Na agitada vida das grandes cidades modernas, noites de sono profundo e reparador são cada vez mais raras, fato que implica em sérios danos à saúde da população. Por ser o sono insuficiente um dos fatores responsáveis pelo aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis no mundo ocidental contemporâneo
Seres humanos possuem um relógio natural que determina que diferentes processos fisiológicos devem ocorrer na presença de luz e em sua ausência.
Durante a noite, que naturalmente é escura, produzimos um hormônio denominado melatonina, responsável pela sensação de sono. Este mesmo hormônio é responsável por neutralizar o excesso de radicais livres durante o sono, evitando os danos celulares responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo aparecimento de neoplasias.
A melatonina é produzida na glândula pineal, a partir da serotonina, neurotransmissor responsável por sensações prazerosas. A melatonina não é produzida em quantidade ideal caso não haja o ambiente escuro necessário a sua síntese, ou se houver insuficiência dos nutrientes responsáveis pela produção de sua precursora, a serotonina, como magnésio, vitaminas B12, B6, folato e o aminoácido triptofano.
Outro hormônio produzido durante o sono é o hormônio do crescimento (GH). O GH induz o crescimento em crianças, enquanto em adultos, é importante para a correta renovação celular, manutenção da massa muscular e redução da gordura corporal.
Se o sono é insuficiente, o GH não é produzido em quantidade suficiente. Em situações de estresse, como em sono insuficiente, a glândula supra-renal secreta os hormônios adrenalina e cortisol. A adrenalina acelera os batimentos cardíacos e reduz o diâmetro dos vasos sanguíneos, elevando a pressão arterial, enquanto o cortisol induz a resistência à insulina e consequente deposição de gordura na região abdominal, entre outros efeitos.
Indivíduos com sono insuficiente têm maior predisposição à obesidade se comparados a pessoas que dormem bem. Além de toda a desregulação hormonal que leva o organismo a acumular gordura e perder massa muscular, neuropeptídeos denominados orexinas são secretados durante o estado de vigília, e são responsáveis pela manutenção deste e pelo estímulo à ingestão de alimentos. Por isso, passar a noite acordado aumenta a ingestão de alimentos e aumenta o risco de obesidade.
A evolução adaptou o ser humano a estar em alerta durante o dia e a dormir durante a noite, e a inversão dos ciclos biológicos naturais acarreta em sérios riscos à saúde.
- Apagar as luzes e desligar aparelhos eletrônicos durante a noite é uma medida simples e eficaz contra a insônia.
- Ingerir adequadamente alimentos fonte dos nutrientes necessários à produção de serotonina e melatonina, como cereais integrais, vegetais folhosos verdes escuros, carnes e chocolate amargo pode também ajudar a ter uma noite de sono tranquila.
- A ingestão de álcool ou cafeína e a restrição energética podem reduzir a secreção de melatonina, e assim, atrapalhar o sono.
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