O termo constipação refere-se a uma mudança nos hábitos intestinais diários, dificuldade de evacuar. Quando isso acontece, as fezes retidas tornam-se desidratadas e duras, e a evacuação, dolorida.
A constipação intestinal encontra-se entre as doenças funcionais do intestino. Constitui um dos sintomas mais frequentes de procura ao clínico geral e gastroenterologista, acometendo cerca de 20% da população mundial. É mais comum nas mulheres e nos idosos, representando para estes um problema terapêutico muito preocupante.
Constituem fatores desencadeantes e agravantes:
- a baixa atividade física,
- baixo nível socioeconômico e educacional,
- alimentação inadequada pobre em fibras,
- história de abuso sexual e os estados depressivos.
- A constipação intestinal consiste em condição clínica comum que depende de uma inter-relação médico-paciente de qualidade para o sucesso terapêutico.
Definição
Não existe uma definição de abrangência universal para constipação. Fundamentando-se nas queixas dos pacientes, ela pode ser referida como fezes endurecidas, esforço excessivo no ato evacuatório, evacuações infrequentes, sensação de evacuação incompleta e até mesmo demora excessiva no toalete.
Considera-se normal a frequência de evacuação de, no mínimo, três vezes por semana. O último Consenso de Roma, no qual se definiram os critérios de constipação funcional, ocorreu em 2006.
O modelo de constipação na criança é o menino e, entre os adultos, afeta mais as mulheres do que os homens devido a fatores hormonais e, no caso da gestação pela compressão do útero sobre o intestino.
A constipação intestinal é uma condição multifatorial, sendo na maioria das vezes decorrente da ingesta inadequada de fibras e água. Subdivide-se em primária e secundária.
Em termos fisiopatológicos, divide-se em três categorias:
- 1. constipação de trânsito normal;
- 2. constipação de trânsito lento;
- 3. doenças do ato evacuatório.
Constipação de trânsito intestinal normal (funcional)
Também denominada funcional, é a forma mais comum de apresentação. Embora o tempo de passagem pelo cólon seja normal, o paciente refere ser constipado, queixando-se de fezes endurecidas ou insatisfação com a evacuação.
São indivíduos com distúrbios psicossociais frequentes, e queixam-se também de desconforto abdominal e flatulência. Geralmente respondem à adição de fibras à dieta e à melhor hidratação. Algumas vezes se beneficiam de laxativos osmóticos, como o polietilenoglicol
Constipação de trânsito lento
É de ocorrência mais comum em mulheres jovens que evacuam até uma vez por semana, comumente iniciando-se na puberdade. Clinicamente, apresenta-se como dor abdominal ou desconforto, flatulência e urgência fecal, essa menos frequente. Os quadros leves respondem bem a tratamento dietético com aumento de fibras, o que não ocorre nos casos mais graves.
O trânsito colônico lento, associado à falta de incremento na atividade motora após ingesta de carnes, ou administração de substâncias, caracteriza a inércia colônica.
Tempo de trânsito colônico (TTC)
O tempo de trânsito normal é inferior a 72 horas. Uma radiografia abdominal deve ser realizada 120 horas após marcadores radiopacos serem deglutidos em uma cápsula de gelatina.
Constipação de trânsito lento
É de ocorrência mais comum em mulheres jovens que evacuam até uma vez por semana, comumente iniciando-se na puberdade. Clinicamente, apresenta-se como dor abdominal ou desconforto, flatulência e urgência fecal, essa menos frequente. Os quadros leves respondem bem a tratamento dietético com aumento de fibras, o que não ocorre nos casos mais graves.
O trânsito colônico lento, associado à falta de incremento na atividade motora após ingesta de carnes, ou administração de substâncias, caracteriza a inércia colônica.
Tempo de trânsito colônico (TTC)
O tempo de trânsito normal é inferior a 72 horas. Uma radiografia abdominal deve ser realizada 120 horas após marcadores radiopacos serem deglutidos em uma cápsula de gelatina.
Previamente, deve-se fazer dieta rica em fibras, e laxativos/enemas e medicamentos que afetem a função intestinal não devem ser utilizados. Caso haja retenção de mais de 20% dos marcadores, o trânsito é considerado prolongado, e se for predominantemente em cólon esquerdo e reto, é sugestiva de distúrbio defecatório
Terapêutica farmacológica
Terapêutica farmacológica
Com a ingestão suplementar de fibras aumenta-se o volume fecal, diminui-se a consistência das fezes e estimula-se fisiologicamente a evacuação. As fibras retêm água em sua estrutura e, por isso, os pacientes devem ingerir volume hídrico adequado.
