Glauber Marques, do Hospital Balbino (RJ).
 
Apesar de muito sério, o alerta dos médicos não pretende desestimular o uso de lentes. Ao contrário: é possível manter a saúde dos olhos tendo uma boa higiene das lentes e não exagerando no uso. Isso porque passar longos períodos com as lentes deixa as córneas mais frágeis. 
 
Por que isso ocorre? 
 
A oftalmologista Marcia Tartarella explica: para permitir a visão perfeita, as córneas são transparentes, ou seja, não são irrigadas por vasos sanguíneos. Por conta disso, elas “respiram” quando estão em contato com o ambiente. Apesar de serem fabricadas com materiais porosos – que permitem à córnea respirar – as lentes de contatos reduzem a superfície de respiração da córnea, diminuindo assim as defesas dela contra as agressões externas.

“Por isso que insistimos tanto com os pacientes para que eles não durmam de lentes e nem passem muito tempo com elas. A córnea precisa respirar”, diz a médica.

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