Os rins filtram o sangue e eliminam os resíduos tóxicos e os líquidos em excesso sob a forma de urina. Na urina, estão presentes muitos resíduos químicos que, por vezes, geram cristais que se agregam entre si, formando as pedras ou cálculos.
As pedras nos rins ou cálculos renais (cujas designações médicas mais correntes são litíase renal ou litíase urinária) são cristais duros, que podem assumir tamanhos e formas variáveis. O seu tamanho pode variar entre um grão de areia e uma bola de golfe.
Existem quatro principais tipos de pedras nos rins:
1. O tipo mais comum são as pedras que se formam a partir do cálcio combinado com oxalato ou fosfato.
2. As pedras de estruvite são provocadas por uma infeção urinária; geralmente, são muito grandes e têm a forma de um chifre.
3. As pedras de ácido úrico são geralmente mais macias do que os outros tipos de pedras.
4. As pedras de cistina são raras e hereditárias; assemelham-se mais a um cristal do que a uma pedra.
O que causa as pedras nos rins?
Na maior parte dos casos, não se conhece a causa da formação das pedras. Quando existem elevadas
concentrações de cálcio, oxalato, cistina ou ácido úrico na urina podem formar-se pedras nos rins.
No entanto, também existem casos em que as pedras se formam apesar de os níveis urinários destas
substâncias não se encontrarem elevados.
Existem medicamentos utilizados para determinados problemas de saúde, como a doença renal, câncer ou o HIV/SIDA, que aumentam o risco de desenvolvimento de pedras nos rins.
Um número reduzido de pessoas desenvolve pedras nos rins devido a um problema de saúde que origina níveis elevados de cálcio, oxalato, cistina ou ácido úrico no organismo.
Quem sofre de pedras nos rins?
As pedras nos rins são uma das patologias mais comuns do trato urinário. Os homens são afetados por esta condição três vezes mais do que as mulheres.
A probabilidade desenvolver pedras nos rins aumenta à medida que a idade avança, e é maior se houver história familiar da doença. As pedras no trato urinário são mais frequentes nas crianças que vivem em países em vias de desenvolvimento.
Depois de se ter pedras nos rins, a probabilidade de se vir a ter uma segunda é cerca de 5 a 10% por ano. Cerca de 30 a 50% das pessoas que têm um primeiro episódio de pedras nos rins, têm o segundo dentro de cinco anos, diminuindo o risco a partir daí. No entanto, algumas pessoas continuam a ter pedras nos rins durante toda a vida.
Que problemas podem causar as pedras nos rins?
Que problemas podem causar as pedras nos rins?
As pedras nos rins podem provocar um bloqueio no fluxo da urina que, por sua vez, pode resultar em lesões e, mesmo, alterações graves da função do rim obstruído.
As pedras nos rins também aumentam o risco de infecção do aparelho urinário, podendo envolver o próprio rim e causar uma septicemia, que é uma condição muito grave resultante da disseminação através da corrente sanguínea do micro-organismo responsável pela infecção urinária.
Quais são os sintomas das pedras nos rins?
Nem todas as pedras nos rins causam desconforto mas, geralmente, o primeiro sinal é a dor.
Nem todas as pedras nos rins causam desconforto mas, geralmente, o primeiro sinal é a dor.
A dor normalmente começa quando a pedra se desloca do sítio onde se formou para o trato urinário. Esta dor, conhecida por “cólica renal”, é uma dor aguda e intensa nas costas, imediatamente abaixo do nível das costelas, e pode alastrar para a parte da frente do abdômen e, por vezes, atingir as virilhas.
Outros sintomas incluem:
• A presença de sangue na urina, que pode ser visível ou identificada através de análises
•náuseas e vômitos
• arrepios, suores e febre, acompanhados de urina turva ou com um cheiro desagradável, sugerindo
a existência de infecção
• emissão de “areia” na urina
• uma necessidade urgente de urinar
Como se detectam as pedras nos rins?
Muitas vezes, as pedras são detetadas por acaso, durante exames realizados para esclarecer outros problemas de saúde. Os exames para as pedras nos rins incluem:
Muitas vezes, as pedras são detetadas por acaso, durante exames realizados para esclarecer outros problemas de saúde. Os exames para as pedras nos rins incluem:
• a ecografia
• a tomografia axial computorizada (TAC)
•exames radiológicos, incluindo a pielografia intravenosa, em que se injeta um produto de contraste
radiológico na corrente sanguínea, antes de se fazer a radiografia
A análise da composição química de uma das pedras é muito útil. Se eliminar uma pedra através da urina e puder recolhê-la, guarde-a e entregue-a ao seu médico.
O diagnóstico preciso das pedras nos rins ajuda a tomar decisões em relação ao seu tratamento. As análises ao sangue e à urina também podem ser importantes para compreender a causa da pedra.
