segunda-feira, 5 de junho de 2017

Constipação intestinal

O termo constipação refere-se a uma mudança nos hábitos intestinais diários, dificuldade de evacuar. Quando isso acontece, as fezes retidas tornam-se desidratadas e duras, e a evacuação, dolorida.



A constipação intestinal encontra-se entre  as doenças funcionais do intestino. Constitui um dos sintomas mais frequentes de procura ao clínico geral e gastroenterologista, acometendo cerca de 20% da população mundial. É mais comum nas mulheres e nos idosos, representando para estes um problema terapêutico muito preocupante.


Constituem  fatores  desencadeantes  e  agravantes:
  •  a baixa atividade física,
  •  baixo nível socioeconômico  e  educacional,  
  • alimentação  inadequada pobre em fibras,  
  • história  de  abuso  sexual  e  os  estados depressivos. 
  • A constipação intestinal consiste em condição clínica comum que depende de uma inter-relação médico-paciente de qualidade para o sucesso terapêutico.

Definição

Não existe uma definição de abrangência universal para constipação. Fundamentando-se nas queixas dos pacientes, ela pode ser referida como fezes endurecidas, esforço excessivo no ato evacuatório, evacuações infrequentes, sensação de evacuação incompleta e até mesmo demora excessiva no toalete.


Considera-se normal a frequência de evacuação de, no mínimo, três vezes por semana. O último Consenso de Roma, no qual se definiram os critérios de constipação funcional, ocorreu em 2006.




O modelo de constipação na criança é o menino e, entre os adultos, afeta mais as mulheres do que os homens devido a fatores hormonais e, no caso da gestação pela compressão do útero sobre o intestino.

A  constipação  intestinal  é  uma  condição  multifatorial,  sendo  na  maioria  das  vezes  decorrente  da  ingesta  inadequada  de  fibras  e  água.  Subdivide-se  em  primária  e  secundária.

 Em termos fisiopatológicos, divide-se em três  categorias:  
  • 1.  constipação  de  trânsito  normal; 
  • 2. constipação de trânsito lento; 
  • 3. doenças do ato evacuatório.

Constipação de trânsito intestinal normal (funcional)

Também  denominada  funcional,  é  a   forma mais comum de apresentação. Embora o tempo de passagem pelo cólon seja normal,  o  paciente  refere  ser  constipado,  queixando-se de fezes endurecidas ou insatisfação com a evacuação. 

São indivíduos com distúrbios psicossociais frequentes, e queixam-se também de desconforto abdominal e flatulência. Geralmente respondem à adição de fibras  à dieta e à melhor hidratação. Algumas vezes se beneficiam de laxativos osmóticos, como o polietilenoglicol

Constipação de trânsito lento

É de ocorrência mais comum em mulheres jovens que evacuam até uma vez por semana, comumente iniciando-se na puberdade. Clinicamente, apresenta-se como dor abdominal ou desconforto, flatulência e urgência fecal, essa menos frequente. Os quadros leves respondem bem a tratamento dietético com aumento de fibras, o que não ocorre nos casos mais graves.

O  trânsito  colônico  lento,  associado  à  falta de incremento na atividade motora após ingesta de carnes, ou administração de substâncias, caracteriza a inércia colônica.

Tempo de trânsito colônico (TTC)

O tempo de trânsito normal é inferior a 72 horas. Uma radiografia abdominal deve  ser  realizada  120  horas  após  marcadores  radiopacos serem deglutidos em uma cápsula de gelatina. 

Previamente, deve-se fazer  dieta  rica  em  fibras,  e  laxativos/enemas  e  medicamentos  que  afetem  a  função  intestinal  não  devem  ser  utilizados.  Caso  haja  retenção de mais de 20% dos marcadores, o trânsito é considerado prolongado, e se for predominantemente em cólon esquerdo e reto, é sugestiva de distúrbio defecatório


Terapêutica farmacológica

Com  a  ingestão  suplementar  de  fibras  aumenta-se o volume fecal, diminui-se a consistência  das  fezes  e  estimula-se  fisiologicamente a evacuação. As fibras retêm água em sua estrutura e, por isso, os pacientes devem ingerir volume hídrico adequado.

