quarta-feira, 16 de março de 2016

Diabetes


Que tipos de diabetes existem?

- Diabetes Tipo 1
- Diabetes Tipo 2
- Diabetes Gestacional
- Outros tipos de Diabetes

Existem outros tipos de diabetes além do Tipo 1, Tipo 2 e Gestacional, mas esses ocorrem com muito menor frequência
 Como atua a insulina em um organismo saudável?

As células utilizam a glicose como fonte de energia, no entanto para que a glicose seja capaz de entrar para as células, ela precisa de insulina.

A insulina liga-se à célula permitindo a abertura de uma espécie de porta por onde entra a glicose.

Num organismo saudável a insulina é produzida em quantidades suficientes face à quantidade de glicose em circulação. Por exemplo, após uma refeição completa, aumentam os níveis de glicemia (níveis de glicose no sangue), quando isto acontece o pâncreas vai libertar insulina para que a glicose possa entrar nas células e ser utilizada como energia.



 Diabete tipo 1

A Diabetes Tipo 1, também conhecida como Diabetes Insulino-Dependente é mais rara (a sua forma juvenil não chega a 10% do total) e atinge na maioria das vezes crianças ou jovens, podendo também aparecer em adultos e até em idosos. Na Diabetes do Tipo 1, as células ß do pâncreas deixam de produzir insulina pois existe uma destruição maciça destas células produtoras de insulina. As causas da diabetes tipo 1 não são, ainda, plenamente conhecidas.

Contudo, sabe-se que é o próprio sistema de defesa do organismo (sistema imunitário) da pessoa com Diabetes, que ataca e destrói as suas células b.

Estas pessoas com Diabetes necessitam de terapêutica com insulina para toda a vida porque o pâncreas deixa de a poder fabricar. A causa desta Diabetes do tipo 1 é, pois, a falta de insulina e não está directamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação errados, ao contrário do que acontece na diabetes Tipo 2.

Insulinoterapia

Os diabéticos tipo 1 fazem sempre tratamento com insulina – insulinoterapia.

A insulinoterapia consiste na administração de insulina por via subcutânea (por baixo da pele). Não existem comprimidos de insulina pois não é possível absorvê-la uma vez que os ácidos do estômago a destroem.

A administração de insulina deve ser feita a par de uma vigilância correta da glicemia e de uma alimentação saudável e prática de exercício regular.

As administrações de insulina nos Diabéticos Tipo 1 são sempre adaptadas a cada caso. Deverá ser realizada administração de insulina de ação prolongada (1 ou 2 vezes por dia em função da insulina e das características individuais de cada pessoa) e administração de insulinas de ação rápida/ultra-rápida, pelo menos 4 vezes por dia. Para a administração de insulina de ação rápida/ultra-rápida antes das refeições, recomenda-se a contagem de hidratos de carbono.


A técnica de administração de insulina

 A técnica de administração de insulina é extremamente importante para que esta cumpra o seu efeito. Nos últimos anos as recomendações para a administração de insulina mudaram bastante. Esta aprendizagem deve ser feita junto do profissional de saúde já que a técnica de administração varia de pessoa para pessoa tendo em conta especificidades como por exemplo a espessura do tecido adiposo (camada de gordura por baixo da pele). Todas as pessoas têm tecido adiposo, mesmo as mais magras. 

A insulina tem que ser administrada por baixo da pele, no tecido adiposo e não no músculo, por isso o tamanho da agulha é muito importante.

É importante que varie o local onde é administrada a insulina, utilizar sempre o mesmo local leva à criação de nódulos na pele (lipodistrofias) que prejudicam a absorção, além disso massacra a pele e pode causar feridas.

Para administrar a insulina deve fazer uma prega na pele com o dedo polegar e com o indicador e injetar com a agulha perpendicular à pele. A agulha não deve ser retirada imediatamente, espere 10 a 15 segundos.



Quais são os riscos de não administrar corretamente a insulina?

Se a prega de pele apanhar o músculo existe o perigo de acelerar a absorção da insulina podendo provocar hipoglicemia. Outra das situações é a insulina ser administrada dentro da pele (intradérmica), esta situação pode causar dor e/ou reações alérgicas.




  Diabetes tipo 2

É, sem dúvida, o tipo mais comum de Diabetes. É causada por um desequilíbrio no metabolismo da insulina.

A Diabetes tipo 2 tem como principais fatores de risco a obesidade, o sedentarismo e a predisposição genética.

