*Para se ter uma ideia da tragédia que é o cigarro, morrem mais pessoas de doenças relacionadas ao tabagismo do que de SIDA (AIDS), câncer de mama e acidentes automobilísticos juntos.
O Brasil gasta perto de meio bilhão de reais no tratamento das doenças relacionadas ao fumo. Nos EUA trabalhos mostram que a cada dólar investido em programas de prevenção ao fumo, poupa-se 50 dólares do sistema de saúde. Portanto, pode-se dizer que cigarro também causa “câncer” no orçamento da saúde.
Perigos do cigarro
As principais causas de morte relacionadas ao tabaco são:
- as doenças cardiovasculares,
- o câncer de pulmão
- e a DPOC (enfisema e bronquite cônica).
Um fumante de longa data tem sua expectativa de vida reduzida em cerca de 13 anos, e pelo menos 50% dos fumantes morrerão de alguma doença diretamente causada pelo cigarro. Nos EUA 1/3 das doenças cardiovasculares, incluindo infartos e AVC, são causadas pelo cigarro.
Um simples cigarro contém quase 5000 substâncias químicas, pelo menos 400 delas sabidamente tóxicas ao organismo e mais de 50 reconhecidamente carcinogênicas (que causam câncer). Entre as substâncias nocivas que absorvemos quando fumamos um cigarro podemos citar: metanol, arsênio, metano, amônia, cadmium, hexamina, monóxido de carbono, alcatrão e nicotina.
Todas as doenças listadas abaixo ocorrem com maior frequência em indivíduos que fumam:
– Alzheimer
– Aneurismas da artéria aorta
– Aneurisma cerebral
– Artrite reumatoide
– Asma
– AVC (derrame)
– Bromidrose plantar (vulgarmente conhecido como chulé)
– Câncer de bexiga.
– Câncer da boca e língua.
– Câncer de colo do útero
– Câncer de cólon e pólipos intestinais
– Câncer do esôfago.
– Câncer do estômago.
– Câncer de laringe.
– Câncer do pâncreas.
– Câncer de próstata
– Câncer de pulmão
– Câncer do rim
– Candidíase oral
– Catarata .
– Celulite (
– Degeneração macular
– Diabetes mellitus
– Dismenorreia
– Doença de Crohn (
– DPOC | Bronquite e enfisema pulmonar
– Envelhecimento precoce.
– Fratura do colo do fêmur
– Gangrena e amputações.
– Glomerulonefrites
– Hemorroidas
– Hérnia de disco
– Hipertensão
– Impotência sexual
– Incontinência urinária
– Infarto do miocárdio
– Infarto fulminante
– Infertilidade.
– Insuficiência renal
– Insuficiência venosa e varizes dos membros inferiores
– Laringite
– Lesões odontológicas.
– Leucemias
– Mau hálito
– Menopausa precoce
– Osteoporose
– Neuropatia óptica.
– Pé diabético
– Perda da audição
– Pneumotórax.
– Pneumonia
– Psoríase
– Redução do paladar e do olfato.
– Rinite alérgica
– Trombose venosa profunda
– Úlceras de estômago e gastrite .
– Úlceras na pele.
– Vaginose bacteriana
Fumo passivo
Já está comprovado que o fumo passivo pode levar às mesmas doenças do fumo ativo. Por isso, as leis antitabagismo, cada vez mais restritivas em todo mundo, não são apenas uma questão de não-fumantes incomodados com o cheiro da fumaça dos fumantes. É uma questão de saúde pessoal e pública.
Cânceres de pulmão em não-fumantes são pouco comuns, mas boa parte destes acometem pessoas que moram na mesma casa de um fumante.
*90% dos cânceres de pulmão ocorrem em fumantes, os restantes 10% ficam em boa parte com os fumantes passivos. Um não-fumante casado com um fumante tem 20% mais de chances de morrer de câncer de pulmão e doenças cardiovasculares que não-fumantes não expostos ao fumo passivo. Não fumantes que vivem com fumantes apresentam uma mortalidade até 15% maior que pessoas sem contato frequente com o cigarro.