Incrementadores do bolofecal
Incrementadores do bolofecal
- Fibras sintéticas (policarbofila cálcica)
- Metilcelulose
- Psyllium
Laxativos osmóticos
- Polietilenoglicol* (PEG 3350)
- Lactulose
- Sais de sódio e magnésio
- * Uso recomendado na gravidez
- Ágar-ágar
Laxantes estimulantes
Antraquinonas
Sene
Cáscara sagrada
Óleo de rícino
Difenilmetanos
Bisacodil
Fenolftaleína
Picossulfato de sódio
SINTOMAS DA CONSTIPAÇÃO
• Distensão abdominal (inchaço)
• Cólicas
• Fezes ressecadas ou fragmentadas
• Irritabilidade
• Sensação de evacuação incompleta
CAUSAS DE CONSTIPAÇÃO
A constipação intestinal pode ser classificada: como aguda (início recente) ou crônica (progressiva, que existe há muito tempo).
- Dietas pobres em fibras
- Ingestão hídrica baixa
- Falta de atividade física
- Stress e fator emocional
- Uso abusivo de laxantes (acaba microbiota intestinal)
- Inibição do reflexo de defecação (2-3 dias para o novo reflexo)
- Uso de medicamentos (antiácidos, sulfato ferroso, analgésicos, anti-hipertensivos
- Fissuras, hemorroidas e tumores
- DM, hipotiroidismo, uremia, anemia, obesidade..
TRATAMENTO
↑ o bolo fecal e estimular o peristaltismo e Recuperação do estado nutricional
• Alimente-se em horários regulares;
• Mastigue bem os alimentos;
• Prefira refeições mais variadas, ricas em fibras (25 a 30 g/dia);
Fazer uso de prebióticos e probióticos (recuperar flora intestinal)
• Reduza a quantidade de gordura ingerida;
• Evite bebidas alcoólicas, chocolate, café, e alimentos que levem a produção excessiva de gases, como: brócolis, cebola, couve-flor, feijão;
• Aumentar ingestão hídrica, mais ou menos 2 litros por dia (chás, sucos);
• Determinar horário específico para evacuação. Obedecer, sempre que possível, à vontade de evacuar;
• Evitar distrações durante a evacuação, como ler revistas, jornais, falar ao telefone, etc;
• Pratique exercícios regularmente;
• Não utilizar laxantes por conta própria.
Alimentos permitidos
• Cereias integrais: pão, biscoito, arroz..
• Leguminosas frescas e secas: ver aceitação (gases);
• Frutas frescas como laranja com bagaço, mamão, pera, uva, figo, ameixa fresca, mexerica, abacaxi, banana prata;
• Frutas secas: uva passa, ameixa, damasco, figo;
• ↑ o consumo de agua (30ml/Kg de peso);
• Sucos de fruta sem coar
• Farelo de trigo: 2 col de sobremesa (almoço e outra no jantar)
• Incluir na alimentação o azeite (tem ação estimulante sobre o peristaltismo).
Orientações Nutricionais
Preferir
- - 8 a 10 copos de água por dia, preferir fria; - banana dágua, folhosos, aveia em flocos grossos, vagem, figo, amêndoa, feijão, ervilha, quiabo, azeitona verde, melancia, abacaxi, cenoura crua, abóbora, jiló, repolho cru, passas, kiwi, pêssego, nozes;
- - Iogurte, coalhada ou leite fermentado; - 200ml de água gelada ou fria em jejum pela manhã;
- - Alimentos integrais: pães, arroz, biscoitos, macarrão; - Consumir as frutas com bagaço e cascas; - Consumir 1/2 colher de sopa de farelo de trigo por dia, aumentando gradualmente até atingir 2 colheres de sopa por dia em 2 semanas; - Mastigar bem os alimentos;
Evitar
- - Alimentos refinados: farinhas, massas, arroz, biscoitos;
- - Alimentos constipantes: banana-prata, maçã, goiaba, limão, chá preto,
cenoura cozida, batata; - - Uso de laxantes sem orientação.
E como saber se nosso intestino está funcionando bem?
Além de analisar sintomas como gases e estufamento, cólicas, sensação de empachamento entre outros, existe uma método prático: analisar suas fezes
Conheçam a Escala de Bristol, um método de análise fácil para reconhecimento das fezes:
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