Na Diabetes tipo 2 existe um déficit de insulina e resistência à insulina, significa isto que, é necessária uma maior quantidade de insulina para a mesma quantidade de glicose no sangue. Por isso as pessoas com maior resistência à insulina podem, numa fase inicial, apresentar valores mais elevados de insulina e valores de glicose normais. À medida que o tempo passa, o organismo vai tendo maior dificuldade em compensar este desequilíbrio e os níveis de glicose sobem.

Embora tenha uma forte componente hereditária, este tipo de Diabetes pode ser prevenido controlando os fatores de risco modificáveis.

 Diabetes gestacional

Na primeira consulta de gravidez deverá fazer uma avaliação da glicemia em jejum.

Se o resultado for positivo tem Diabetes gestacional e serão necessários vários cuidados com a alimentação e estilo de vida.
Se o resultado for negativo deve manter os seu cuidados e vigilância.

Na consulta das 24/28 semanas deverá fazer a Prova da Tolerância à Glicose Oral (PTGO).

Se já teve Diabetes gestacional, e pretende voltar a engravidar é aconselhado que faça uma avaliação pré concecional, isto é, deve fazer despiste de Diabetes antes de tentar engravidar. Nestes casos a probabilidade de voltar a ter Diabetes Gestacional é de 30% a 50%.

 Outros tipos de Diabetes


Existem alguns tipos de Diabetes que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores, e que são pouco frequentes. São causados por alterações conhecidas como defeitos nas células beta, alterações na ação da insulina, doenças do pâncreas, endocrinopatias diversas, entre outros.

 Tratamento

Embora a Diabetes não tenha cura, um bom controlo da glicemia pode prolongar a vida e evitar complicações nos diabéticos.

A prevenção da Diabetes envolve cinco pontos importantes para o controlo da doença e essencialmente das suas complicações.
  • conhecer a doença
  • alimentação
  • exercício físico
  • controle da glicemia
  • medicação


Alimentação

Uma alimentação saudável e equilibrada faz parte do tratamento das pessoas com diabetes, em conjunto com a atividade física e a medicação (antidiabéticos orais ou insulina).

*É importante que a ingestão dos alimentos seja fracionada, isto é, que faça pequenas refeições ao longo do dia, o recomendado são entre 5 e 6 refeições diárias.


Inclua alimentos ricos em fibra nas suas refeições, como o pão de mistura ou centeio, as lentilhas, a aveia, as ervilhas e o grão, as fibras são importantes para todos, mas especialmente nas pessoas com Diabetes já que permite diminuir a glicemia após as refeições, reduzir os níveis de colesterol, aumentam a saciedade e auxiliam o bom funcionamento do intestino.

As frutas e legumes devem ser consumidos diariamente. Por vezes existe a ideia, errada, de que as pessoas com Diabetes não podem comer fruta. A fruta faz parte de uma alimentação saudável e equilibrada, desde que ingerida em quantidades adequadas. São alimentos extremamente ricos em vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes. De facto a fruta contém açúcar, a frutose é o açúcar da fruta, e por isso é importante que o seu consumo seja equilibrado. Mas este açúcar é saudável, repare que 100g de maçã contém cerca de 14 gramas de açúcar, já 100 gramas de bolo contém cerca de 50 gramas de açúcar.

*Mesmo as frutas mais doces como as uvas, a banana ou os figos podem ser ingeridos por pessoas com Diabetes, desde que esse consumo seja em quantidades moderadas.

Aconselham-se 3 a 5 porções de fruta diariamente!

No que diz respeito ao consumo de gorduras também é importante saber que existem gorduras benéficas para a saúde, como as monoinsaturadas que podemos encontrar, por exemplo no azeite, este tipo de gordura ajuda a aumentar o bom colesterol. Também a gordura polinsaturada como os ácidos gordos ómega 3 que existe em peixes como o salmão ou a cavala, é muito benéfica na proteção contra as doenças cardiovasculares.  

Por outro lado existem gorduras muito prejudiciais para a saúde, que aumentam o colesterol mau (LDL), favorecem o aumento de peso e aumentam o risco de doenças cardiovasculares, é o caso das gorduras saturadas que encontramos nos bolos refinados, carnes gordos, enchidos entre outros. Numa alimentação saudável, estas gorduras não devem ultrapassar os 7% da energia diária total. As gorduras trans (gorduras formadas por um processo de hidrogenação) devem ser evitadas. 
O consumo de álcool não é proibido mas deve ser consumido dentro das recomendações diárias, 1 copo de vinho à refeição. 

A água está no centro da roda dos alimentos e esta posição não é por acaso, o consumo de água é extremamente importante. As necessidades de água são variáveis no entanto, em média, todos devemos beber entre 1,5 litros a 2 litros de água diariamente. 


Fonte: Portal da diabetes
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo

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