Qual o tratamento para as pedras nos rins?
A maior parte dos cálculos renais pode ser tratada sem cirurgia. Cerca de 90% das pedras são eliminadas por si só dentro de 3 a 6 semanas.
Neste caso, habitualmente o único tratamento necessário é para o alívio das queixas dolorosas mas, ocasionalmente, podem ser também prescritos outros medicamentos, como por exemplo um antibiótico.
A dor pode ser tão intensa que pode ser necessário o internamento hospitalar e o recurso
a analgésicos potentes. No entanto, se a pedra não for eliminada e bloquear o fluxo de urina, ou se
causar hemorragias ou infecções, poderá ter que ser removida. As técnicas cirúrgicas mais recentes permitem reduzir o tempo de internamento para até apenas 48 horas.
Outros tratamentos incluem:
a analgésicos potentes. No entanto, se a pedra não for eliminada e bloquear o fluxo de urina, ou se
causar hemorragias ou infecções, poderá ter que ser removida. As técnicas cirúrgicas mais recentes permitem reduzir o tempo de internamento para até apenas 48 horas.
Outros tratamentos incluem:
- Litotrícia Extracorporal por Ondas de Choque (LEOC): recorre a ondas ultrassônicas para quebrar a pedra em pedaços mais pequenos, que sejam passíveis de eliminação através da urina (este tratamento é utilizado em pedras com um tamanho inferior a 2 cm)
- Nefrolitotomia Percutânea: é realizada através de uma pequena incisão nas costas, por onde é inserido um instrumento que permite a extração da pedra
- Remoção Endoscópica: consiste na introdução de um instrumento através da uretra, passando pela bexiga, até ao local onde se encontra a pedra, permitindo ao médico retirar a pedra ou quebrá-la, para que seja eliminada mais facilmente
- Cirurgia: se nenhum dos métodos anteriores for aplicável, a pedra poderá ter que ser retirada através de uma cirurgia tradicional, método este que implica a realização de uma incisão nas costas, permitindo o acesso direto ao rim e/ou ao uréter, para extrair a pedra.
Como posso evitar que as pedras nos rins voltem a aparecer?
Na maior parte dos casos de pedras de cálcio recorrentes, a melhor forma de evitar que voltem a aparecer passa por uma melhor hidratação (beber líquidos), desde que não exista contraindicação médica, evitar as infecções urinárias e utilizar medicação que reduza ou impeça a formação de
novas pedras.
Alguns medicamentos, como os diuréticos tiazídicos ou análogos, como a indapamida, reduzem
a excreção de cálcio, diminuindo a probabilidade de formação de novas pedras de cálcio. Fármacos
contendo citrato de potássio e ácido cítrico (ex: Acalka®, Uralyt-U®), desde que não haja contraindicação médica, ou sumos cítricos, podem ser utilizados para suplementar o tratamento com tiazidas ou isoladamente para corrigir a acidificação da urina.
*No caso das pessoas com tendência para formar pedras nos rins e que possuam um nível elevado de ácido úrico na urina, ou que produzam pedras de ácido úrico, o medicamento alopurinol costuma impedir a formação de novas pedras.
Se já teve uma pedra no rim, fique agora com alguns conselhos para ajudar a reduzir o risco de
desenvolver novas pedras:
• Fale com o seu médico sobre a causa das pedras anteriores
• Peça ao seu médico para que veja se os seus medicamentos atuais poderão estar a causar pedras nos rins. No entanto, não interrompa qualquer medicação sem antes falar com o seu médico
• Trate as infecções urinárias de forma rápida e eficaz
• Se não existir contraindicação médica, beba uma quantidade de líquidos suficiente para manter a sua produção de urina num mínimo de dois litros por dia; esta rotina permite reduzir o nível das substâncias químicas responsáveis pela formação das pedras, diminuindo para metade o risco de desenvolver uma segunda pedra
• Os sumos cítricos, em particular de laranja, toranja e arando, podem reduzir o risco de desenvolver alguns tipos de pedras nos rins
• A água mineral não provoca pedras nos rins porque apenas contém uma pequena quantidade de sais minerais
• A redução do consumo de sal pode reduzir o risco de formação de pedras de cálcio; não acrescente sal aos seus cozinhados e retire o saleiro da mesa; opte por comidas processadas sem sal ou com baixo teor de sal
• Só em alguns casos, em que existe uma elevada absorção de cálcio no intestino, pode ser necessário
reduzir o consumo de cálcio para níveis inferiores aos de uma dieta normal; existem estudos que
demonstram que uma dieta pobre em cálcio não permite evitar a recorrência de pedras nos rins, podendo trazer problemas acrescidos de fragilidade óssea - as pessoas com tendência formar pedras com cálcio podem, até, ter um risco maior de desenvolver osteoporose. Fale com o seu médico
sobre este assunto
• Não ingira mais de um litro por semana de líquidos com ácido fosfórico, presente em bebidas gaseificadas como colas e cerveja
• Fale sempre com o seu médico antes de fazer alterações na sua dieta.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL PARA PREVENIR CÁLCULO NOS RINS
Vários estudos evidenciaram que a dieta típica dos países industrializados, rica em sódio, em proteínas de origem animal e bebidas adoçadas com açúcar e frutose, tem como
consequência uma elevada excreção de cálcio, ácido úrico, oxalato e fósforo e uma diminuição do citrato e pH urinários, favorecendo, assim, a formação dos cálculos.