*Filhos de pais que fumam, expostos ao fumo passivo intradomiciliar por pelo menos 25 anos, tem o dobro de chances de desenvolver câncer de pulmão.
*Recém-nascidos expostos ao cigarro durante a gestação apresentam quase 4x mais chances de morte súbita. O risco de má formação fetal em mães fumantes também é maior. Mulheres grávidas expostas ao fumo passivo apresentam bebês com baixo peso ao nascerem.
Benefícios de se interromper o fumo.
- 72 horas – Melhora a respiração.
- 1 mês – Aumenta a perfusão da pele melhorando sua aparência.
- 3 a 9 meses – Os problemas respiratórios, como a tosse, desaparecem. A função pulmonar aumenta em 10%.
- 1 ano – Risco de infarto cai pela metade.
- 10 anos – Risco de câncer de pulmão cai pela metade.
- 15 anos – Risco de infarto é igual ao de não fumantes.
*Após 15 dias de abstinência do cigarro o risco de câncer cai em 90%, todavia, nunca será igual ao de quem nunca fumou.
ATENÇÃO: Não existe quantidade segura de cigarros nem cigarro light. Quem fuma está sujeito a todos esses riscos, seja apenas um cigarro ou três maços por dia. Obviamente, quanto maior a quantidade, maior o risco.
Alguns trabalhos científicos tentaram avaliar o benefício da redução da carga tabágica em até 50% como alternativa para aqueles que tem dificuldade em largar o fumo. Nenhum conseguiu mostrar vantagens, a mortalidade permanece a mesma. Os benefícios só ocorrem para quem abandona de vez o vício.
Envelhecimento precoce causado pelo cigarro
Irmãs gêmeas idênticas. A da direita é fumante; a da esquerda nunca fumou.
Opções para o tratamento do tabagismo
Cerca de 20% da população adulta é fumante. 70% destes, quando questionados, expressam desejo de parar de fumar e 40% afirmam já terem tentado pelo menos uma vez largar o vício. A taxa de sucesso, porém, é menor que 10%.
A nicotina é uma substância psicoativa capaz de causar grande dependência física. A ausência de nicotina na circulação de pessoas viciadas em cigarros causa intenso desejo de fumar e sintomas de abstinência como:
– Irritabilidade
– Insônia
– Angústia
– Aumento do apetite
– Ansiedade
– Dificuldade de concentração
– Depressão
*Algumas substâncias como café e álcool servem como gatilhos para o desejo de fumar.
Na hora que se decide tentar parar de fumar é importante lembrar que o ato de fumar além de ser uma dependência física, é também um comportamento adquirido, que podemos simplificar chamando de “força do hábito”.
Por isso, o tratamento psicológico pode ser tão importante quanto o medicamentoso, descrito seguir. A pessoa tem que realmente desejar para de fumar.
1) Reposição de nicotina
Pode-se oferecer nicotina sem o cigarro através de adesivos de pele, gomas de mascar (pastilha elástica) ou spray nasal.
A quantidade de nicotina oferecida desta maneira é menor que no cigarro, por isso, acaba sendo mais fácil abandonar o tabaco e depois a reposição de nicotina do que cortar o fumo e a nicotina de uma só vez.
2) Bupropiona (Zyban)
A bupropiona é um antidepressivo especialmente eficaz no controle da dependência da nicotina. O tratamento é normalmente feito com 12-24 semanas de uso da droga.
3) Vareniclina
A Vareniclina é uma droga que age nos receptores cerebrais de nicotina, “enganando” o cérebro que acha que está recebendo nicotina. O tratamento também dura 12 a 24 semanas.
Atenção: Tanto a Vareniclina como a Bupropiona são drogas, por isso, podem apresentam efeitos colaterais e apresentam algumas contraindicações. Não se deve tomar esses medicamentos por conta própria, sem avaliação médica, sob o risco de graves efeitos adversos.
O tratamento da dependência do cigarro é feito com aconselhamento médico associado a terapia medicamentosa. Quando se dissocia um do outro, os resultados não são bons.
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