Incrementadores do bolofecal
  • Fibras sintéticas (policarbofila cálcica)
  • Metilcelulose
  • Psyllium

Laxativos osmóticos
  • Polietilenoglicol* (PEG 3350)
  • Lactulose
  • Sais de sódio e magnésio
  • * Uso recomendado na gravidez
  • Ágar-ágar

Laxantes estimulantes

Antraquinonas
    Sene
   Cáscara sagrada
   Óleo de rícino
Difenilmetanos
Bisacodil
   Fenolftaleína
   Picossulfato de sódio

SINTOMAS  DA CONSTIPAÇÃO 



•    Distensão abdominal (inchaço)
•    Cólicas
•    Fezes ressecadas ou fragmentadas
•    Irritabilidade
•    Sensação de evacuação incompleta

CAUSAS DE CONSTIPAÇÃO 



 A constipação intestinal pode ser classificada: como aguda (início recente) ou crônica (progressiva, que existe há muito tempo).
  •   Dietas pobres em fibras
  •   Ingestão hídrica baixa
  •  Falta de atividade física
  • Stress e fator emocional
  •  Uso abusivo de laxantes (acaba microbiota intestinal)
  •   Inibição do reflexo de defecação (2-3 dias para o novo reflexo)
  • Uso de medicamentos (antiácidos, sulfato ferroso, analgésicos, anti-hipertensivos
  •  Fissuras, hemorroidas e tumores
  • DM, hipotiroidismo, uremia, anemia, obesidade..

TRATAMENTO 
  
                                                                                                                                                                                                                                                   
↑ o bolo fecal e estimular o peristaltismo e Recuperação do estado nutricional
• Alimente-se em horários regulares;
• Mastigue bem os alimentos;
• Prefira refeições mais variadas, ricas em fibras (25 a 30 g/dia);
Fazer uso de prebióticos e probióticos (recuperar flora intestinal)
• Reduza a quantidade de gordura ingerida;
• Evite bebidas alcoólicas, chocolate, café, e alimentos que levem a produção excessiva de gases, como: brócolis, cebola, couve-flor, feijão;
• Aumentar ingestão hídrica, mais ou menos 2 litros por dia (chás, sucos);
• Determinar horário específico para evacuação. Obedecer, sempre que possível, à vontade de evacuar;
• Evitar distrações durante a evacuação, como ler revistas, jornais, falar ao telefone, etc;
• Pratique exercícios regularmente;
• Não utilizar laxantes por conta própria.
Alimentos permitidos
•    Cereias integrais: pão, biscoito, arroz..
•    Leguminosas frescas e secas: ver aceitação (gases);
•    Frutas frescas como laranja com bagaço, mamão, pera, uva, figo, ameixa fresca, mexerica, abacaxi, banana prata;
•    Frutas secas: uva passa, ameixa, damasco, figo;
•    ↑ o consumo de agua (30ml/Kg de peso);
•    Sucos de fruta sem coar
•    Farelo de trigo: 2 col de sobremesa (almoço e outra no jantar)
•    Incluir na alimentação o azeite (tem ação estimulante sobre o peristaltismo).



Orientações Nutricionais

Preferir



  • - 8 a 10 copos de água por dia, preferir fria; - banana dágua, folhosos, aveia em flocos grossos, vagem, figo, amêndoa, feijão, ervilha, quiabo, azeitona verde, melancia, abacaxi, cenoura crua, abóbora, jiló, repolho cru, passas, kiwi, pêssego, nozes;
  •  - Iogurte, coalhada ou leite fermentado; - 200ml de água gelada ou fria em jejum pela manhã; 
  • - Alimentos integrais: pães, arroz, biscoitos, macarrão; - Consumir as frutas com bagaço e cascas; - Consumir 1/2 colher de sopa de farelo de trigo por dia, aumentando gradualmente até atingir 2 colheres de sopa por dia em 2 semanas; - Mastigar bem os alimentos;

Evitar



  • - Alimentos refinados: farinhas, massas, arroz, biscoitos; 
  • - Alimentos constipantes: banana-prata, maçã, goiaba, limão, chá preto,
    cenoura cozida, batata;
  •  - Uso de laxantes sem orientação.
                                                                                         
E como saber se nosso intestino está funcionando bem? 

Além de analisar sintomas como gases e estufamento, cólicas, sensação de empachamento entre outros, existe uma método prático: analisar suas fezes

Conheçam a Escala de Bristol, um método de análise fácil para reconhecimento das fezes:




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