Por outro lado, um consumo adequado de frutas, legumes e verduras parece ser um fator protetor para a formação dos cálculos, por estar diretamente relacionado à ingestão de fatores antilitogênicos como potássio, magnésio, citrato e fitato.
*Importante observar que, para a obtenção de melhores resultados, preconiza-se que as recomendações dietéticas devem ser estabelecidas de acordo com o tipo de cálculo e as características da análise de urina de 24h.
↳Por exemplo, as orientações dietéticas para os formadores de cálculos e oxalato de cálcio NÃO são exatamente as mesmas empregadas para indivíduos que apresentam cálculos de ácido úrico. E, para aqueles cujos cálculos são de origem infecciosa (estruvita), nenhuma influência da composição da dieta foi evidenciada.
De qualquer forma, um hábito que deve ser aconselhado a todos os indivíduos com nefrolitíase é o aumento da ingestão hídrica, para a diminuição da concentração urinária dos componentes litiásicos. Embora a quantidade exata não tenha sido ainda estabelecida, o consumo
mínimo de 30 ml/kg de peso por dia deve ser encorajado.
Uma publicação recente que avaliou a associação entre hábito alimentar e o risco de nefrolitíase em mais de 50 mil pessoas concluiu que os principais Fatores Protetores
foram:
- o alto consumo de magnésio, de frutas frescas e de fibras provenientes dos cereais integrais.
- Além disso, quando comparados aos participantes que apresentavam um consumo elevado de carnes (> 100 g/dia), os que tinham um consumo moderado (50-99 g/dia) ou baixo (< 50 g/dia) tiveram 20% e 48% menor chance de ocorrência de litíase, respectivamente
Estes achados reforçam a importância do aconselhamento e acompanhamento nutricionais dos indivíduos acometidos por este problema que, além de poder comprometer a qualidade de vida, pode ter como consequência a perda irreversível da função renal.
Alimentos que equilibrem o ácido úrico o organismo, também são recomendados. Inclua alimentos em sua dieta diária, como:
1- Líquidos
Não beber líquidos suficientes pode aumentar as chances de você desenvolver cálculos renais, especialmente se você se exercita muito, vive em um clima quente, bebe bebidas diuréticas e transpira muito.
Beber bastante água e outras bebidas naturais hidratantes e que sejam livres de açúcares adicionados (como chá de ervas, ou água saborizada) é ainda mais importante.
Embora a ingestão de líquidos varie dependendo do seu tamanho, dieta, localização e o quanto você se exercita, tente beber água mesmo quando não estiver com sede.
2- Legumes frescos e frutas
Algumas pesquisas mostram que as pessoas que seguem uma dieta principalmente baseada em plantas, com baixa produção de produtos lácteos e carne, tendem a ter menos pedras nos rins do que as pessoas que comem carne processada, alimentos ricos em sódio, alimentos industrializados, carne animal e produtos lácteos convencionais.
Os alimentos frescos que promovem a função renal saudável incluem banana, folhas verdes (e sucos detox frescos), e leguminosas.
3- Alimentos ricos em vitamina E
Bagas, azeite, amêndoas, abacate e abóbora são algumas das melhores fontes de vitamina E antioxidante; que ajuda a equilibrar os níveis de oxalatos e outras toxinas no corpo, ao mesmo tempo que previne o dano da mucosa, reduzindo o risco de formação de pedra nos rins.
4- Potássio
Alimentos ricos em potássio como abacate, kefir, água de coco, salmão, abóbora, bananas e damascos podem ajudar a equilibrar fluido intracelular e aliviar a gota, uma excelente opção para quem deseja tratar e prevenir o cálculo renal.
5- Alimentos Alcalinos
Pode parecer contra intuitivo, mas os alimentos que são de natureza ácida e ajudam a equilibrar o nível de pH do corpo, como o limão ou vinagre de maçã, podem ajudar o corpo a passar pedras nos rins.
