sexta-feira, 29 de junho de 2018

Cebolas cruas evitam gripe? São ímãs para bactérias? São nocivas a cães? Veja esse MITO da vez

Um texto que circula no Facebook afirma que cebolas cruas podem acumular bactérias e vírus, que evitam a gripe e que fazem mal para cachorros. Mas o que é verdade e o que não é nessa história toda?


O site G1 foi buscar informações na Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e ouviu uma diretora de um hospital veterinário para checar cada parte do texto.  Têm muitos mitos e pessoas que disseminam informações sem fundamentos na internet e redes sociais, vamos ficar atentos para não cairmos nessa. Já pensou ter que consumir ou jogar fora toda cebola que você cortou para temperar apenas uma porção de  arroz, tem fundamento isso!!
Cebolas cruas fatiadas podem evitar a gripe?

TRECHO DA MENSAGEM: "Em 1919, quando a gripe matou 40 milhões de pessoas, havia um doutor que visitou muitos agricultores para ver se ele poderia ajudá-los a combater a gripe, pois que muitos deles que haviam contraído a doença haviam morrido. Em uma visita na propriedade de outro fazendeiro, na mesma região, o médico se surpreendeu ao saber o bom estado de saúde que lá encontrou. Todos estavam muito saudáveis. Quando o médico perguntou ao fazendeiro que eles estavam fazendo para se protegerem da gripe, a mulher deste prontamente respondeu que ela colocava uma cebola cortada (com casca) em pratos e distribuía-os nos quartos da casa. O médico não podia acreditar. O médico não podia acreditar no que ouviu. Pediu ao fazendeiro para lhe entregar umas das cebolas que estava usando e pôs sob seu microscópio, quando então observou enorme número de bactérias da gripe ali acumulados."

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS: O presidente da SBPT, Fernando Lundgren, deixa claro que a cebola não evita a gripe e que ela é causada pelo vírus influenza (e não por bactérias, como diz a mensagem). Integrante da equipe de Lundgren, a médica pneumologista Fernanda Miranda, diretora de comunicação da SBPT, diz que algumas pessoas têm o hábito de cortar a cebola ao meio e deixar no quarto, o que é fortemente desencorajado pela entidade. "A cebola pode ser contaminada por várias bactérias e fungos sabidamente muito nocivos para os pulmões", diz. Segundo Fernanda, a presença da cebola no ambiente não tem nenhuma eficácia para controlar a transmissão da gripe, que é uma doença causada por vírus de transmissão pessoa a pessoa.


Cebolas cruas são um imã para bactérias?
TRECHO DA MENSAGEM: "Levado a um pneumologista, este explicou que as cebolas são um imã enorme para as bactérias, especialmente as cebolas cruas. Em suma, nunca mantenha cebolas fatiadas para serem usadas no dia seguinte, mesmo que colocadas em sacos fechados, herméticos ou na geladeira. Seu consumo deve ser imediato, vez que pode ser um perigo consumí-las a posteriori'.

O QUE DIZ A ESPECIALISTA: A médica Fernanda Miranda diz que não há nenhum estudo que comprove que as cebolas sejam imãs para bactérias, ou seja, que elas atraiam bactérias do recinto. Ela ressalta, no entanto, que não se deve, de fato, deixá-las sem o acondicionamento adequado. "O que se aconselha é nunca deixar alimentos muitas horas fora de recipientes próprios. Todos os alimentos devem ser guardados conforme indicação do fabricante e/ou Vigilância Sanitária. Alguns devem ser guardados na geladeira, outros devem ficar em temperatura ambiente, porém bem tampados."



Cães nunca devem comer cebolas?
TRECHO DA MENSAGEM: "Além disso os cães nunca devem comer cebolas. Seus estômagos não podem metabolizar cebolas. Lembre-se: é perigoso cortar uma cebola e consumir lá no dia seguinte. A cebola se torna altamente venenosa mesmo depois de uma noite única, e cria bactérias tóxicas. Essas bactérias podem causar infecções no estômago adversos por causa de secreções biliares em excesso e intoxicação alimentar. Repasse essa mensagem a todos os que você ama e se preocupa!"

O QUE DIZ A ESPECIALISTA: Segundo a médica veterinária Carla Berl, diretora do Hospital Veterinário Pet Care, a ingestão de cebola intoxica o animal. Isso porque a cebola contém tiossulfato e os cães não têm a enzima para metabolizar essa substância corretamente. A ingestão da cebola por cães causa a metahemoglobinemia, que transforma a hemoglobina em metemoglobina, impedindo a hemoglobina de levar oxigênio para células, fazendo com que o animal fique anêmico. De acordo com a médica veterinária, a intoxicação depende da quantidade ingerida e do tamanho do cão. Cães menores têm chances de se intoxicar com uma quantidade menor de cebola, enquanto cães maiores podem, com a mesma quantidade, não ter sintoma algum ou ter sintomas muito brandos. "É um quadro reversível, mas também pode ser fatal", diz.

Agora falando em valor nutricional, a cebola é considerada um alimento FUNCIONAL  pelos benefícios que promovem através de suas propriedades nutracêuticas para o organismo. 

 Substâncias nutracêuticas em cebola

A  cebola  possui  compostos  nutracêuticos  que,  além  das  funções  nutricionais  básicas,  auxiliam  na  redução do  risco  de  doenças  e  na  manutenção da  saúde  

A cebola é uma das principais fontes de antioxidantes entre as frutas e hortaliças consumidas no Brasil. A importância  nutracêutica da cebola, principalmente, às substâncias antioxidantes, como quercetina e tióis. Essas substâncias apresentam  efeito  na  redução  de  inflamações,  alergias  e  doenças  virais  e  na  prevenção  de  câncer,  catarata  e  doenças  cardiovasculares. 
A cebola também possui ação nutracêutica  pela  presença  de  fruto-oligossacarídeos (FOS).  Essas  substâncias  têm  ação  probiótica (alimentos para as boas bactérias),  uma  vez  que  favorecem  a
microbiota  intestinal  e melhoram  a  absorção dos alimentos (a cebola é rica em vitaminas do complexo B, principalmente B1 (tiamina) e B2 (riboflavina), e mediana em vitamina C, entre outros.

O  consumo  de  cebola  no  Brasil  é  considerado relativamente baixo devido  ao  sabor  pungente  dos  cultivares  brasileiros  (OLIVEIRA,  2004).  O  consumo  domiciliar é de apenas 3,2kg/habitante/ ano (IBGE, 2008/09), pois não se considera nesse levantamento o consumo de restaurantes e demais instituições.
Att, Nutricionsita Giselle Barrinuevo

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