6- Alimentos ricos em Magnésio
Consumir alimentos ricos em magnésio pode ajudar a equilibrar os níveis de cálcio no corpo; inclua mais vegetais verdes, vegetais crucíferos, melão, sementes de abóbora, banana, figo, kefir, amêndoas, coentro, alcachofra, castanha de caju e abacate em sua dieta .
7- Grão Germinado
Em oposição aos produtos de grãos refinados, os grãos germinados reduzem o seu teor de antinutrientes, tornando-os mais digeríveis, eles ainda possuem níveis baixos de ácido fítico.
8- Fibras
Alimentos ricos em fibras incluem frutas, legumes, nozes e sementes, o que pode ajudar a tratar o cálculo renal e prevenir.
9- Ômega 3
Peixes ricos em ômega 3 ajudam a reduzir os níveis de ácido úrico do organismo e os incômodos do seu excesso. Por isso, eles são uma excelente opção para quem deseja combater e prevenir o cálculo renal. Para quem tem gota é melhor o óleo em cápsula e para quem preferir.
10- Bagas frescas
Bagas podem ajudar a neutralizar o ácido úrico e a prevenir o cálculo renal. Opte por consumir essas frutas diariamente mas sem excesso.
11-Vitamina B6
A vitamina B6 também é importante para a alimentação,você pode incluir sementes de girassol, sementes de gergelim, abacate, atum, pistache, por exemplo.
Mas não se esqueça que essas são orientações para prevenir o cálculo renal; porém, para determinar a quantidade adequada de cada alimento por dia, é necessário consultar um especialista que avalie o seu histórico médico e estrutura corporal..
Mas somente isso não basta para garantir a boa saúde e prevenir doenças. Se você costuma comer alimentos industrializados e processados e ainda é sedentário, sinto muito é um forte concorrente para diversas doenças crônicas não transmissíveis que são formadores de cálculo renal.
Alimentos desaconselhados para cálculo renal
- os alimentos ricos em oxalatos, como: o espinafre, a beterraba, o cacau, ruibarbo, alguns refrigerantes coca-cola, chás (como o chá preto, mate ou verde), amendoim, café, bebidas achocolatadas e chocolate, nozes, mariscos e frutos do mar.
- É também importante eliminar o sal da dieta.
Na dieta para pedra nos rins deve-se comer com moderação especialmente:
- A proteína, procurando não consumir mais de 100 g por dia.
- A vitamina C, não ultrapassando as 60 mg por dia. Esta vitamina está presente sobretudo nos frutos cítricos.
- Os laticínios não precisam ser eliminados da dieta, mas devem ser reduzidos, não ultrapassando a ingestão de 3 copos de leite, por exemplo.
- Uma dica boa para evitar a formação da pedra nos rins é cozinhar os vegetais ricos em oxalatos duas vezes, jogando fora a água do primeiro cozimento.
Outras informações importantes sobre cálculo renal
O médico mais indicado para tratar o cálculo renal é o nefrologista, que poderá indicar um nutricionista para adaptar a dieta e completar o tratamento da pedra nos rins evitando também a formação de novos cálculos.
Seguir uma dieta para pedra nos rins é parte fundamental do tratamento para ajudar a eliminar o cálculo, prevenir a formação e facilitar a saída do cálculo renal.
Pessoas que tenham casos de pedra nos rins na família ou que já tenham tido algum cálculo renal na vida devem ter sempre uma alimentação orientada pelo médico e nutricionista no sentido de evitar o consumo dos alimentos que facilitam a formação da pedra.
O estilo de vida moderno do ser humano atual, com alimentação desbalanceada carregada em proteína animal, sedentarismo e por conseguinte obesidade (levando à Síndrome Metabólica) são um prato cheio para a formação de cálculos urinários.
Existem fatores de risco para o desenvolvimento de cálculos urinários chamados modificáveis- aqueles que podem ser reduzidos com mudanças no estilo de vida principalmente na dieta- e aqueles fatores de risco inerentes aos pacientes, mas que podem ser controlados.
Fatores de risco modificáveis:
- Ingestão de líquidos: quanto maior a quantidade de urina produzida diariamente, menor o risco de precipitação dos sais e minerais que levarão à formação dos cálculos
- Grande ingestão de proteína de origem animal : Pacientes com ingestão aumentada de carne vermelha têm alterações urinárias que podem predispor à formação de cálculos
- Baixa ingestão de cálcio e grande ingestão de sódio
Diabetes
Obesidade
Altos níveis de colesterol
Hipertensão arterial
Infecções urinárias de repetição
Att, Nutricionista Giselle Barrinuevo
Fonte:
http://www.apir.org.pt/wp-content/uploads/2017/04/Pedras-nos-Rins-ou-C%C3%A1lculos-Renais.pdf
http://www.scielo.br/pdf/jbn/v36n4/0101-2800-jbn-36-04-0428.pdf
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